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HOJE NO
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"
ANGOLA
Seca deixa quase 100 mil crianças
. angolanas em desnutrição aguda grave
Quase 100 mil crianças angolanas sofrem de desnutrição aguda grave
devido à seca que afeta sobretudo o sul do país, informou hoje o Fundo
das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que está a reforçar o apoio
humanitário.
Os números foram divulgados a propósito da visita de dois dias a
Angola que a diretora da Unicef para África austral e oriental, Leila
Pakkala, iniciou hoje, para se "inteirarem das ações de apoio ao
Governo" na resposta à epidemia de febre-amarela - e consequências nas
crianças - bem como ao impacto das alterações climáticas no sul do país.
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"Estima-se que mais de 756 mil crianças estejam afetadas pela seca no
país, provocada pelo fenómeno 'El Niño', das quais, mais de 95.877
sofrem de desnutrição aguda grave", lê-se na informação da Unicef
enviada à Lusa, em Luanda.
A visita integra ainda o representante regional para a Coordenação
dos Assuntos Humanitários (OCHA), Pete Manfield, sendo que o Sistema das
Nações Unidas em Angola está a realizar intervenções "em estreita
coordenação" com o Governo central e os governos das três províncias
mais afetadas pela seca dos últimos três anos: Cunene, Namibe e Huíla.
A Unicef refere que apoia os governos das três províncias mais
afetadas com intervenções no setor da saúde e nutrição, água e
saneamento, incluindo a reabilitação de bombas manuais, o fortalecimento
do saneamento rural com a extensão do programa de Saneamento liderado
pela Comunidade (STLC).
O apoio daquele órgão das Nações Unidas envolve ainda a distribuição
de "até 17 toneladas de artigos de emergência para água, saneamento e
higiene, prioritariamente para famílias com crianças em tratamento da
malnutrição", bem como a aquisição de mais de 46 mil caixas de produtos
para o tratamento da malnutrição e com a formação de técnicos no
Programa Terapêutico de Tratamento Ambulatório.
Além da seca, o combate à epidemia de febre-amarela, que desde
dezembro já matou cerca de 300 pessoas em Angola, motiva a prioridade da
visita dos dois responsáveis, com a Unicef a garantir que, em estreita
colaboração com a Organização Mundial de Saúde, "apoia por meio da sua
divisão de logística, na aquisição atempada das vacinas destinadas a
campanha e no reforço da cadeia de frio com a obtenção de caixas de
conservação e transporte de vacinas".
O apoio prende-se ainda no desenvolvimento e implementação da
estratégia de comunicação e mobilização comunitária para apoiar as
campanhas e também nas ações de combate ao vetor, que depois de Luanda
estão agora a alargar-se a mais cinco províncias do país.
Tendo em conta "a situação económica que Angola vive", a Unicef
admite que está a participar "também na mobilização de recursos
financeiros substanciais complementada com a intervenção atempada da
OCHA", através da sua janela de financiamento de emergência.
"Estes meios financeiros têm sido cruciais para a aquisição de
insumos para fazer face a seca e no cofinanciamento para aquisição da
vacina contra a febre-amarela", refere a organização, na mesma nota.
Os dois responsáveis são recebidos na terça-feira, em Luanda, pelo vice-Presidente da República, Manuel Vicente.
* Em contrapartida os ditadores angolanos "bebem" muito petróleo.
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