26/06/2016

ROSÁLIA AMORIM

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O 'presentismo' sem resultados

Rolf Schroemgens, fundador da Trivago, não podia ser mais direto: relacionar diretamente a produtividade com as horas de trabalho é um “completo absurdo”.

Afirmou-o numa entrevista recente ao Observador e defende que nos “devíamos livrar da ideia de fazer do tempo de trabalho um indicador da produtividade.”
Não basta dizer ‘sim chefe, estou cá‘ para ser líder do ranking da produtividade da empresa. Quantos colegas de trabalho já conhecemos que eram os primeiros a chegar e os últimos a sair, mas que levavam três horas e meia a almoçar e que, no final da semana, pouco ou nenhum trabalho tinham para apresentar? Difícil contá-los pelos dedos de uma mão, não é?

Rolf Schroemgens afirma que a forma como se ligam as horas de trabalho à produtividade é errada e que a ideia de que “se estivermos a trabalhar nove horas, em vez de oito, estamos a ser 10% ou 11% mais produtivos, já não faz sentido para a maioria dos trabalhos que temos hoje”. Se queremos ser mais produtivos temos de trabalhar à séria e totalmente focados durante o tempo que dedicamos às tarefas profissionais.

Podemos sempre inspirar-nos em alguns dos melhores do mundo, ou seja nos ‘Cristianos Ronaldos’ das empresas e da gestão, em vez de perdermos tempo a reinventar a roda. Ora vejamos: Jack Dorsey, cofundador do Twitter, diz que a maneira que descobriu que resulta com ele passar por “tematizar os dias”, ou seja organiza a semana por assuntos, num dia trata um assunto que toca várias áreas em vez de chegar a meio da semana farto de insistir num tema e sem conclusão.

 Outro caso de sucesso, Elon Musk, o fundador da Space X e da Tesla Motors, um dos empreendedores com maior sucesso da atualidade e cujo conselho passa por trabalhar “em multitasking” e “comunicar por email”. Poupa tempo e toca todas as frentes. “Sou muito bom em emails”, diz Elon Musk. 

Estabeleça metas alcançáveis e cumpra-as. No final de dia releia a check list. Se tudo estiver feito a cada dia que passa – e não pode ser demasiado benevolente com a quantidade de tarefas que se atribuiu a si próprio – certamente que está no bom caminho para a melhoria continua da produtividade. Tal como exigimos ao mundo da política: “menos promessas e mais ação!”

A AUTORA
Sou jornalista há mais de 20 anos. Desde abril de 2015 sou Diretora Executiva da Media Rumo (revista de economia Rumo, jornais Mercado e Vanguarda), que é parceira estratégica da Global Media Group. Fui Coordenadora de Economia do Jornal Expresso, Editora e Coordenadora-Geral da Revista Exame e, em simultâneo, comentadora do Jornal de Economia da SIC Notícias, de 2005 a 2015. Fui Coordenadora da Revista Única do jornal Expresso, Coordenadora da revista Intelligent Life/The Economist e Editora-Chefe da revista VOCÊ SA. Antes, fui jornalista e pivô de informação na Rádio Comercial. Sou autora do livro “O Homem Certo para Gerir uma Empresa é uma Mulher” (PrimeBooks, três edições), fui co-autora de “O Livro do Bem-Estar” com Rosa Lobato de Faria (Edimpresa) e fundadora e autora do blogue “Executivos Sem Gravata”, no site do Expresso. Sou licenciada em Relações Internacionais (Universidade Lusíada de Lisboa) e com formações diversas em Economia e Jornalismo pelo INSEAD, FLAD, Cenjor, Euronext Lisbon e Nova Business School. Sou frequentemente convidada como oradora e moderadora de conferências. E adoro contar boas histórias de vida, carreira, gestão e liderança.

IN "DINHEIRO VIVO"
23/06/16

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