HOJE NO
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Tabaco.
Imagens chocantes chegam
aos maços já em maio
Diretor-geral da Saúde garante que a linha de
cessação tabágica, que já teve várias datas previstas para o arranque,
também vai começar no mesmo dia
Doentes de
cancro em fase terminal e caixões de crianças são alguns dos exemplos
das imagens que vão passar a estar nos maços de tabaco já a partir do
dia 20 de maio. No mesmo dia me que arranca ainda a linha telefónica
para apoiar todos aqueles que pretendam deixar de fumar.
Além das imagens, os maços passam a ter também várias frases de
alerta, entre as quais “fumar provoca nove em cada dez cancros do
pulmão”, “fumar provoca cancro da boca e da garganta”, “fumar provoca
acidentes vasculares cerebrais e incapacidades”, “fumar agrava o risco
de cegueira” e “os filhos de fumadores têm maior propensão para fumar”.
A data foi avançada ontem por Francisco George, diretor-geral da
Saúde, mais de um ano depois de ter sido anunciada a primeira data para o
arranque da linha que pretende ajudar a deixar de fumar. “No dia 20 de
maio vamos pôr em funcionamento a linha de cessação tabágica, de acordo
com a diretiva europeia que já foi transposta para a lei nacional, e
vamos adotar medidas que possam ser acedidas pelos portugueses”,
esclareceu.
Além das imagens chocantes, os fumadoares vão encontrar nos maços de
tabaco o número da linha da cessação tabágica, mas não só. Passa a ser
obrigatório que as embalagens tenham ainda duas advertências: “Fumar
mata — deixe já” e “O fumo do tabaco contém mais de 70 substâncias
causadoras de cancro”.
De acordo com o diretor-geral da Saúde, os novos maços começam a
estar à venda a partir do dia 20 de maio, mas haverá um período de um
ano para escoar todas as embalagens mais antigas.
Aumento do imposto
Em fevereiro deste ano foi
anunciado que a proposta de Orçamento do Estado para 2016 (OE2016)
previa um aumento de 3% nos impostos aplicados à compra ao tabaco, à
cerveja e às bebidas espirituosas. No caso do tabaco, uma das
componentes do imposto que forma o preço final, o chamado “elementos
específico”, tinha um aumento previsto de 88,2 euros para 90,85.
Esta subida da carga fiscal sobre o tabaco fez com que a Imperial Tobacco alertasse para um aumento do comércio ilícito.
A garantia foi dada, no início de março ao i, por um porta-voz da
Imperial Tobacco Portugal, uma das maiores operadoras no comércio de
tabaco no país, que lembra que os aumentos dos impostos não têm levado a
uma subida da receita fiscal, pelo menos nos últimos quatro anos. “De
2011 a 2015 temos assistido a uma diminuição da receita na ordem dos 200
milhões de euros, uma queda de 14%. Isso revela que aumentar de forma
elevada o imposto não representou, nos últimos quatro anos, um aumento
da receita fiscal”, salienta fonte da empresa.
Comércio ilícito
A verdade é que os números falam
por si. Em janeiro, a Unidade de Ação Fiscal (UAF) da GNR, em
coordenação com a Autoridade Tributária e Aduaneira, fez a maior
apreensão de tabaco ilegal de sempre na Europa, em que foram apreendidas
mais de 182 toneladas de tabaco e tabaco moído. “Esta apreensão
constitui uma fuga ao pagamento de impostos ao Estado num valor superior
a 30 milhões de euros em imposto especial sobre o consumo”, referiu a
GNR na altura em que foi feita esta apreensão.
Para a Imperial Tobacco, se o governo pretende subir a carga fiscal
nestes produtos, deveria fazê-lo de forma “mais progressiva, gradual e
bem distribuída por todos os produtos existentes no mercado”. Já em
relação a este ano, a empresa defende uma estabilização. “O executivo
devia guardar para mais tarde um novo aumento. O que se está a fazer é
subir a carga fiscal a meio do ano, não faz sentido”, explicou.
* Quando é que os fumadores percebem que fumar mata.
.
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