21/01/2016

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HOJE NO
"CORREIO DA MANHÃ"
Trabalho infantil na bateria 
do seu telemóvel 

Gigantes tecnológicas acusadas de pactuar com trabalho infantil.  

Uma investigação realizada pela Amnistia Internacional e pela Afrewatch – um observatório africano de recursos naturais – acusa várias empresas tecnológicas, incluindo a Apple, a Samsung e a Sony, de não verificarem com rigor se o cobalto que é usado na produção de baterias dos seus produtos é proveniente de trabalho infantil na extração deste metal. 


O relatório, intitulado This is what we die for (em português, É por isto que morremos) revela que 10% do cobalto utilizado pelas gigantes tecnológicas ainda provém de minas onde trabalham crianças com menos de 10 anos. O cobalto é usado na produção de baterias de íon-lítio, utilizadas na vasta maioria dos dispositivos eletrónicos, desde os smartphones, a tablets, passando por computadores portáteis. 

Condições de trabalho deploráveis 
De acordo com o relatório, existirão entre 110 mil e 150 mil pessoas a trabalhar em minas da República Democrática do Congo, às quais se juntam 40 mil crianças, que extraem o cobalto com ferramentas básicas. O metal é depois lavado e vendido a um mercado que posteriormente revende o material a diversas empresas incluindo a Apple, Dell, HP, Huawei, Lenovo, LG, Microsoft, Samsung, Sony e Vodafone. 

Os mineiros que trabalham nestas condições correm também um elevado risco de acidentes, devido à falta de equipamentos de proteção. Entre setembro de 2014 e dezembro de 2015 morreram, pelo menos, 80 pessoas. O número concreto não é conhecido, uma vez que a maioria dos acidentes não é registada. Além disso, a falta de luvas e máscaras faz com que aumente o risco dos trabalhadores desenvolverem doenças de pele e nos pulmões. 

Empresas descartam-se 
Cinco das empresas visadas no relatório - a Samsung, a Apple, a Sony, a Microsoft e a HP - apressaram-se a enviar comunicadas para a imprensa após a divulgação do relatório. No entanto, os comunicados, independentemente de uma ou outra diferença, apontam todos no mesmo sentido: é complicado fiscalizar a origem do cobalto. Paradoxalmente, as empresas garantem ter uma tolerância zero face ao trabalho infantil e deixam a promessa de que farão os possíveis para apertar a fiscalização sobre a proveniência do cobalto. 

* Todas as megas empresas do mundo abusam do trabalho infantil  e das condições de trabalho dos que exploram, como a miséria cheira mal não fazem isto nos seus próprios países.

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