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Cansados de blogs bem comportados feitos por gente simples, amante da natureza e blá,blá,blá, decidimos parir este blog do non sense.Excluíremos sempre a grosseria e a calúnia, o calão a preceito, o picante serão ingredientes da criatividade. O resto... é um regalo
30/08/2015
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Memory Banda
O grito de uma guerreira
contra o casamento infantil
A vida de Memory Banda tomou um caminho diferente do da sua irmã. Quando
a sua irmã atingiu a puberdade, foi enviada para um tradicional "campo
de iniciação" no qual as raparigas aprendem "como satisfazer sexualmente
um homem". Lá, engravidou aos 11 anos de idade. Banda, no entanto,
recusou-se a ir. Em vez disso, organizou um grupo e pediu à líder da sua
comunidade que emitisse uma proposta de lei segundo a qual nenhuma
rapariga poderia ser forçada a casar antes dos seus 18 anos. Levou esta
questão a nível nacional, com incríveis resultados para as raparigas do
Malawi.
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MIGUEL GUEDES
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O triunfo dos Trump
Neste contexto de fronteira,
a simplicidade confunde-se com o vazio e o que era uma piada há uns
meses transforma-se numa realidade curta e grossa. Trump lidera as
sondagens para a nomeação no Partido Republicano apesar de ter declarado
que até poderá concorrer como independente caso não consiga a nomeação.
É que para Donald só existe Trump. E um país ao seu serviço, para
desespero dos republicanos conscientes de que, com ele na corrida para
presidente, Hillary Clinton lavará, como mulher, a eleição tão alva e
tão limpa quanto Trump desejaria que domesticamente lavasse a roupa do
Bill.
Trump detestaria dar uma boa luta a uma mulher e depois sair a perder. E por isso, se estiver perto de ganhar a corrida no partido, aposto que desiste antes que seja tarde. A responsabilidade de estender a passadeira vermelha a uma sucessão de mandatos democratas na Casa Branca (seria o terceiro com Hillary, algo que só aconteceu duas vezes na história dos EUA, uma no século XIX e outra com Roosevelt a pretexto do pós-guerra) é demasiado pesada para o homem que quer construir um muro entre o México e os EUA de forma a acabar de vez com a entrada de pessoas que "trazem droga, crimes e violadores", como vociferava no seu discurso de apresentação de candidatura. Não que os seus debates, entrevistas ou declarações avulsas sejam mais cândidos, atentando nas mais recentes polémicas com a jornalista Megan Kelly ou com a "ex-nota 10" a Heidi Klum. Mulheres e migrantes, "coisas" que o candidato trata com boçal excesso de zelo. Com a mesma facilidade com que derroga verbalmente a 14.ª Emenda da Constituição, ratificada há 147 anos, que assegura a cidadania a "todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos". Respostas simples para Trump.
Apesar das sondagens apontarem para um patamar de quase 25% de apoio no sector republicano (com mais dez pontos percentuais do que Jeb Bush, por exemplo) e garantirem que estaria a 6% de Hillary Clinton se fossem eles os candidatos, Trump sabe que o partido republicano nunca permitiria que ganhasse a nomeação. Apesar de ter o "Tea Party" na mão e os denominados "nacionalistas brancos" conquistados, chegaria a hora do escrutínio privado que ninguém (nem democratas, nem republicanos) tem interesse em fazer no momento actual. Trump não calaria o passado mesmo que deixasse de abrir a boca (o que é, desde logo, uma impossibilidade). Porque é uma caricatura a traço grosso, tem ainda menos hipóteses do que Sarah Palin alguma vez teve. Seria o maior catalisar do voto hispânico de que há memória. Seria ainda pior do que o esforçado Mitt Romney na campanha perdedora com Obama em 2012. Uma afronta, mesmo para os republicanos.
No romance de George Orwell, "O triunfo dos porcos", os animais levam mesmo a melhor até que deixam de se distinguir dos homens após o porco Napoleão ter decretado que "todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais do que outros". Ao triunfo de Trump e de tantos demagogos que aparecem (olá Europa...), cola-se uma outra frase do livro, menos célebre mas directa ao candidato: "o homem não serve os interesses de nenhuma criatura excepto ele próprio". E o homem diverte-se. "Que tempos são estes em que temos que defender o óbvio?", perguntava Brecht. As coisas complexas juntam-se às respostas simples ou simplistas. Há dias, deparava-me com uma publicação no Facebook de Harry Dean Stanton onde, no pedestal dos seus 89 anos, partilhava um vídeo de campanha de Donald Trump sob o lema "Make America great again!". A desilusão era repartida por muitos dos comentários, "you can do better than this, Harry...". No dia seguinte, tropecei no cabeçalho e reparei que era uma página de homenagem criada por fans. Suspiro de alívio pelo óbvio.
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
25/08/15
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O triunfo dos Trump
Donald Trump não
será presidente dos EUA nem ganhará, em Fevereiro de 2016, a corrida
para a nomeação republicana às eleições presidenciais. A 405.ª pessoa
mais rica do Mundo (para a "Forbes") sabe-o bem e, como tal, diverte-se.
Contesta o ranking, julga-se nos 250 primeiros. Trump é demasiado
impreparado, grosseiro e conflituoso para ser eleito (não, Ronald Reagan
não era grosseiro). É demasiado estúpido, como ele próprio gosta de
chamar aos outros. Mas sabe o que faz e diz mesmo quando o que faz e diz
não lembra ao mais rude dos racistas ou sexistas empedernidos. Trump
não tem uma ideia. E por isso fala. Fala sobre tudo sem uma ideia,
discursa sem rede, repleto de frases feitas e gloriosas insinuações.
Como referia Samuel Popkin, cientista político da Universidade da
Califórnia, ao "The New Yorker": "Quanto mais complicado é o problema,
mais simples se tornam as respostas".
Trump detestaria dar uma boa luta a uma mulher e depois sair a perder. E por isso, se estiver perto de ganhar a corrida no partido, aposto que desiste antes que seja tarde. A responsabilidade de estender a passadeira vermelha a uma sucessão de mandatos democratas na Casa Branca (seria o terceiro com Hillary, algo que só aconteceu duas vezes na história dos EUA, uma no século XIX e outra com Roosevelt a pretexto do pós-guerra) é demasiado pesada para o homem que quer construir um muro entre o México e os EUA de forma a acabar de vez com a entrada de pessoas que "trazem droga, crimes e violadores", como vociferava no seu discurso de apresentação de candidatura. Não que os seus debates, entrevistas ou declarações avulsas sejam mais cândidos, atentando nas mais recentes polémicas com a jornalista Megan Kelly ou com a "ex-nota 10" a Heidi Klum. Mulheres e migrantes, "coisas" que o candidato trata com boçal excesso de zelo. Com a mesma facilidade com que derroga verbalmente a 14.ª Emenda da Constituição, ratificada há 147 anos, que assegura a cidadania a "todas as pessoas nascidas ou naturalizadas nos Estados Unidos". Respostas simples para Trump.
Apesar das sondagens apontarem para um patamar de quase 25% de apoio no sector republicano (com mais dez pontos percentuais do que Jeb Bush, por exemplo) e garantirem que estaria a 6% de Hillary Clinton se fossem eles os candidatos, Trump sabe que o partido republicano nunca permitiria que ganhasse a nomeação. Apesar de ter o "Tea Party" na mão e os denominados "nacionalistas brancos" conquistados, chegaria a hora do escrutínio privado que ninguém (nem democratas, nem republicanos) tem interesse em fazer no momento actual. Trump não calaria o passado mesmo que deixasse de abrir a boca (o que é, desde logo, uma impossibilidade). Porque é uma caricatura a traço grosso, tem ainda menos hipóteses do que Sarah Palin alguma vez teve. Seria o maior catalisar do voto hispânico de que há memória. Seria ainda pior do que o esforçado Mitt Romney na campanha perdedora com Obama em 2012. Uma afronta, mesmo para os republicanos.
No romance de George Orwell, "O triunfo dos porcos", os animais levam mesmo a melhor até que deixam de se distinguir dos homens após o porco Napoleão ter decretado que "todos os animais são iguais mas alguns são mais iguais do que outros". Ao triunfo de Trump e de tantos demagogos que aparecem (olá Europa...), cola-se uma outra frase do livro, menos célebre mas directa ao candidato: "o homem não serve os interesses de nenhuma criatura excepto ele próprio". E o homem diverte-se. "Que tempos são estes em que temos que defender o óbvio?", perguntava Brecht. As coisas complexas juntam-se às respostas simples ou simplistas. Há dias, deparava-me com uma publicação no Facebook de Harry Dean Stanton onde, no pedestal dos seus 89 anos, partilhava um vídeo de campanha de Donald Trump sob o lema "Make America great again!". A desilusão era repartida por muitos dos comentários, "you can do better than this, Harry...". No dia seguinte, tropecei no cabeçalho e reparei que era uma página de homenagem criada por fans. Suspiro de alívio pelo óbvio.
IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
25/08/15
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DURÃO BARROSO
EX-PRESIDENTE DA
COMISSÃO EUROPEIA
SOBRE POLÍTICA
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630
Senso d'hoje
Senso d'hoje
DURÃO BARROSO
EX-PRESIDENTE DA
COMISSÃO EUROPEIA
SOBRE POLÍTICA
TRUMP
"O candidato que vai
à frente das sondagens nos Estados Unidos da América, Donald Trump, tem
feito afirmações racistas e xenófobas". "Na Europa também temos políticos palhaços."
CRISE
"Não foi a troika que criou a crise, foi a crise que criou a troika".
"Comportamentos irresponsáveis dos governos nacionais que deixaram aumentar a dívida".
LEGISLATIVAS
"Seja quem for que ganhe as eleições, terá de continuar a levar a cabo reformas"
* Excertos de alocução efectuada na "Universidade de Verão" do PSD
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