25/05/2016

TERESA CAMPOS

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Julgamento de Carrilho :
“Não fotografei 
a minha ex-mulher.
Isso foi uma alucinação coletiva”

Acusado de violência doméstica, o ex-marido de Bárbara Guimarães continua a escusar-se a falar em tribunal mas insiste em declarações polémicas q.b fora da sala de audiências

“Só tirei a fotografia para mostrar ao meu advogado quem é o assessor da minha ex-mulher. Mas a verdade não precisa de assessores”, rebateu Manuel Maria Carrilho, à entrada da terceira audiência do julgamento em que está a ser acusado de violência doméstica, esta tarde, no Campus de Justiça, em Lisboa.

A declaração refere-se ao episódio que marcou a sessão da semana passada: no intervalo, Carrilho seguiu Bárbara Guimarães enquanto esta conversava com o agente, Pedro Isidro, a caminho da casa de banho. A dita foto, que o arguido negou peremptoriamente ter tirado, quando interpelado no final da sessão, afinal existe.

- “Mas isso de eu querer fotografar a minha ex-mulher é uma alucinação colectiva”, justificou.
À Nova Gente, que publicou a dita imagem, na edição desta semana, Carrilho até disse mais: que ninguém lhe tinha perguntado pela fotografia.

Esta sexta-feira, à porta do tribunal, voltou a sorrir quando os jornalistas o contradisseram: “perguntámos-lhe e negou. Lembra-se?”

Antes de se iniciarem os trabalhos, o advogado de Bárbara Guimarães, Pedro Reis, aludiu ao facto de Manuel Maria Carrilho ter manifestado, no início da primeira audiência, a vontade de permanecer em silêncio, mas depois não se inibir de proferir todas e quaisquer declarações fora do tribunal.

-“Na semana passada, disse mesmo que, e passo a citar, que ‘todos assistiram à longa série de patranhas de Bárbara Guimarães’, veiculada aos jornalistas como se fizesse parte de uma tertúlia em que tudo lhe é permitido.”

O magistrado do Ministério Público de serviço, tal como a juíza, não consideraram que houvesse, ainda assim, qualquer violação do código de processo penal. Anuíram apenas a “alertar o arguido no sentido de poder moderar os seus comentários”.

- e voltemos à Flash de 2 de novembro de 2013, prosseguiu a juíza, Joana Ferrer.

A sessão de hoje voltou a ser ocupada com a leitura das notícias sobre a separação que constam do processo. “Ela recorre a bruxas, toma dezenas de comprimidos por dia, quis por botox e silicone, andava sempre alcoolizada”, lê Bárbara Guimarães. Sobre as declarações em que afirmava “estar muito apaixonada e não se ver a viver sem ele”, a apresentadora explicou:

-Ele controlava as entrevistas que eu dava e ficava furioso sempre que não falava dele.

Ali se ouviram de novo as palavras de Joana Varela, primeira mulher de Carrilho, a acusar:

-A história repete-se. Ele só bate em mulheres

Novamente ali se conta também o outro caso conhecido do ex-marido da apresentadora com uma aluna, que engravidou, e a quem ele pressionou para abortar, só tendo reconhecido a filha, Maria, hoje com 28 anos, quando a menina tinha dez anos.

- Passemos à Nova Gente, de 4 de novembro de 2013, pede depois a juíza

As histórias são as mesmas, as declarações de Manuel Maria Carrilho também, as justificações de Bárbara também: “Só esperei ele ir para Paris para fazer o que fiz porque ele nunca quis aceitar o divórcio. Na última noite que ele lá passou, convenci-me que aquilo não ia acabar bem. Foi quando, no sótão, ele me ameaçou atirar-me das escadas abaixo…
É nesta altura que Bárbara fala pela primeira vez do equipamento de teleassistência na sua posse- disponibilizado pelas autoridades às vítimas de violência doméstica – e dos cuidados que continua a ter. “Vivo num prédio com porteiro, garagem, e alarme e tento estar sempre acompanhada”.

A leitura prossegue, sobre as nódoas negras nas pernas da apresentadora que as maquilhadoras do programa ‘Tocá Mexer’ fizeram por disfarçar. E sobre os homens encapuzados que acompanharam Carrilho à casa onde Bárbara ficou com os filhos, a altas horas da noite.

-Mas quem é que acredita que ele queria ver os filhos àquela hora?’ , defende-se a apresentadora

Ali se falou ainda sobre as respostas de Dinis Maria, o filho mais velho de ambos, sempre que voltava da casa de Carrilho.

- O pai diz que não sabes nada

Bárbara ainda lamenta ter de se justificar perante o chorrilho de mentiras que ele diz a seu respeito.

A sessão é interrompida mais cedo, porque há festa da turma de Carlota, a filha mais nova, a que ambos dizem querer assistir.

São16h30. Bárbara sai rapidamente, sem proferir palavra. Manuel Maria Carrilho demora mais um pouco. E não se inibe de voltar a falar aos jornalistas.

-A justiça é lenta mas há de fazer-se, repete.

Sobre o equipamento de teleassistência:
-Não sei de nada, perguntem à minha ex-mulher

Se vai falar em tribunal:
- Vamos ver, eu gosto de surpresas.

* TERESA CAMPOS
A Educação não era a minha paixão (um trabalho duro que alguém tinha de fazer) e então socorri-me das palavras inspiradoras de Nelson Mandela (A Educação é a Chave para Mudar o Mundo) e passei a seguir a área com toda a atenção. Antes de me decidir pelo jornalismo, sonhei em ser astronauta e atleta olímpica - mas tudo se esfumou quando rebentei com os dois joelhos entre uns saltos mortais nos treinos para um sarau e uma saída à noite em patins em linha. Estudei Comunicação Social (1989/1993, FCSH/Universidade Nova de Lisboa), estagiei no Público e repeti a experiência na então novíssima VISÃO. Anos depois, integrei a equipa fundadora do site. Coordenei o online da Visão Júnior, depois um canal sobre Envelhecimento Ativo e outro sobre Cidadania. No entretanto, também escrevi um livro (Vencer nos Exames, 2008, em coautoria com a Clara Soares), ganhei um prémio (Viver e Morrer na Estrada Nacional 125, 2012) e fiz uma reportagem para a TV (Não acabei a Escola, SIC, 2012). Aventuras que fui contando num blogue chamado O Mundo é um Tzero. Costumo dizer que sou das otimistas - ou como me dizia muitas vezes um querido ex-editor: «A sorte protege os audazes.»

IN "VISÃO"
20/05/16

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