Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
13/12/2015
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PORQUE NOS
"INQUIETAMOS"!
3 - É proibido falar em Angola
ÚLTIMO EPISÓDIO
Em novembro de 2015 começou o julgamento dos 17 ativistas
angolanos acusados de planear uma rebelião contra o presidente. A
Pública esteve em Luanda e traz uma série especial sobre o país. Assista
a este vídeo, primeiro bloco do documentário "É proibido falar em
Angola" que será publicado em blocos no período do julgamento.
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ELISABATE MIRANDA
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IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
12/12/15
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As 1000 famílias
que mandam nisto tudo
(e não pagam impostos)
Depois de ter passado sete anos à frente da
Direcção-geral dos Impostos mergulhado num silêncio sepulcral, José
Azevedo Pereira concedeu uma entrevista à SIC-Notícias (a segunda no
espaço de poucos meses) que vale a pena ouvir.
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Entre o muito que não diz mas insinua, e as conclusões que consente que se tirem sobre a manipulação política a que o Fisco terá sido sujeito durante o último Governo, há uma informação que deixou cair sem ambiguidade: em 2014, quando saiu da Autoridade Tributária, uma equipa especial por si chefiada tinha identificado cerca de 1.000 famílias ricas – os chamados "high net worth individuais" – que, por definição, acumulavam 25 milhões de euros de património ou, alternativamente, recebiam 5 milhões de euros de rendimento por ano.
Ora, "em qualquer país que leva os impostos a sério", este grupo de privilegiados garante habitualmente cerca de 25% da receita do IRS do ano (palavras de Azevedo Pereira). Por cá, os nossos multimilionários apenas asseguravam 0,5% do total de imposto pessoal. Ou seja, (conclusão nossa), como estamos em Portugal, onde estas coisas da igualdade perante a lei e a equidade tributária são aplicadas com alguma flexibilidade, os "multimilionários" pagam 500 vezes menos do que seria suposto.
Sem nunca se querer comprometer muito, Azevedo Pereira descreve que, em Portugal como no resto do mundo, estamos perante grupos de cidadãos que têm acesso fácil aos decisores políticos e grande capacidade de influenciar a feitura das leis. Mas se, como assinala e bem, este não é um fenómeno exclusivamente nacional, e lá por fora os ricos sempre vão pagando mais impostos, presume-se que em Portugal a permeabilidade dos nossos governantes e deputados tem sido bem maior (conclusão nossa).
A situação não é uma fatalidade, pode remediar-se "desde que haja vontade política", sendo certo que o grupo de funcionários do Fisco que estava a trabalhar neste tema até 2014 foi entretanto desmantelado (palavras de Azevedo Pereira).
Citando apenas meia dúzia de números elucidativos, e sem quebrar qualquer dever de confidencialidade, o antigo director-geral dos impostos prestou um importante serviço público. Só é pena que tenha demorado oito anos a começar a falar e que, oito anos depois, a Autoridade Tributária continue a ser uma estrutura opaca, que silencia informação estatística fundamental para se fazerem debates informados, e que subtrai do conhecimento geral todas as valiosas interpretações que adopta. Não é só o acesso privilegiado de um punhado de contribuintes ao poder que distorce a democracia e desvia milhões dos cofres públicos. A falta de transparência das instituições públicas também.
Entre o muito que não diz mas insinua, e as conclusões que consente que se tirem sobre a manipulação política a que o Fisco terá sido sujeito durante o último Governo, há uma informação que deixou cair sem ambiguidade: em 2014, quando saiu da Autoridade Tributária, uma equipa especial por si chefiada tinha identificado cerca de 1.000 famílias ricas – os chamados "high net worth individuais" – que, por definição, acumulavam 25 milhões de euros de património ou, alternativamente, recebiam 5 milhões de euros de rendimento por ano.
Ora, "em qualquer país que leva os impostos a sério", este grupo de privilegiados garante habitualmente cerca de 25% da receita do IRS do ano (palavras de Azevedo Pereira). Por cá, os nossos multimilionários apenas asseguravam 0,5% do total de imposto pessoal. Ou seja, (conclusão nossa), como estamos em Portugal, onde estas coisas da igualdade perante a lei e a equidade tributária são aplicadas com alguma flexibilidade, os "multimilionários" pagam 500 vezes menos do que seria suposto.
Sem nunca se querer comprometer muito, Azevedo Pereira descreve que, em Portugal como no resto do mundo, estamos perante grupos de cidadãos que têm acesso fácil aos decisores políticos e grande capacidade de influenciar a feitura das leis. Mas se, como assinala e bem, este não é um fenómeno exclusivamente nacional, e lá por fora os ricos sempre vão pagando mais impostos, presume-se que em Portugal a permeabilidade dos nossos governantes e deputados tem sido bem maior (conclusão nossa).
A situação não é uma fatalidade, pode remediar-se "desde que haja vontade política", sendo certo que o grupo de funcionários do Fisco que estava a trabalhar neste tema até 2014 foi entretanto desmantelado (palavras de Azevedo Pereira).
Citando apenas meia dúzia de números elucidativos, e sem quebrar qualquer dever de confidencialidade, o antigo director-geral dos impostos prestou um importante serviço público. Só é pena que tenha demorado oito anos a começar a falar e que, oito anos depois, a Autoridade Tributária continue a ser uma estrutura opaca, que silencia informação estatística fundamental para se fazerem debates informados, e que subtrai do conhecimento geral todas as valiosas interpretações que adopta. Não é só o acesso privilegiado de um punhado de contribuintes ao poder que distorce a democracia e desvia milhões dos cofres públicos. A falta de transparência das instituições públicas também.
IN "JORNAL DE NEGÓCIOS"
12/12/15
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ESTA SEMANA NO
"OJE"
"OJE"
Era do carvão terminará em 2030,
garante APREN
É possível Portugal atingir "100% de eletricidade renovável na década de 40 deste século", defende Sá da Costa
O presidente da Associação Portuguesa de Energias Renováveis (APREN),
António Sá da Costa, defendeu na Cimeira do Clima (COP21) em Paris que
em 2030 “de certeza” que não haverá centrais elétricas a carvão em
Portugal.
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António Sá da Costa disse à Lusa, durante a conferência de
apresentação na COP21, do “Compromisso português para o Crescimento
Verde”, que as duas centrais a carvão em Portugal, a de Sines e a do
Pego, “não são eternas” e que, em média, “duram entre 30 a 40 anos”,
apontando inicialmente a “ida para a reforma” das duas centrais para a
década de 2020.
O também vice-presidente da Federação Europeia de Energias Renováveis
sublinhou que Portugal tem “muito bons recursos renováveis” e que “é um
desperdício” não se aproveitar “a matéria-prima que é de borla”,
bastando construir os equipamentos, “ao passo que no carvão ou no gás
natural” gasta-se dinheiro no equipamento e “ao longo da vida das
centrais a comprar combustível”.
“Muitas vezes, diz-se: ‘Ah, mas somos pequeninos, não tem peso’. Se
cada um dos pequeninos fizer o seu papel, ficamos bem na fotografia e o
planeta melhora. Se continuarmos a pensar que o problema não é nosso
então isto continua num processo que vai degenerar para quem vai sofrer
mais com as alterações climáticas”, continuou, alertando que “na Europa,
Portugal será dos mais afetados”.
António Sá da Costa defendeu ainda que é possível Portugal atingir
“100% de eletricidade renovável na década de 40 deste século”, apontando
que “se no ano 2000 a eletricidade tinha cerca de 30 por cento de
renováveis, não é nada do outro mundo passar, em 20 anos, para 60%, nos
dez anos seguintes para 80% e na década seguinte de 80 para 100%”.
O presidente da APREN criticou também “as metas indicativas” que se
estão a esboçar na COP21 porque “quando não existe penalidade por não
cumprir, ninguém cumpre”.
* OXALÁ
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ESTA MÊS NA
"BLITZ"
"BLITZ"
Lady Gaga:
'Pensei que a culpa de ter
sido violada era minha'
A cantora falou, pela primeira vez, sobre o impacto traumático que o crime de que foi alvo teve na sua vida.
Lady Gaga falou publicamente, pela primeira vez, sobre a violação de que
foi alvo quando adolescente, num painel de discussão sobre
The Hunting Ground
, documentário sobre a ocorrência deste tipo de crimes em universidades norte-americanas.
A cantora afirmou que "'Til It Happens To You", tema que faz parte da
banda-sonora do documentário em questão, é sobre a violação de que ela
própria foi alvo, afirmando que as marcas da mesma a afectaram física e
psicologicamente.
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"Não contei a ninguém durante sete anos. Não sabia como pensar nisso.
Não sabia como o aceitar. Não sabia como não me culpabilizar. Mudou
completamente o que eu era", disse, acrescentando, "devido à maneira
como me vestia, e devido à minha personalidade provocatória, pensei que a
culpa do que me aconteceu era minha".
No ano passado, Lady Gaga confessou ter sido violada por um produtor com
quem trabalhava na sua adolescência, nunca tendo comentado o caso. Em
junho, a cantora escreveu uma carta em que urgia o governo
norte-americano a tomar medidas contra os casos de violações de
estudantes universitárias, nos campus das mesmas.
* Não é só o brilho das luzes, infelizmente.
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O QUE NÓS
"FESTEJAMOS"!!!
FRANK SINATRA, evocação.O QUE NÓS
"FESTEJAMOS"!!!
O primeiro número da ONDA POP explica quase tudo, os primórdios, os conceitos, a paginação e artigos publicados demonstram o trabalho destes rapazolas nos idos de 60.
Ontem foi publicado o nº61 da edição impressa abrindo a página com o album emblemático ABBEY ROAD dos BEATLES, palavras para quê?
ROMINA POWER mais uma história de sucesso e longevidade,imperdível.
No concurso "SCHWEPPS" uma grande senhora do fado felizmente ainda viva.
ROMINA POWER mais uma história de sucesso e longevidade,imperdível.
No concurso "SCHWEPPS" uma grande senhora do fado felizmente ainda viva.
QUENTIN E. KLOPPJAEGER, história de vida curiosa e de grande profissionalismo.
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KAREN YOUNG e WILSON PICKETT, a "ONDA POP" cintila de estrêlas.
GIRA DISCOS de capas bonitas e bem feitas de acordo com a tecnologia da época, quase todas desconhecidas.
Cantem com a "ONDA POP" com os BEATLES, BOBBY SHERMAN e JACKIE DE SHANNON.
ROY KELTON ORBISON o respeito por uma lenda.
A "ONDA POP" continua cheia de informação verdadeira, bem elaborada e metódica, sem folclores, mantém a corência da sua génese.Na net e em português tem o condão de informar e trazer ao presente um passado glorioso de música como ninguém faz. Temos o orgulho de dizer que os autores são nossos amigos mas não é por isso que estão na "PEIDA", é pelo valor e inteligência que demonstram.
Neste blogue, na coluna da direita tem um link directo.
OBRIGATÓRIO IR VER!!!
ABJEIAÇOS
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ESTA SEMANA NA
"SÁBADO"
"SÁBADO"
Afinal, as modelos XL estão
a alimentar o problema da obesidade
O tema é polémico. Por um lado há quem defenda que a
imagem estereotipada de beleza promove a anorexia e a depressão nas
raparigas que não conseguem ter corpos tão magros. Agora, um estudo
realizado por especialistas de marketing e de publicidade, vem alertar
para o perigo contrário. A utilização de modelos XL alimenta a epidemia
da obesidade, já que encoraja a ideia de que ter excesso de peso é
aceitável. O que prejudica os estilos de vida e de alimentação do
público.
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O co-autor do estudo, Brent McFerran, da Universidade Simon Fraser,
no Canadá, considera: "Apesar de este estudo demonstrar que aceitar
corpos maiores tem consequências negativas, a pesquisa também mostra que
a estigmatização desses corpos e a humilhação da gordura não motiva as
pessoas para perderem peso".
Para alcançar estes resultados, os investigadores realizaram cinco
experiências para verificar como é que as pessoas reagiam a indicações
que sugeriam que a obesidade é aceitável.
Sempre que isto acontecia, os sujeitos do estudo mostravam maior
intenção de consumir, ou consumiam mesmo mais comidas pouco saudáveis e
diminuía a sua motivação para ter um estilo de vida mais saudável.
Segundo os investigadores, esta mudança de comportamento deve-se ao
facto de as pessoas passarem a ter uma sensação crescente de que a
obesidade era algo socialmente aceite.
McFerran sugere: "Já que nem aceitar, nem estigmatizar corpos grandes
atinge os resultados desejados, seria benéfico os responsáveis de
marketing e os legisladores procurarem um meio termo, usando pessoas com
um peso saudável e, mais importante ainda, tentarem não dar ênfase, de
todo, ao tamanho do corpo".
* Só o bom senso resolve.
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ESTA SEMANA NA
"VISÃO"
"VISÃO"
A maldição do sobrediagnóstico
E se um check-up fizer mais mal do que bem? E se tratar precocemente levantar apenas dúvidas em vez de nos dar certezas? Um movimento na classe médica defende que demasiada intervenção também pode matar. Leia a entrevista com Luís Correia, cardiologista e professor na Universidade Federal da Baía, encabeça no Brasil a campanha Choosing Wisely
Luís Correia, 46 anos, cardiologista e professor na Universidade Federal
da Baía, encabeça no Brasil a campanha Choosing Wisely (algo como
"escolher de forma sensata"), lançada nos Estados Unidos, e que tem como
objetivo combater o uso de recursos pseudocientíficos na Medicina,
promovendo as medidas baseadas na evidência.
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Defende que é preciso levar o pensamento científico à Medicina. Esta não é uma ciência já?
O pensamento médico é supostamente científico, porém não tem sido assim
exatamente. Na prática, utiliza-se muito crença e tradição, em
detrimento de evidências. Precisamos de transportar o paradigma
científico para o mundo médico. Há uma certa prepotência no médico que o
leva a ser dogmático.
E os doentes estão preparados para aceitar estas alterações?
Temos de oferecer à população um pensamento racional. O que não
acontece. Um dos grandes problemas de hoje da Medicina é o
sobrediagnóstico e o sobretratamento. Há procedimentos que não deviam
estar a ser feitos.
Por exemplo...
A
angioplastia coronária em pessoas assintomáticas, apanhadas num
diagnóstico de rotina, e que leva à colocação de um stent. É um
tratamento que não traz benefício algum a quem não tem angina. Outro
exemplo é a prescrição de glucosamina para tratamento da artrose do
joelho. Está comprovado que não traz benefício além do efeito placebo no
controlo da dor. Mas continua a ser altamente usado em ortopedia.
E isso acontece porquê?
Porque vivemos sob a mentalidade do médico ativo, com a ideia de que
‘‘sou melhor médico se prescrever’’. O médico sente-se melhor
profissional se fizer, se prescrever medicamentos, exames…
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Mas os procedimentos médicos obedecem a guidelines, respeitadas pela classe.
Certo. Só que as guidelines são escritas por pessoas, não deuses. Há
umas ótimas e outras que nem por isso. Devem existir para nos nortear.
Mas têm de ser olhadas com uma visão crítica. E há conflitos de
interesse. Faz parte do ser humano.
Para satisfazer interesses comerciais?
Sim. Por exemplo, valorizar excessivamente níveis glicémicos um pouco
acima de 100 mg/dl leva a que se vendam muito mais milhões de
medicamentos para tratar a diabetes.
* Uma entrevista da jornalista SARA SÁ.
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ESTA SEMANA NO
"SOL"
"SOL"
Credibilidade das ‘secretas’
foi prejudicada
Os serviços de informações estão debaixo de fogo desde que o
‘ex-espião’ Silva Carvalho, no seu julgamento, revelou uma série de
ilegalidades. Especialistas dividem-se quanto aos efeitos na
credibilidade da ‘secreta’ nacional. O primeiro-ministro ainda não
reagiu.
Nas últimas semanas, o
país soube mais sobre o funcionamento dos serviços secretos do que
durante as últimas décadas. O ex-diretor do Serviço de Informações
Estratégicas e de Defesa (SIED) revelou, no julgamento do chamado ‘caso
secretas’, que grande parte dos procedimentos internos são ilegais e que
o segredo de estado serve apenas para camuflar as irregularidades.
Deixou claro que há – ou pelo menos houve – infiltrados em empresas como
a Ongoing e a PT e que os serviços detêm órgãos de comunicação social.
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As declarações ainda não mereceram comentários oficiais, mas segundo o
antigo ministro da Administração Interna Figueiredo Lopes têm de ser
analisadas ao pormenor: «Este tipo de revelações é sempre nocivo ao bom
funcionamento dos serviços e à credibilidade e confiança que têm no
plano internacional», disse ao SOL.
Igualmente contactado pelo SOL, o primeiro ministro, António Costa,
que tem a tutela do Sistema de Informações da República Portuguesa
(SIRP), não fez qualquer comentário. Por seu turno, o secretário geral
do SIRP, Júlio Pereira, disse apenas que enquanto durar o julgamento
«não pretende fazer comentários sobre estes assuntos».
Figueiredo Lopes considera, no entanto, que deveria ser dada uma
explicação à opinião pública, pois «uma coisa é andar no limite da lei
para conseguir o bom funcionamento dos serviços e outra é a
possibilidade de existir um funcionamento assente em atos ilegais».
Mas Filipe Pathé Duarte, professor universitário no Instituto
Superior de Ciências Policiais e Segurança Interna, considera que o que
deve ser analisado com este caso são as limitações que a lei impõe aos
serviços portugueses e que considera excessivas.
Além dos problemas de credibilidade internos, Figueiredo Lopes lembra
que, com as atuais ameaças externas, os serviços secretos dos países
têm de cooperar ativamente. E considera que «tal cooperação é tanto
maior quanto mais confiança houver entre os respetivos serviços».
‘Secretas’ são ilegais ou desenrascadas?
Para Pathé Duarte esse não é, no entanto, um problema. O também
porta-voz do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e
Terrorismo (OSCOT) explica ao SOL que as limitações legais das
‘secretas’ portuguesas serão «certamente do conhecimento dos serviços
estrangeiros» e confia, por isso, que todas estas revelações serão
compreendidas à luz dessa realidade.
«Há um constrangimento legal ao funcionamento efetivo dos serviços de
informações no cumprimento dos seus fins. O que se deve aproveitar para
discutir é a necessidade de desenvolver e incentivar uma cultura de
intelligence, não só entre a comunidade dos decisores políticos, mas
também na sociedade civil – cultura que não existe atualmente», defende
Pathé Duarte.
O especialista refere ainda que «é preciso compreender que algumas
das ações agora referidas como ilegais serão feitas para salvaguardar
determinadas ameaças» – ou seja, na sua opinião, «poderão ser ilegais
mas não necessariamente ilegítimas».
‘Fuga para a frente’
Frisando as diversas restrições legais e políticas, Pathé Duarte
destaca ainda que o_facto de não ser permitido aos serviços de
informações fazer escutas telefónicas é muito constrangedor:_«Estes
meios não poderão deixar de ser usados se se estiver perante uma
ameaça, que se sabe à partida que pode ser mitigada com recurso a
escutas».
Se para Figueiredo Lopes todas estas revelações deveriam levar a um
esclarecimento oficial da opinião pública, Pathé Duarte desvaloriza-as,
considerando que o que foi relatado pelo antigo diretor da ‘secreta’
externa são formas de contornar obstáculos: «É um plano de fuga, ainda
que ilegal, para uma boa execução da prática de intelligence».
Na sua opinião, muitas das práticas que têm sido noticiadas «não põem
em causa os princípios fundamentais de um Estado de Direito».
Sobre a necessidade de haver um controlo sobre os serviços para que
não possam ser feitas investigações de forma arbitrária – como o
Ministério Público_(MP) acredita ter acontecido no caso em que Silva
Carvalho é o principal arguido – o porta-voz da OSCOT sugere a criação
de um colégio de juízes que fiscalize a necessidade de determinadas
ações.
Esta ideia não é nova. A possibilidade de o SIS (’secreta’ interna) e
o SIED (externa) terem acesso a metadados foi chumbada pelo Tribunal
Constitucional em agosto. O novo regime jurídico – que já tinha sido
aprovado no Parlamento – previa a existência de uma comissão de
fiscalização composta por juízes conselheiros.
O que já foi revelado
Na última sessão do julgamento, há uma semana, Jorge Silva Carvalho
revelou perante o coletivo presidido pela juíza Rosa Brandão que os
serviços secretos tiveram um ‘espião’ nos quadros da Ongoing. O
ex-diretor do SIED pretendia esclarecer o motivo pelo qual passou
informações sigilosas a um quadro daquele grupo empresarial sobre dois
cidadãos russos – uma das acusações que lhe são feitas pelo MP. Silva
Carvalho terá ainda garantido que Fernando Paulo Santos, o ‘espião’,
recebia dos serviços para estar naquela empresa.
Os dois estrangeiros investigados estavam em conversações com o grupo
de Nuno Vasconcellos para aquisição de um porto na Grécia. O MP
considera que a transmissão de documentos sigilosos a um quadro da
Ongoing constituiu uma violação do segredo de Estado e um crime de
corrupção, defendendo que – em paralelo com a passagem de informação
privilegiada – Silva Carvalho estaria já a tratar da sua passagem para a
empresa liderada por Nuno Vasconcellos.
Mas a existência de um espião na Ongoing é apenas um detalhe no meio
de tudo o que já foi dito perante o tribunal. Têm sido feitas muitas
outras revelações por Silva Carvalho sobre o funcionamento operacional
das ‘secretas’. Uma delas aconteceu há algumas semanas, quando afirmou
que «90% do modus operandi das ‘secretas’ é ilegal». E deu exemplos: são
vigiadas, fotografadas e filmadas pessoas que não estão sequer sob
investigação. Adiantou também que o segredo de Estado só tem servido
para abafar estas situações.
Segundo o antigo responsável do Serviço de Informações Estratégicas e
de Defesa, existem casos de manipulação de jornalistas e outros em que
países estrangeiros ‘compraram’ jornalistas, sendo tudo do seu
conhecimento.
Mas uma das informações que mais surpresa causou foi o facto de as
‘secretas’ portuguesas serem proprietárias de órgãos de comunicação
social, ainda que durante o julgamento não tenham sido detalhados os
nomes dos referidos meios.
Silva Carvalho diz que se viu ‘empurrado’
À saída de uma das últimas sessões, Silva Carvalho disse aos
jornalistas que «preferia não ter sido colocado nessas circunstâncias»
(fazer revelações sobre o funcionamento das ‘secretas’). E garantiu ter
tido um cuidado acrescido para não expor em demasia os serviços: «Tentei
responder com verdade ao Tribunal, sem comprometer o que considero
serem os limites últimos. Mas em todo este processo empurraram-me e
conduziram-me para esta situação».
Mas não poderá Silva Carvalho ser julgado por estar a violar segredos
de funcionamento dos serviços? «O entendimento do Tribunal foi o de que
eu podia prestar declarações porque, de alguma forma, estas matérias
seriam desclassificadas», respondeu o ex-diretor do SIED, alertando para
o facto de não ter concordado: «Não concordei, mas segui o conselho do
Tribunal».
O que é o caso ‘secretas’
Este processo tem como arguidos Jorge Silva Carvalho, o presidente da
Ongoing, Nuno Vasconcellos, dois agentes do SIED e uma antiga
funcionária da Optimus. Em causa estão os crimes de acesso ilegítimo a
dados pessoais, abuso de poder, violação do segredo de Estado e
corrupção ativa e passiva para ato ilícito.
O Ministério Público sustenta que Nuno Vasconcellos contratou Silva
Carvalho para os quadros da empresa para conseguir informações secretas.
Além disso, segundo a acusação, a arguida Gisela Teixeira,
ex-funcionária da Optimus, entrou indevidamente nos dados de
comunicações do jornalista Nuno Simas, em 2010. O jornalista tinha
noticiado a existência de uma tensão interna no SIED.
* A credibilidade do topo da hierarquia das autoridades portuguesas anda pelas ruas da amargura, Miguel Macedo, Pallos, Antónia Anes e Figueiredo envergonham o país, desejamos que o novo governo inverta esta tendência.
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ESTA SEMANA NO
"EXPRESSO"
"EXPRESSO"
Angola.
“Lavandaria” de dinheiro a céu aberto
Chineses, libaneses, malianos e senegaleses fazem, todos os dias, nas ruas de Angola, transações de milhões de dólares
Depois dos bancos americanos terem
fechado a torneira, a ‘mina’ de dólares em dinheiro fresco secou e a
economia angolana padece, agora, de uma inesperada ‘gripe’, sem fim à
vista, a curto prazo.
O mercado paralelo continua, entretanto, a driblar a crise e os seus agentes esfregam as mãos de contentes, arrecadando lucros astronómicos com a venda, a preços especulativos, da moeda norte-americana.
Cada vez mais asfixiado com a brusca queda
do preço do barril de petróleo, o Banco Nacional de Angola (BNA) foi
obrigado a reduzir, na primeira semana deste mês, para 66% a injeção de
divisas nos bancos comerciais.
E se, à cautela, o governo preferiu não arriscar, na proposta de orçamento para 2016 a previsão da taxa de câmbio continua a subir o número de bancos internacionais que decidiu congelar a sua condição de correspondentes dos bancos angolanos.
E sem dólares para garantir a importação de matérias-primas, algumas empresas como a Refriango e a Cuca foram obrigadas a encerrar diversas linhas de produção mas outras como a EKA, segundo fonte do Ministério da Indústria, podem mesmo vir a encerrar.
Para contornar esta situação, o presidente do banco BIC, Fernando Teles, defende que “Angola deveria importar mais euros, rands sul-africanos e até dólares namibianos”.
Indo mais longe, o economista Victor Hugo acha que “mesmo que venha a ocorrer alguns constrangimentos numa primeira fase”, o recurso “à moeda chinesa poderá ser também uma saída”.
Depois da experiência com a Namíbia, alguns observadores levantam reservas à fiabilidade do acordo que vier a ser assinado com a China.
Os namibianos decidiram recusar receber mais kwanzas e exigem, agora, que Angola transfira dólares para as suas contas contra a acumulação, nos seus cofres, de enormes quantidades de moeda angolana, que “não sabem o que fazer deles”.
“O acordo monetário firmado, neste domínio, entre os dois países, fracassou redondamente”, reconheceu uma fonte do BNA.
A crise de tesouraria agora atinge também os kwanzas e há ministérios que não pagam os ordenados dos funcionários há dois meses. Em muitas cidades do país, em diversos bancos, os angolanos deixaram de poder levantar dinheiro através do sistema multibanco como resultado do entesouramento levado a cabo pela máfia chinesa.
Mas, no meio desta tempestade, em contraste com a redução da oferta dos bancos comerciais, assiste-se a uma continuada e triunfal presença de dólares no incontrolável mercado paralelo.
Donde vieram os dólares?
Afinal, de onde vem o poder deste mercado para ditar as regras de jogo em torno da moeda norte-americana? Com o mercado empanturrado de dólares em tempos de vacas gordas, chineses e libaneses aproveitaram a bonança para recusar pagamentos por ordem de transferência bancária ou por via de cartões eletrónicos.
“Só aceitavam dinheiro vivo em kwanzas ou dólares”, revelou ao Expresso o empresário de construção civil, Fernando Cardoso.
Com os armazéns abarrotados de kwanzas, chineses e libaneses facilmente compravam dólares a preços duas vezes e meia inferior ao que se pratica hoje no mercado. Dólares que, por portas e travessas, eram retirados, de forma ilícita, de alguns bancos por alguns dos seus funcionários para serem canalizadas para as casas de câmbio ou diretamente para a candonga.
E os garimpeiros de diamantes provenientes da África central e oeste não deixavam também de acumular somas significativas de dólares, que lhes permitem hoje controlar, na rua, o mercado cambial.
Remessas não controladas de dinheiro passaram igualmente a ser enviadas, de forma ilegal, para a China, a partir do aeroporto 4 de Fevereiro. “O porto de Luanda, através dos navios que traziam mercadoria diversa, era também outro corredor por onde vazavam as divisas”, disse uma fonte da capitania do porto.
Hoje, em tempo de penúria, a par dos chineses e libaneses, quem manda no mercado cambial informal são também os comerciantes malianos e senegaleses, que montaram o seu “banco de dólares” a céu aberto, no bairro do Cassenda.
“Aqui são feitas, em poucas horas, diversas transações que, de uma assentada, atingem o milhão de dólares e, o que é estranho, é que a polícia sabe disso mas não intervém...”, revelou ao Expresso Victor Moreira, morador naquele bairro.
Noutro extremo, os angolanos com necessidades de adquirir mercadoria na China, adiantam os kwanzas em Luanda aos chineses e estes, sem qualquer interferência bancária, disponibilizam a moeda chinesa no seu país...
“Nesta senda, estamos a ser todos cúmplices da vergonhosa transformação de Angola numa gigantesca ‘lavandaria’ de dinheiro” — disse o economista Jeremias Silvestre.
* Os nossos comentários muito frequentes sobre a administração(mafia) angolana, não deixam margem para dúvidas sobre a nossa posição. Muitas vezes escrevemos sobre a "conivência" de autoridades e empresários nacionais com o bando de "ze du". Esta notícia só confirma o martírio em que vive o povo angolano.
O mercado paralelo continua, entretanto, a driblar a crise e os seus agentes esfregam as mãos de contentes, arrecadando lucros astronómicos com a venda, a preços especulativos, da moeda norte-americana.
PEGUE NUMA LENTE E LEIA OS NOMES |
E se, à cautela, o governo preferiu não arriscar, na proposta de orçamento para 2016 a previsão da taxa de câmbio continua a subir o número de bancos internacionais que decidiu congelar a sua condição de correspondentes dos bancos angolanos.
E sem dólares para garantir a importação de matérias-primas, algumas empresas como a Refriango e a Cuca foram obrigadas a encerrar diversas linhas de produção mas outras como a EKA, segundo fonte do Ministério da Indústria, podem mesmo vir a encerrar.
Para contornar esta situação, o presidente do banco BIC, Fernando Teles, defende que “Angola deveria importar mais euros, rands sul-africanos e até dólares namibianos”.
Indo mais longe, o economista Victor Hugo acha que “mesmo que venha a ocorrer alguns constrangimentos numa primeira fase”, o recurso “à moeda chinesa poderá ser também uma saída”.
Depois da experiência com a Namíbia, alguns observadores levantam reservas à fiabilidade do acordo que vier a ser assinado com a China.
Os namibianos decidiram recusar receber mais kwanzas e exigem, agora, que Angola transfira dólares para as suas contas contra a acumulação, nos seus cofres, de enormes quantidades de moeda angolana, que “não sabem o que fazer deles”.
“O acordo monetário firmado, neste domínio, entre os dois países, fracassou redondamente”, reconheceu uma fonte do BNA.
A crise de tesouraria agora atinge também os kwanzas e há ministérios que não pagam os ordenados dos funcionários há dois meses. Em muitas cidades do país, em diversos bancos, os angolanos deixaram de poder levantar dinheiro através do sistema multibanco como resultado do entesouramento levado a cabo pela máfia chinesa.
Mas, no meio desta tempestade, em contraste com a redução da oferta dos bancos comerciais, assiste-se a uma continuada e triunfal presença de dólares no incontrolável mercado paralelo.
Donde vieram os dólares?
Afinal, de onde vem o poder deste mercado para ditar as regras de jogo em torno da moeda norte-americana? Com o mercado empanturrado de dólares em tempos de vacas gordas, chineses e libaneses aproveitaram a bonança para recusar pagamentos por ordem de transferência bancária ou por via de cartões eletrónicos.
“Só aceitavam dinheiro vivo em kwanzas ou dólares”, revelou ao Expresso o empresário de construção civil, Fernando Cardoso.
Com os armazéns abarrotados de kwanzas, chineses e libaneses facilmente compravam dólares a preços duas vezes e meia inferior ao que se pratica hoje no mercado. Dólares que, por portas e travessas, eram retirados, de forma ilícita, de alguns bancos por alguns dos seus funcionários para serem canalizadas para as casas de câmbio ou diretamente para a candonga.
E os garimpeiros de diamantes provenientes da África central e oeste não deixavam também de acumular somas significativas de dólares, que lhes permitem hoje controlar, na rua, o mercado cambial.
Remessas não controladas de dinheiro passaram igualmente a ser enviadas, de forma ilegal, para a China, a partir do aeroporto 4 de Fevereiro. “O porto de Luanda, através dos navios que traziam mercadoria diversa, era também outro corredor por onde vazavam as divisas”, disse uma fonte da capitania do porto.
Hoje, em tempo de penúria, a par dos chineses e libaneses, quem manda no mercado cambial informal são também os comerciantes malianos e senegaleses, que montaram o seu “banco de dólares” a céu aberto, no bairro do Cassenda.
“Aqui são feitas, em poucas horas, diversas transações que, de uma assentada, atingem o milhão de dólares e, o que é estranho, é que a polícia sabe disso mas não intervém...”, revelou ao Expresso Victor Moreira, morador naquele bairro.
Noutro extremo, os angolanos com necessidades de adquirir mercadoria na China, adiantam os kwanzas em Luanda aos chineses e estes, sem qualquer interferência bancária, disponibilizam a moeda chinesa no seu país...
“Nesta senda, estamos a ser todos cúmplices da vergonhosa transformação de Angola numa gigantesca ‘lavandaria’ de dinheiro” — disse o economista Jeremias Silvestre.
* Os nossos comentários muito frequentes sobre a administração(mafia) angolana, não deixam margem para dúvidas sobre a nossa posição. Muitas vezes escrevemos sobre a "conivência" de autoridades e empresários nacionais com o bando de "ze du". Esta notícia só confirma o martírio em que vive o povo angolano.
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