16/01/2016

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HOJE NO 
"PÚBLICO"

Candidata favorável à independência
. ganhou presidenciais em Taiwan

A grande favorita à vitória das presidenciais em Taiwan, Tsai Ing-wen, ganhou as eleições com quase 60% dos votos, frente a Eric Chu (31%). Assim sendo, chega ao poder o “sinocéptico” Partido Democrata Progressista (PDP), de centro-esquerda, e passa para a oposição o Kuomintang (KMT), partido conservador que nos últimos anos de poder tinha vindo a ensaiar uma aproximação à China.
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Eric Chu já admitiu a derrota, pediu perdão aos seus apoiantes e demitiu-se da liderança do partido. “Felicito Tsai e o PDP pela sua vitória, que é também uma responsabilidade nos seus ombros e espero que levem a República da China e Taiwan a um futuro melhor.”

Aquela que será a nova Presidente da ilha prometeu manter a relação actual com a China, que considera Taiwan como parte do seu território. Mas as desconfianças de Pequim em relação a Tsai Ing-wen são muitas.

Nos últimos oito anos, o Governo de Taipé apostou numa política pragmática de pacificação com a China. Os esforços de aproximação do Presidente cessante, Ma Ying-jeou, do KMT, resultaram em mais de 20 acordos, sobretudo comerciais, com Pequim. O culminar deste processo de pacificação foi o encontro histórico de Novembro de 2015 entre os líderes dos dois lados do estreito da Formosa, Ma e Xi Jinping.

Mas aquilo que poderia ter jogado a favor de Eric Chu acabou por beneficiar o PDP, já que a maioria da população de Taiwan não vê com bons olhos esta perigosa “anexação económica” por parte da China e teme perder a sua sólida e vigorosa cultura democrática. Durante a campanha, a candidata do PDP teve todos os cuidados, limitando-se a dizer que irá continuar a respeitar o status quo entre os dois rivais.

No seu discurso de vitória, Tsai prometeu trabalhar “para manter a paz e a estabilidade” nas relações com a China. “Devemos garantir que não haverá nenhuma provocação ou incidente”, acrescentou a futura Presidente.

Horas mais tarde, em declarações aos jornalistas Tsai Ing-wen deixou um aviso a Pequim. “O nosso sistema democrático, a nossa identidade nacional e a nossa integridade territorial devem ser respeitados. Qualquer forma de violação afectará as relações entre os dois lados do estreito.”

Pela primeira vez depois da sua fundação em 1949 pelos nacionalistas de Tchang Kai-chek que fundaram a República da China (nome oficial do território) Taiwan, com os seus 23 milhões de habitantes, será dirigida por uma mulher que, sublinha o Libération, não é filha de, viúva de, nem mulher de, distinguindo-se assim da birmanesa Aung San Suu Kyi, da sul-coreana Park Geun-hye, da indiana Sonia Gandhi ou da norte-americana Hillary Clinton.

* Tchang Kai-chek era um bárbaro assassino mas o povo de Taiwan optou pela via do voto universal e mantém a decisão de manter boas relações com a China, dada a proximidade, mas suficientemente afastado e independente. Recorde-se que a feroz ditadura chinesa conseguiu expulsar Taiwan da ONU e o Ocidente submisso aceitou.

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