07/03/2016

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Sondagem: 
Caso CCB arrasa cotação de João Soares

O ministro que promoveu uma polémica dança de cadeiras no Centro Cultural de Belém passou a ser avaliado como o pior da equipa de António Costa. Mário Centeno, que já era o mais conhecido, tornou-se também o mais elogiado.

A polémica em torno da liderança do Centro Cultural de Belém (CCB) afectou a imagem política de João Soares, ao ponto de o titular da pasta da Cultura passar a ser o pior ministro do Executivo socialista no barómetro de Março da Aximage, realizado para o Negócios e para o Correio da Manhã, que coloca o PSD à frente do PS na intenção de voto legislativo.
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Um em cada quatro inquiridos que souberam ou quiserem nomear um governante – ou 10,4% do total – apontaram o filho de Mário Soares como o pior ministro. No anterior estudo de opinião, realizado no final de Janeiro, o ex-autarca de Lisboa era colocado no lugar mais indesejado por "apenas" 3,5% do total dos avaliadores.

O trabalho de campo para este estudo, que contou com 609 entrevistas efectivas, foi realizado entre 1 e 4 de Março, isto é, na semana em que Soares demitiu o presidente do CCB, António Lamas, e nomeou para o cargo o seu adjunto, Elísio Summavielle. O caso colocou-o debaixo de fogo político, não só da oposição à direita mas também dos parceiros de esquerda no Parlamento, que criticaram primeiro o ultimato feito em público e depois a escolha do sucessor sem concurso público.

Quem aproveitou a queda livre de João Soares foi Mário Centeno. Em pleno período de debate orçamental – o Orçamento do Estado para 2016 ainda está a ser discutido, em sede de especialidade, na Assembleia da República –, o ministro das Finanças consegue a proeza de ultrapassar o colega da Saúde e posicionar-se como o "melhor ministro": recolhe 15,9% dos "votos", contra 14,4% de Adalberto Campos Fernandes. Tiago Brandão Rodrigues (Educação) fecha o pódio mas já a larga distância (7%).

O destaque das Finanças e o "eclipse" de Caldeira Cabral
Apesar da recuperação face ao mês anterior, o saldo de popularidade continua a ser mais favorável ao ministro da Saúde, já que Centeno é também o segundo elemento do Governo que o eleitorado mais indica como o pior (9,6%), ainda que há um mês fossem 15,1% os "insatisfeitos". Sejam os efeitos positivos ou negativos, o protagonismo do quadro de Banco de Portugal segue incontestável na edição de Março, sendo o que 22,6% respondem quando questionados sobre qual o nome no Governo, além de Costa, que primeiro lhes vem à cabeça.

Ainda no que diz respeito à notoriedade espontânea, depois de Centeno e Soares (13,3%) seguem-se dois velhos conhecidos de anteriores governos socialistas: José Vieira da Silva (3,5%) e Augusto Santos Silva (3,2%). Por outro lado, no fundo da tabela "top of mind" surgem cinco nomes que não foram citados por uma única pessoa no estudo realizado pela Aximage.

Entre pastas mais sectoriais e nomes mais discretos, como os de Maria Leitão Marques (Presidência e Modernização Administrativa) ou de Manuel Heitor (Ciência, Tecnologia e Ensino Superior), o destaque vai para a irrelevância do novo ministro da Economia em termos de notoriedade. Além de não ser citado em primeiro lugar por nenhum dos inquiridos, Manuel Caldeira Cabral merece mais votos como pior do que como melhor ministro.

* Saiba quem João Soares demitiu:

António Lamas, Engenheiro Civil, IST (1969), Doutorado em Engenharia de Estruturas pelo Imperial College of Science and Technology, Universidade de Londres (1979). Professor Catedrático de Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico desde 1985 (Engenharia de Estruturas e Património Construído). É Presidente do Conselho de Administração da Parques de Sintra ‐ Monte da Lua, SA, desde Fevereiro de 2006, sociedade de capitais exclusivamente públicos criada em 2000 para, entre outras funções, gerir as propriedades do Estado na zona da Paisagem Cultural de Sintra, Património da Humanidade. É membro da Academia Portuguesa de Engenharia; da Ordem dos Engenheiros (nº 9090); da "Convocation" do Senado da Universidade de Londres; dos Amigos do Museu do Chiado e do Museu do Azulejo; do Centro Rodoviário Português; do Editorial Board do “Journal of Engineering Structures and Technologies” da Vilnius Gediminas Technical University; e Presidente das Assembleias Gerais da “Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista” e da associação “Estudos Gerais do Alvito”. Foi Presidente do IPPC ‐ Instituto Português do Património Cultural (1987 ‐ 1990); Presidente do Departamento de Engenharia do IST (1990 ‐ 1994); membro do Conselho Consultivo da Câmara Municipal de Lisboa (1992 ‐ 1996); representante do Ministério do Ambiente e Recursos Naturais no Comissariado da EXPO98 (1993 ‐ 1995); Presidente da Junta Autónoma de Estradas e, depois, do Instituto de Estradas de Portugal (1998 ‐ 2000); membro do Conselho Consultivo da Universidade doAlgarve (2005 ‐ 2009); vogal não executivo do Conselho de Administração da Brisa SA (2004 ‐ 2009).
Em 2014, nas cerimónias do 10 de junho, foi condecorado pelo Presidente da República com a ordem do Infante D. Henrique (Grande Oficial) e em 2009 com a medalha de mérito turístico grau prata pelo reconhecimento do trabalho realizado na Parques de Sintra.

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