04/05/2016

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HOJE NO 
"JORNAL DE NOTÍCIAS"
Polícias fazem despiste de álcool 
e drogas para prevenir suicídios

A secretária de Estado Adjunta e da Administração Interna disse, esta quarta-feira, que 20% do efetivo das forças de segurança está sujeito anualmente a avaliações periódicas e aleatórias ao consumo de álcool e droga para prevenir suicídios.

Os despistes do álcool e da droga é uma das medidas que consta do plano de prevenção de suicídios nas forças de segurança 2016/2020 e que resultou de um grupo de trabalho criado no Ministério da Administração Interna (MAI) após o número de suicídios na PSP e na GNR registados em 2015.
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As medidas do plano foram apresentadas pela secretária de Estado Isabel Oneto numa audição pública sobre os suicídios nas forças de segurança realizada pela Comissão Parlamentar de Assuntos Constitucionais, Direitos, Liberdades e Garantias.

A secretária de Estado disse à agência Lusa que muitas das medidas já estão a ser implementadas, sendo que algumas delas já vinham do ano passado e são agora aprofundadas, como é o caso do despiste do álcool e drogas, que passa agora a abranger 20 por cento do efetivo.

Isabel Oneto adiantou que "não é o álcool em si" o responsável dos suicídios, mas "quem tem depressão e consome álcool pode ter um fator de risco acrescido".

Posição também partilhada pelo psiquiatra Daniel Sampaio, que também presente na mesma iniciativa afirmou que o álcool potencia o risco de suicídio, sendo por isso essencial detetar o consumo.

"Nestas matérias, independentemente das causas, temos que identificar e saber quais sãos os fatores de alerta que as forças de segurança devem conhecer para imediatamente fazer intervir e dar uma resposta", sustentou.

Entre as medidas de prevenção que fazem parte do plano estão também a reavaliação psicológica dos novos elementos policiais e efetivo policial, com periodicidade regular, aumento das ações de formação e sensibilização junto dos polícias e a deslocação imediata e permanente a qualquer ponto do país de equipas de psicólogos, em caso de morte não natural.

A nível de intervenção, o plano estabelece a restrição do uso e porte de armas nos casos de comprovado risco de vulnerabilidade psíquica, realização de avaliações psicológicas, informação aos comandos, em caso de risco de elementos policiais, e monitorização de elementos policiais referenciados pelas entidades médicas.

Na audição, realizada por iniciativa do PCP, o presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR), César Nogueira, chamou a atenção para a publicação em ordem de serviço dos militares que recorrem a uma consulta de saúde mental.

"A fragilidade é exposta numa ordem de serviço para que todos vejam", disse, defendendo a existência de medicina preventiva na GNR, uma vez que muitos militares têm "estigma em procurar um psicólogo".

A audição contou também com elementos dos sindicatos da PSP e Polícia Judiciária.
Em 2015, suicidaram-se oito polícias da PSP e sete militares na GNR.

* Consideramos que o suicídio é acto desesperado de quem não tem saída, respeitamos sempre quem o cometeu, o MAI  atento às forças de segurança está a trabalhar com discrição


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