14/02/2016

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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"

Mais de dois terços dos que tomam
. antidepressivos não têm depressão

Um estudo norte-americano descobriu que 69% das pessoas medicadas com o antidepressivo mais prescrito não cumprem os critérios clínicos para o diagnóstico da depressão

Mais de dois terços das pessoas que tomam antidepressivos podem nem sofrer de depressão. É esta a conclusão de um novo estudo publicado no Jornal Científico de Psiquiatria Clinica.

Os investigadores descobriram que muitos médicos não usam os critérios oficiais para prescrever os medicamentos: além dos 69% que tomam antidepressivos sem sintomas correspondentes aos critérios de uma depressão clinica, outros 38% não sofriam de qualquer outro problema mental, como transtorno obsessivo-compulsivo, pânico ou ansiedade.
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Os investigadores norte-americanos estudaram pessoas que tomavam inibidores seletivos da recaptação da serotonina (SSRI), o medicamento antidepressivo mais prescrito para tratar depressão e outras doenças psiquiátricas por ter menos efeitos secundários comparando com outro tipo de antidepressivos.

Desde 1998 que a prescrição de antidepressivos triplicou nos países mais ricos do mundo segundo um estudo da Organização para a Cooperação Económica e Desenvolvimento (OCDE). 

A Islândia é o país com maior número de medicamentos prescritos, com 106 doses por dia para cada 1.000 habitantes em 2011, em oposição a 71 na década anterior. Seguem-se a Austrália, Canadá, Dinamarca, Suécia e Portugal. 

"Todos nós temos períodos em que experienciamos stress, tristeza e auto-dúvida. Isto não faz de nós doentes mentais, apenas seres humanos", comenta Howard Forman, diretor médico do Serviço de Consulta de Vícios no Centro Médico de Montefiore, em declarações ao Daily Mail.

Por cá, a Direção Geral de Saúde classifica como sintomas mais comuns de depressão, os seguintes:
  • Modificação do apetite (falta ou excesso de apetite);
  • Perturbações do sono (sonolência ou insónia);
  • Fadiga, cansaço e perda de energia;
  • Sentimentos de inutilidade, de falta de confiança e de auto-estima, sentimentos de culpa e sentimento de incapacidade;
  • Falta ou alterações da concentração;
  • Preocupação com o sentido da vida e com a morte;
  • Desinteresse, apatia e tristeza;
  • Alterações do desejo sexual;
  • Irritabilidade;
  • Manifestação de sintomas físicos, como dor muscular, dor abdominal, enjoo.

* Esta notícia é gravíssima, põe em causa a ética médica e transforma-se a prescrição em aviamento. A Ordem dos Médicos sempre tão ágil a levantar problemas e tecer críticas, o que vai dizer deste envenenamento silencioso.

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