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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
31/08/2015
GABRIELA CANAVILHAS
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IN "DIÁRIO ECONÓMICO"
26/08/15
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A arte da fuga, no Pontal
Pensando
no período eleitoral que se vive, “fuga para a frente”, em política,
significa avançar, intrepidamente, com o cabelo nos olhos, e rezar para
que corra bem!
"Arte da Fuga", de Johann Sebastian Bach (1685-1750), é
uma obra a todos o títulos verdadeiramente extraordinária e
inultrapassável enquanto síntese de um tempo - o pós-Idade Média
estendido até ao final do Barroco -, e símbolo de uma cultura - a
cultura europeia que floresceu por entre a exuberância do catolicismo do
sul e a ascese protestante do norte.
Esta obra grandiosa do
património musical da Humanidade é constituída por um conjunto de
catorze fugas e quatro cânones (formas musicais relativamente
complexas), mas tem a particularidade de todos os temas, de cada fuga e
cânone, serem baseados num único tema de grande simplicidade, mas
extremamente adaptável e flexível, que permite demonstrar exemplarmente o
quanto se pode fazer a partir da quase insignificância, desde que se
use a imaginação e a sabedoria.
Na "Arte da Fuga" de Bach, o
importante não é o tema, mas sim a forma como ele é apresentado,
metamorfoseado e sublimado. Da simplicidade da mensagem, rumo à
construção magnífica do seu suporte, Bach transcende-se na condição de
mortal.
Fuga, expressão que designa a velha forma musical
baseada na "imitação" de excertos de melodias, transformados e
complicados quase até à total abstração, em português é também sinónimo
de fugida/escapatória/evasão. Pensando no período eleitoral que se
vive, "fuga para a frente", em política, significa avançar,
intrepidamente, com o cabelo nos olhos, e rezar para que corra bem!
Irresponsavelmente, lembra-me a promessa de Passos Coelho no Pontal de
que irá tornar Portugal numa das dez economias mais competitivas do
mundo. Lembra-me o anúncio da coligação de que irá recuperar na próxima
legislatura o mesmo Estado social que tentou derrubar na presente
legislatura, depois de quatro anos a desmantelar sistematicamente o
edifício social do Estado, exercício que está a levar persistentemente
até aos últimos dias da governação - veja-se a recente transferência de
mais 60 milhões de euros para o ensino privado, deixando a escola
pública à míngua.
Por outro lado, a arte de passar uma mensagem
de grande simplismo (a alegada "bancarrota" socialista e o alegado país
do sucesso da ‘troika'), embrulhado em grande aparato, aparenta-se,
mesmo que muito longinquamente, com arte de compor em estilo fuga e
contraponto a partir de um pequeno tema: a descida do desemprego
festejada pela coligação esquece os 218 mil empregos a menos em
Portugal desde 2011 (dados do INE); o atual acesso aos mercados para
financiamento de Portugal (sem o qual entraria na mesma "bancarrota" de
2011) é, afinal, garantido pelo BCE, independentemente do ‘rating'
português (que continua no lixo); 20,4% dos portugueses, auferem hoje
salário mínimo - um aumento de 70% face a 2011; ¼ dos portugueses
encontram-se em risco de pobreza; o PIB caiu 7% desde 2011; o
crescimento da economia portuguesa em 2015 é metade da de Espanha e
igual à da falida Grécia (com inacreditáveis aplausos da maioria,
inebriada).
Afinal, não é a "Arte da Fuga", mas uma fuga sem arte nem génio.
IN "DIÁRIO ECONÓMICO"
26/08/15
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O líder delegou as respostas no presidente do grupo parlamentar Luís Montenegro.
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Senso d'hoje
Senso d'hoje
PEDRO PASSOS COELHO
PRIMEIRO-MINISTRO
Responde a três perguntas sobre a crise migratória na Europa,formuladas pela equipa de redacção do "DIÁRIO ECONÓMICO":
PRIMEIRO-MINISTRO
Responde a três perguntas sobre a crise migratória na Europa,formuladas pela equipa de redacção do "DIÁRIO ECONÓMICO":
1- Portugal devia fazer um maior esforço no acolhimento de migrantes nesta crise migratória?
2- A resposta a este êxodo deve ser europeia ou
nacional? Quais as medidas que Portugal deve propor para a existência de
uma resposta europeia?
3- A pressão migratória pode pôr em risco o espaço Schengen na Europa?
1-O aumento do número de pessoas que reclamam proteção junto dos países
europeus é essencialmente resultado do agravamento dos conflitos em
vários países, alguns dos quais geograficamente próximos da União
Europeia, como sucede com a Líbia e a Síria. As propostas de
reinstalação e recolocação recentemente acordadas permitirão aos
Estados-membros oferecer, no curto-prazo, proteção a mais de 50 mil
pessoas, ajudando igualmente os países europeus e vizinhos mais
pressionados. Neste contexto, Portugal apoiará 1500 pessoas - um aumento
muito significativo em relação aos números anuais de refugiados que têm
procurado proteção no nosso país.
2-O primeiro e mais imediato objetivo é combater a ocorrência de novas
tragédias humanitárias e reforçar a solidariedade europeia no apoio aos
refugiados. Nessa linha se insere a intensificação das operações da
FRONTEX no Mediterrâneo (em que Portugal tem participado ativamente) e
que tem permitido salvar inúmeras vidas humanas. Um segundo objetivo tem
que ver com a modernização das políticas nacionais e europeias em
matéria de proteção internacional, bem como pela sua evolução no sentido
de uma verdadeira política comum nesta matéria.
3-O problema não está na Europa mas na origem desses fluxos migratórios
e não haverá uma resposta suficiente se não formos capazes de
contribuir mais ativamente (seja ao nível da União Europeia, seja no
plano global da comunidade internacional) para a resolução dos conflitos
que causam os movimentos de refugiados. Isso exigirá uma política
externa mais ativa nas suas múltiplas dimensões e a capacidade de
trabalhar em conjunto para devolver a estabilidade aos países em
conflito.
O líder delegou as respostas no presidente do grupo parlamentar Luís Montenegro.
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