16/02/2016

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HOJE NO
"DIÁRIO  DE NOTÍCIAS
DA MADEIRA"

Governo quer respostas da 
comunidade antes das casas abrigo
 para vítimas de violência

O Governo vai apostar em respostas comunitárias nos municípios, para que as casas abrigo sejam a última resposta para vítimas de violência doméstica, estando também a estudar a criação de um referencial para planos municipais de igualdade.
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"Tem-se apostado muito nas casas abrigo. Mas, neste momento, temos também de apostar numa comunidade activa e numa resposta comunitária", disse hoje, em Coimbra, a secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade, Catarina Marcelino, sublinhando que a casa abrigo tem de ser "a última resposta" e não a primeira.

A aposta na comunidade terá de passar pela criação de respostas em conjunto com câmaras municipais e organizações não-governamentais, envolvendo todos os atores locais, referiu, indicando que o Governo já começou a estabelecer protocolos com autarquias, num trabalho focado no interior do país, "onde não há resposta para quem procura ajuda".

A secretária de Estado para a Cidadania e a Igualdade informou que o Governo vai também "lançar uma nova geração de planos municipais de igualdade".

O Governo pretende que os planos sejam "intermunicipais", para que possam ser "respostas não apenas para um concelho, mas de abrangência territorial maior", explanou Catarina Marcelino, referindo que "a ideia é agregar territórios que façam sentido" e tentar "encontrar respostas" adequadas a essa região.

De momento, "os planos municipais [para a igualdade] são muito de iniciativa do município, na sua conceção", e, apesar de o trabalho até ao momento ser positivo, a secretária de Estado considerou que é importante essa aposta num referencial, "que também ajuda à construção dos planos", partindo sempre de "um diagnóstico da realidade".

Catarina Marcelino falava aos jornalistas à margem do seminário "E se a escola do namoro formasse profissionais em violência?", organizado Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses, que decorreu hoje de manhã, no auditório da reitoria da Universidade de Coimbra.

Durante o seu discurso, este membro do executivo recordou que "a grande maioria" dos agressores e vítimas de violência doméstica tem cerca de 40 anos.

Face à verificação de que a maioria dos agressores e vítimas nasceram ou cresceram em democracia, Catarina Marcelino alertou para o facto de a sociedade e de a escola não terem sido "capazes de transmitir os valores e alterar os comportamentos".

A secretária de Estado considerou que as escolas "são o melhor meio para prevenir" uma violência "que tem género", recordando que o Governo está a trabalhar para lançar um programa de cidadania nas escolas, incorporando, nas diferentes disciplinas, "algumas questões que permitam que os alunos adquiram" valores e competências sociais, para dizerem não à violência.

"É importante que as raparigas tenham uma maior afirmação na sua postura social, e os rapazes perceberem que não são só os seus desejos físicos [que interessam]. Têm de ser pessoas que têm de controlar os seus impulsos e olhar para a rapariga como igual e não como um objecto", defendeu.

Questionada pela agência Lusa, Catarina Marcelino disse que o Governo gostaria que o programa fosse integrado nas escolas, "no início do próximo ano lectivo".

* Estamos de acordo com a sra. Secretária de Estado, mas carece de pragmatismo.

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