31/05/2016

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HOJE NO

"JORNAL DE NOTÍCIAS"


Petição pede condecoração de português morto pelo Estado Islâmico

Uma petição online está angariar apoios pela condecoração de Mário Nunes, o português que morreu a combater o Estado Islâmico.

Foi criada uma petição online que pede a atribuição da Ordem da Liberdade, a título póstumo, ao militar português que morreu a combater o Estado Islâmico, na Síria.
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Mário Nunes desertou do posto na messe da Força Aérea Portuguesa, em 2015, e alistou-se nas Unidades de Proteção Popular (YGP, na sigla em curdo) para combater o Estado Islâmico.

Segundo foi tornado público nas redes sociais, Mário Nunes foi capturado e depois executado pelos extremistas do Estado Islâmico, na Síria.

Mário Nunes, que em 2015, numa entrevista à revista "Sábado", disse que preferia "morrer a não fazer nada", fez jus às palavras de Salgueiro Maia, de que "às vezes é preciso desobedecer", lê-se na petição, ode se salienta a licitude de desobedecer a uma ordem superior quando está em causa a defesa da Humanidade.

"Cremos, por isso, que Mário Nunes não só não é um traidor, como é merecedor do reconhecimento e do louvor nacional, na forma da atribuição, infelizmente a título póstumo, de um grau da Ordem da Liberdade", aquela que, segundo o art.º 28.º da Lei n.º 5/2011, de 2 de Março, se destina "a distinguir serviços relevantes prestados em defesa dos valores da civilização, em prol da dignificação da pessoa humana e à causa da liberdade".

* Se bem que nos sintamos honrados por portugueses combaterem o daesh tem de dizer-se que Mário Nunes desertou das Forças Armadas dum país democrático e a desobediência a que  Salgueiro Maia aludiu era diferente. 
Para Mário Nunes vai o nosso maior respeito. 
O inútil do Sousa Lara que tentou achincalhar José Saramago foi condecorado por Cavaco Silva, Mário Nunes lutou por  "causa".


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1 comentário:

  1. Sou o autor do texto da petição.

    Quero deixar claro que a minha referência à "obrigação" de desobediência (em determinadas circunstâncias) a que Salgueiro Maia se referia não pretende equiparar a desobediência de Salgueiro Maia à desobediência de Mário Nunes, muito menos equiparar o regime do Estado Novo de então ao regime de agora.
    Os regimes são diferentes, as situações são diferentes, as desobediências são diferentes.

    De igual forma, refiro (numa parte não citada) a inaceitável "obediência às ordens" de Eichmann e afins, relacionando-a (sem a equiparar) com a também inaceitável — argumento eu — obediência às ordens de nada fazer, que foi aquilo que era requerido de Mário Nunes, se não desertasse.

    Também aqui não quero equiparar obedecer a ordens que configuram crimes contra a Humanidade com obedecer a ordens para nada fazer no sentido de *impedir* crimes contra a Humanidade. Mas, se as coisas não são iguais, estão relacionadas: como a investigação de Philip Zimbardo e outros demonstrou, os crimes contra a humanidade e outros actos hediondos não acontecem apenas por acções daqueles que os praticam ou ordenam, mas muito por inacção daqueles (muitos dos quais almas fundamentalmente boas) que nada fazem para os impedirem.

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