06/03/2016

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ESTA SEMANA NO
"DINHEIRO VIVO"

Augusto Mateus
Portugal está transformado 
numa espécie de arquipélago

Economista apresentou o estudo 'O Mundo Rural e o Desenvolvimento Económico e Social de Portugal: a agenda para 2014-2020'

O economista Augusto Mateus considera que Portugal Continental está transformado “numa espécie de arquipélago” devido às assimetrias criadas e defendeu a aposta nas diferenças de cada uma das regiões para ultrapassar os problemas. “Acabámos por transformar o Continente do nosso país numa espécie de arquipélago onde temos um conjunto muito limitado de ilhas que têm dinamismo e temos um mar de dificuldades no resto do território”, afirmou. 
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Augusto Mateus falava em Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, durante a cerimónia que assinalou os 100 dias de Governo e que foi presidida pelo primeiro-ministro, António Costa. 

Na sessão, em que participaram diversos governantes, vários autarcas e outras entidades da região, Augusto Mateus apresentou as linhas gerais do estudo “O Mundo Rural e o Desenvolvimento Económico e Social de Portugal: a agenda para 2014-2020”. 

Tendo começado pela análise da realidade, admitiu que “o Portugal de hoje não tem comparação com o de há 30 anos”, mas também ressalvou que esse desenvolvimento conduziu a um problema de coesão territorial. 

 Lembrou que o país tem regiões, designadamente o interior, que se debatem com o “definhamento da população e com o definhamento económico-social”, problemas que, tal como “um vértebra torcida”, terão agora de ser corrigidos. 

 Para isso, defendeu, tem que se apostar naquilo que faz a diferença de cada território e conseguir dinamizar modelos de inovação e conhecimento em detrimento da antiga homogeneização que se promoveu até aqui. 

“Não é por tentarmos 200, 300 ou 500 vezes a mesma coisa que vamos ter sucesso. Aquilo que nos dará sucesso é conseguirmos desenvolver os fatores diferenciadores e encontrar valor económico onde pensamos que só existem custos”, disse. 

O antigo ministro sublinhou que não se deve ficar agarrado à ideia negativa de interioridade – até porque não se pode pensar em interior quando se está apenas a 200 quilómetros do mar – e que se deve, em vez disso, apostar nas potencialidades do mundo rural. 

Nesse sentido, deu exemplo do que já se faz em determinados concelhos que aliam, com sucesso, o conhecimento a áreas como o agroalimentar ou o turismo, enriquecendo assim as realidades concretas. 

Definiu como principais alavancas para o desenvolvimento dos territórios do interior a possibilidade de povoar e atrair pessoas, a possibilidade de se inovar e produzir riqueza com atração de investimento e criação de emprego, bem como as possibilidades de valorização do turismo ou da sustentabilidade ambiental com base no património e cultura e natureza. 

* Augusto Mateus um dos melhores economistas portugueses põe o dedo na ferida, o Portugal dos guetos sociais e económicos promovidos  pelos subsidários políticos do dinheiro. Destaque para que a advertência do economista foi feita perante o primeiro-ministro.

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