26/02/2016

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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

18 casos de cancro assustam trabalhadores da Segurança Social
 de Vila Franca

Quase metade dos 41 trabalhadores do mesmo serviço da segurança social teve ou tem cancro. Câmara admite mudança de instalações

Os trabalhadores do Serviço Local de Vila Franca de Xira da Segurança Social ameaçam fazer greve por tempo indeterminado, a partir de terça-feira, queixando-se das condições do edifício, às quais associam a existência de 18 casos de cancro nos 41 funcionários daquele serviço. O presidente da Câmara de Vila Franca já admitiu a possibilidade de transferência dos trabalhadores para novas instalações, face às queixas sobre a qualidade do ar no atual edifício.
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A ação de protesto foi convocada pelo Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (STFPS), que exige que as instalações sejam encerradas e que os trabalhadores sejam transferidos para outras.

O presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Alberto Mesquita (PS), disse que a autarquia está preocupada e que se encontra a negociar com o Instituto da Segurança Social uma nova localização para estes serviços.

"Não vou dizer que há uma causa-efeito entre as condições do edifício e a incidência de casos de doenças oncológicas. O Instituto Ricardo Jorge está a trabalhar nas instalações para averiguar. De qualquer forma, estamos em contacto com a Segurança Social para saber se há uma solução para transferir as pessoas", referiu o autarca.

Nesse sentido, Alberto Mesquita defendeu que mesmo que se chegue à conclusão de que as condições do edifício nada têm a ver com os casos de doença oncológica, os trabalhadores deverão ser transferidos para outras instalações.

"A questão psicológica é essencial. Queremos encontrar uma solução para conforto, para que as pessoas estejam tranquilas no seu dia-a-dia", argumentou.

Numa resposta escrita enviada à agência Lusa, fonte do Instituto da Segurança Social, referiu que, a partir do momento que tomou conhecimento das apreensões dos trabalhadores, levou a cabo um conjunto de ações nas instalações, nomeadamente a "análise à qualidade do ar e um pedido de intervenção do Instituto Ricardo Jorge".

A mesma fonte acrescentou que se chegou à conclusão de que é necessário "rever o sistema de climatização, incluindo a sua higienização e a sua reativação, para garantir os níveis adequados de qualidade do ar interior".

A Segurança Social adiantou, ainda, que se verificou "um elevado excesso acumulado de papel arquivado, não só em corredores de circulação, mas também em zonas de acesso e também em locais de trabalho".

Por seu turno, em declarações à Lusa, o sindicalista Alcides Teles, do STFPS, disse que a paralisação prevista vai ocorrer até que seja deliberado o encerramento daquelas instalações.

"Estas instalações já estiveram encerradas entre 1998 e 2002 por problemas semelhantes e nem as obras que ali foram realizadas conseguiram resolver a situação. A única solução é encerrar", defendeu.

Alcides Teles referiu que esta situação já foi transmitida à Procuradoria-Geral da República e aos grupos parlamentares.

O sindicalista disse, ainda, que caso esta situação de Vila Franca de Xira não fique resolvida, poderá ocorrer na segunda semana de março um dia de greve de todos os trabalhadores do Centro Distrital de Lisboa da Segurança Social.

* Governos trataram com zelo funcionários da SS de Vila Franca de Xira.

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