19/04/2016

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Um quinto dos gestores da área financeira
. admite que teria comportamento pouco
. ético pelos resultados

Mais de um quinto dos inquiridos num estudo sobre fraude da EY, que trabalham na área financeira de empresas, admite que seria capaz de comportamentos não éticos para atingir resultados.

Dar presentes, ofertas de entretenimento, pagamentos em dinheiro, falsificar desempenho financeiro. Tudo é admissível para alguns responsáveis das áreas financeiras das empresas, que foram inquiridos pela EY para um estudo global sobre fraude.
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Questionados sobre se admitiriam fazer algum comportamento não ético para atingir objectivos financeiros, 28% admitiu que sim. E 26% se isso ajudasse a empresa a sobreviver a uma recessão económica. E grande parte dos que assumem que conseguiriam ter esses comportamentos não éticos consegue racionalizar e argumentar sobre essas atitudes, acrescenta Pedro Cunha, partner da EY, que apresentou esta terça-feira, 19 de Abril, o estudo sobre fraude, feito a nível global com cerca de três mil inquiridos em 62 países. A nível global a situação é mais preocupante. 50% dos entrevistados da área financeira consideraria adoptar comportamentos não éticos para atingir objectivos financeiros.

Pedro Cunha fala em resultados preocupantes nesta análise global. O estudo, feito entre Outubro de 2015 e Janeiro de 2016, não tem, ainda, o impacto do caso Panama Papers, mas Pedro Cunha acaba por admitir que os dados não serão muito diferentes depois da revelação desse caso.

Ainda assim, os inquiridos salientam a importância de conhecer o proprietário último das empresas com quem têm negócios, mas admitem ser difícil. São 98% os inquiridos em Portugal que consideram importante saber quem possui e controla as entidades com quem se faz negócio.

Preocupante, diz Pedro Cunha, é também o número que expressa que 50% dos inquiridos consideram que as práticas de suborno e corrupção acontecem de forma generalizada no país, uma subida de 18 pontos percentuais face ao estudo de 2014. Ainda assim, a percentagem baixa bastante quando se questiona se o sector onde está integrado tem corrupção. A resposta é apenas 6% quando se questiona se existe corrupção no sector onde trabalha, ainda assim um número que subiu dois pontos percentuais face a 2014. E como é que o Estado endereça os casos de corrupção no país? 74% considera que existe pouca eficácia neste combate ainda que exista investigação, mas apenas 6% diz que não se resolvem porque não se quer.

Outra das conclusões do estudo aponta para haver pouca consciência nas empresas portuguesas para o risco do cibercrime. E há casos a passarem-se nas empresas sem que estas tenham consciência disso.

* Estamos entregues aos bandidos, já temos a certeza que 20% dos gestores financeiros deste país não têm escrúpulos em vigarizar, a quantos mais por cento se pode aplicar o ditado "quem cala consente"?


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