21/01/2016

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HOJE NO 
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS/
/DINHEIRO VIVO"

Constâncio lava mãos no Novo Banco 
e chuta para Carlos Costa

“BCE não teve interferência nas decisões relativas ao Novo Banco e no bail in”, isso é da responsabilidade do Banco de Portugal, atirou Constâncio

O Banco Central Europeu (BCE) voltou a descartar quaisquer responsabilidades no âmbito da resolução de bancos na zona euro e, no caso concreto do Novo Banco, diz que a responsabilidade cabe exclusivamente à autoridade de resolução, no caso ao Banco de Portugal governado por Carlos Costa. 
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PILATOS NO OFTALMOLOGISTA
Questionado diretamente sobre o precedente criado no Novo Banco (passagem de cinco obrigações para o banco mau, decidida a 29 de dezembro), Vítor Constâncio disse que o banco central sedeado em Frankfurt não tem nada a ver com isso e que são as autoridades de resolução, que no caso de Portugal ainda é o banco central, a definir as regras. É a segunda vez que o BCE lava as mãos e se distancia deste caso incómodo. 
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Na conferência de imprensa que decorreu esta quinta-feira em Frankfurt, o antigo governador do Banco de Portugal, agora vice-presidente do BCE, disse que a sua instituição “não teve interferência nas decisões relativas ao Novo Banco e no bail in”. “A partir de agora, há uma autoridade de resolução europeia e as regras de bail in são aplicadas no âmbito do Mecanismo Único de Supervisão [Single Supervisory Mechanism ou SSM] ou da autoridade de resolução nacional”. No caso de Portugal é o banco central, justamente. 
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Draghi reforçou a ideia e disse que há uma “clara separação” entre Banco Central Europeu e a entidade europeia (SSM) responsável pela resolução de bancos, logo o BCE não tem nada a ver com esse assunto, com as decisões tomadas, que são da exclusiva responsabilidade dessas entidades.
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BCE já se tinha demarcado 
Amplamente e crescentemente criticado por investidores internacionais, designadamente grandes bancos globais e fundos de gestão de ativos, e da contestação de clientes particulares nacionais, o governo e o Banco Central Europeu (BCE) isolaram ainda mais Carlos Costa na semana passada na decisão de devolver cinco emissões de obrigações seniores ao BES, tomada a 29 de dezembro. “A decisão do Banco de Portugal de fazer um bail in em algumas das obrigações seniores do Novo Banco foi tomada exclusivamente pelo Banco de Portugal debaixo dos poderes de resolução nacionais”, disse a instituição de Frankfurt a várias agências de notícias. 
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O regulador europeu sublinhou ainda que a decisão do Banco de Portugal “não foi pedida junto do BCE, nem foi aprovada”.
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Fúria na alta finança global 
A decisão do Banco de Portugal causou grande fúria junto da alta finança global uma vez que acarreta um haircut (taxa de desconto no valor do capital investido nas cinco obrigações do Novo Banco que passaram para o BES) na ordem dos 80%. A gestora Pimco, uma das mais lesadas no mercado de investidores “institucionais”, até já comparou Portugal à Venezuela. As cinco linhas obrigacionistas (dívida sénior, que supostamente estaria a salvo) estão avaliadas em dois mil milhões de euros. 
Entretanto, noticiou ontem o Dinheiro Vivo, os maiores bancos do mundo estão a analisar o caso Novo Banco desde o início deste mês e hoje têm mais uma reunião de crise para decidir (votar) se há ou não um “evento de crédito” (incumprimento de obrigações) e se devem ser acionados os respetivos seguros para cobrir as perdas em que os “institucionais” entretanto incorreram ou vão incorrer no caso Novo Banco. A Associação Internacional de Swaps e Derivados (ISDA ou International Swaps and Derivatives Association), que representa o mercado de seguros contra perdas e incumprimento em ativos financeiros, tem esta quinta-feira dia 21 de janeiro a tal reunião de alto nível do seu “comité de determinações”, confirmou a instituição. 
Este órgão consiste num grupo de 15 elementos (10 do lado da oferta, os grandes bancos grossistas, e cinco do lado da procura, as gestoras de ativos, os retalhistas), a que se juntam ainda três consultoras e observadores centrais. Há já quem diga que caso seja declarado legalmente default nas cinco obrigações, isso pode alastrar a mais obrigações do NB e “teoricamente” atingir mais de 50 linhas obrigacionistas, no valor de 18 mil milhões de euros.

Os grandes à mesa
Na mesa estão: Bank of America, Barclays Bank, BNP Paribas, Citibank, Credit Suisse, Deutsche Bank, Goldman Sachs, JPMorgan Chase, Morgan Stanley e Nomura. Além das instituições com direito a voto (o esquema de votação é rotativo) participam na reunião o gigante japonês Mizuho, a Société Générale e cinco fundos de gestão de capitais como AllianceBernstein, BlueMountain Capital Management, Citadel, Pimco (Pacific Investment Management Co), Cyrus Capital Partners, Elliott Management.

* Vitor Constâncio o "Pilatos" manda Carlos Costa para o calvário.


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