03/04/2016

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ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"

Cuequinhas de 8 bits a conquistar
 o mundo um bit de cada vez

Produzem em Guimarães mas 95% das vendas é feita no exterior. Agora querem conquistar o Oriente. Seguem hoje para Hong-Kong.

Depois de uma noite colado à consola de jogos, Sebastião Teixeira sonhou com cuecas pixelizadas. Mal acordou, desenhou o primeiro modelo do que viriam a ser as Pixel Panties. A ideia tem potencial, achou Cesária Martins, na época colega na agência de branding Ivity e hoje sua sócia, e o mesmo o disseram os investidores na plataforma de crowdfunding Indiegogo lhes entregaram 21,8 mil dólares. O dobro do pitch inicial de 12,5 mil dólares. 
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Desde novembro vendem online no site da marca: 95% da produção segue para cerca de 30 países, dos quais 75% para os Estados Unidos. Tudo made in Portugal. E este sábado embarcam rumo a Hong-Kong, na China. O primeiro carimbo no passaporte num roadshow de um mês com paragem em Xangai e Japão onde querem fazer o push da coleção de verão da marca Maison Pixel. “Queremos compreender bem como vamos lidar com este mercado. Sabemos pelas vendas online que tem um potencial elevado. Temos de ver se vamos avançar para o retalho ou se vendemos online e em que canal”, explica Sebastião Teixeira.

É em Guimarães, com tecidos vindos de Itália, que são produzidas as cuequinhas pixelizadas com nomes como Game Boy Grey, Zx Spectrum Cyan ou Mario Fiery Red. No início mal conseguiam responder às encomendas. E vinham dos sítios mais inesperados. “Mal tínhamos obtido o financiamento no crowdfunding tivemos um pedido de 300 peças do The Doctors, talk show da CBS, que queria distribuir as peças ao público”, conta Sebastião Teixeira. Artigos na Playboy americana, no Mashable ou no Huffington Post certamente terão ajudado a criar o buzz em torno da marca portuguesa nos Estados Unidos. Mas não só. De Seul, na Coreia do Sul, receberam um pedido para 40 peças. Motivo? “Uma festa temática numa discoteca com Pixel Panties”, conta. Recentemente, “fomos abordados por uma empresa de comics americana para uma possível parceria”. 
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“As peças apelam pela sua estranheza. Pela ilusão de roupa pixelizada no corpo”, considera. O que apela a um público que cresceu, tal como Sebastião e Cesária, ambos com 35 anos, com os videojogos. “Nunca se jogou tantos videojogos como hoje. E há muitas raparigas que jogam. Este tipo de roupa apela a esse público”, defende. E a partir do verão deverão ter mais opções. No Salon Internacional de La Lingerie, em Paris, foi apresentada a nova coleção da Maison Pixel. A DIR tem peças como T-shirts, linha de banho, casacos e sapatos feitos à mão. “Estávam loucos pelos sapatos, porque de facto têm muita qualidade.”
É essa coleção que Sebastião e Cesária vão também mostrar no roadshow pelo Oriente. A primeira reunião em Hong-Kong é, de resto, com dois potenciais compradores que conheceram em Paris. A expectativa é que consigam encomendas que garantam um volume mínimo para arrancar com vendas mais alargadas junto ao target que já compra as Pixel Panties: jovens dos 16 a mais de 30 anos. E não são apenas mulheres que compram as cuecas pixelizadas. No Dia dos Namorados, 80% das encomendas foi feita por homens. São as mulheres, no entanto, que partilham na conta de Instagram, com os 41,3 mil seguidores da marca na rede social, fotografias vestindo as suas Pixel Panties. Isto, num ambiente onde os trolls digitais não são bem-vindos. 
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A marca quer passar uma mensagem de força feminina, mas também tem uma preocupação social e ecológica na sua origem. Trabalham com fábricas onde não há trabalho infantil e há preocupações com o meio ambiente. Mais. Por cada venda feita online, um euro reverte a favor de uma ONG que apoia crianças em África. “Só com as vendas online no último trimestre conseguimos ajudar 150 miúdas a ter um ano de escola”, revela Sebastião Teixeira. Apoio que querem manter. “É assim hoje e para sempre. Incluímos logo esse valor no preço do produto”, explica. 

* A inteligência lusitana em grande "pixelada"!

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