06/07/2016

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HOJE NO 
"OBSERVADOR"
Venham eles, alemães ou franceses

Venha o diabo e escolha. Esta quinta-feira, em Marselha, alemães e franceses disputam a outra meia-final do Euro. Portugal já está na final do Stade de France, mas, passe quem passar, não é favorito. 

É o underdog. Tal como a Islândia, a Áustria, a Hungria, a Croácia, a Polónia e o País de Gales eram underdogs (isto olhando, claro, apenas para o ranking FIFA) contra Portugal. Agora os papéis invertem-se para nós e talvez o menos favorito vença. Ainda a propósito de ranking, Portugal (8.º) até está nove posições à frente da França, mas não podemos apagar da História que os anfitriães são a nossa “besta negra”; os franceses eliminaram-nos nas meias-finais dos Euros 1984 e 2000, mas também nas do Mundial 2006.
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E qual deles, Alemanha ou França, são teoricamente menos difíceis (fácil não é nenhum) de derrotar? Talvez a França. Talvez.

Mas tracemos-lhes o perfil, começando pelo da Alemanha. É a campeã mundial em título. E, por isso, a favorita a vencer desde o começo. Mais do que a campeã europeia Espanha (eliminada nos “oitavos”) ou mais do que a França, que joga em casa. A mannschaft é experiente — e a experiência é um posto, também no futebol –, mas não envelhecida.

Alguém disse, certo dia, gracejando (ou não), que, chegados ao Brasil, se se der um pontapé numa pedra saem lá de baixo futebolistas às centenas, quiçá milhares – e bons. Pois, na Alemanha não é diferente. E não é desde há muito, provavelmente desde a prestação penosa no Euro 2000. A Federação investiu (mais ainda) na formação, as seleções de base começaram a “limpar” competições umas atrás das outras, os clubes da Bundesliga aproveitaram os talentos quando estes chegaram à idade adulta, e agora para Joachim Löw o difícil é escolher. Opções não faltam.

É que da equipa que venceu o Mundial de 2014, só Lahm saiu, retirando-se com a taça Jules Rimet nas mãos. Os restantes estão lá todos: Neuer, Boateng, Hummels, Khedira, Schweinsteiger, Ozil, Kroos, Gotze ou Muller. E a eles se vieram juntar outros tantos, mais novos, mas com futebol para dar e vender, de Hector a Weigl, de Draxler a Sané. Como se costuma dizer: é só não estragar muito, que a coisa vai. E entenda-se por “coisa”, o título.

E a França? Em 1984 os gauleses venceram o Europeu em casa, levando Platini a seleção às costas do seu número dez. Em 2000 repetiram a brincadeira, na Bélgica e na Holanda, com outro dez, o de Zidane, a liderar os Bleus. E agora, será a Era de Pogba? Talvez. Mas a estrela até aqui tem sido Griezmann.

Um e outro, Pogba e Griezmann, até começaram o Euro a meio gás. Payet foi o “abre-latas” dos primeiros jogos. Sentia-se nervosismo nas botas, talvez o peso de ser anfitrião do Euro e ter que vencê-lo, como Platini (com um recorde de nove golos em cinco jogos) venceu em 1984. Mas, pouco a pouco, as estrelas apareceram. Pogba começou a impor o físico no relvado, começou a ver-se a passada larga que tem, a potência de remate, tudo. E Griezmann começou a ser o que é com Simeone no Atlético de Madrid, ou seja, a acertar com as redes da baliza.
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Hoje, ninguém mais se lembrará de Benzema, que Deschamps resolver “riscar” do Euro depois de saber que este chantageou Valbuena, seu colega dos Bleus, com um vídeo de cariz sexual que o segundo gravou e foi parar às mãos erradas. Valbuena, outro habitual titular, também ficou de fora. E também não fez falta. Mas a França teve mais baixas de vulto. E por razões distintas: os centrais Varane, Zouma e Laporte lesionaram-se, Sacko (também ele central) dopou-se no Liverpool e está suspenso, o todo-o-terreno Diarra entrou na enfermaria para não sair a tempo do torneio. Não, ninguém deu por eles. E não deu porque Lloris, o capitão, tem estado seguríssimo entre postes; porque Koscielńy é o patrão a defesa e por ele nada passará; porque Kanté e Matuidi têm, cada um, três pulmões, tal o que correm no relvado; e porque, na frente, Giroud atinou com os golos e Coman, quando entra, entra de “mota”.

Contas feitas, venha quem vier, não poderão mais dizer que Portugal não vale um tostão furado. É que, se vencer os favoritos, vale ouro.

* Estamos muito felizes por  hoje a selecção ter jogado bem e ganho. Não retiramos nada ao que em dias anteriores  criticámos, Portugal  tem  grandes jogadores em todas as posições e Fernando Santos não conseguiu fazer equipa. Incentiva os jogadores, une-os, dá-lhes ânimo mas em campo erra nas escolhas e a estratégia tem sido fraca. 
Sem queremos ser treinadores de bancada consideramos que a  selecção jogou mal  até hoje, na fase de grupos ficou em terceiro no quarteto mais ageitadinho, sem tubarões, foi a penalties  nos "quartos" e frente a Gales finalmente jogou bem, foi o  jogo onde o adepto percebeu que a selecção não ia perder  fruto dos jogadores fantásticos que tem.
Fernando Santos é um homem  honrado, patriota  e respeitável, desejamos-lhe  sucesso na final, para nossa felicidade.

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