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06.GRANDES PINTORES
PORTUGUESES
PAULA REGO
É ASSIM PAULA REGO/3
Paula Rego nasceu a 26 de Janeiro de 1935 em Lisboa.
Oriunda de uma família republicana e liberal.Paula Rego tem ligações
às culturas inglesa e francesa, iniciou seus estudos no Colégio
Integrado Monte Maior, seguindo para a St. Julian's School em Carcavelos
onde os professores cedo lhe reconheceram o talento para a pintura.
Incentivada pelo pai a prosseguir o seu desenvolvimento artístico fora
do Portugal Salazarista dos anos 50 partiu para Londres, onde estudou na Slade School of Fine Art, até 1956.
Conheceu
o pintor Victor Willing (1950-1999), com quem se casou em 1959. Entre
1959 e 1962 viveu na Ericeira. Numa ida a Londres, conheceu o pintor
Jean Dubuffet, referência determinante na sua criação artística,
usualmente definida como Arte bruta. Ao longo da década de 1960 assina
exposições colectivas em Inglaterra e, em 1966, entusiasma a crítica ao
expôr individualmente, na Galeria de Arte Moderna da então Escola de
Belas-Artes de Lisboa.
Na
década de 1970, com a falência da empresa familiar, vende a quinta da
Ericeira e radica-se em Londres. Torna-se bolsista da Fundação Calouste
Gulbenkian para fazer pesquisa sobre contos infantis, em 1975, e figura
com onze obras na exposição Arte Portuguesa desde 1910
(1978), dominado pelas colagens. Volta à pintura, mais livre e mais
directa, retratando o mundo intimista e infantil, inspirado em dados
reais ou imaginários, com figuras de um teatro de crianças de Victor
Willing (o macaco, o leão e o urso), interpretando as histórias que
Paula inventa.
A obra literária de George Orwell inspira-a no painel Muro dos Proles (1984), com mais de seis metros de comprimento, onde estabelece um paralelismo com as figuras de Hieronymus Bosch.
Dá uma viragem radical na sua obra com a série da menina e do cão. A
figura feminina assume claramente a liderança na acção, enquanto o cão é
subjugado e acarinhado. A menina faz de mãe, de amiga, de enfermeira e
de amante, num jogo de sedução e de dominação que continua em obras
posteriores. Tecnicamente as figuras ganham volume, o espaço ganha
solidez e autonomia, a perspectiva cenográfica está montada. Em 1987,
Paula Rego assina com a galeria Marlborough Fine Art, o passo que
faltava para a divulgação internacional.
A morte do seu marido, também nesse ano, é assinalada em obras como O Cadete e a Irmã, A Partida, A Família ou A Dança,
de 1988. A convite da National Gallery, em 1990, vai ocupar um ateliê
no museu e pintar várias obras inspiradas na colecção. Desse período
destaca-se Tempo – Passado e Presente (1990-1991).
Em 1994, realiza a série de pinturas a pastel intitulada Mulher Cão, que marca o início de um novo ciclo de mulheres simbólicas.
Impõe a sua consciência cívica em Aborto (1997-1999), numa crítica ao resultado do primeiro referendo a essa matéria, realizado em Portugal em 1997.
Inaugura, a 18 de Setembro de 2009, a sua Casa das Histórias Paula Rego,
em Cascais, que nasce com o intuito de acolher e promover a divulgação e
estudo da sua obra, e cuja entidade responsável é a Fundação Paula
Rego.
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