01/12/2015

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HOJE NO

"DIÁRIO  ECONÓMICO"

 "Financial Times" diz que Portugal é 
"um país dividido pela austeridade"

O Financial Times dedica esta terça-feira um dossiê a Portugal onde escreve sobre um país dividido pela austeridade e lembra que “os planos de Mário Centeno [novo ministro das Finanças] para flexibilizar a consolidação fiscal terão de ser aceites pela Comissão Europeia”.
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O mesmo jornal lembra a este propósito que o alemão Commerzbank previa, numa nota enviada recentemente aos investidores, que “quaisquer tensões [futuras] com Bruxelas não se poderiam comparar com as que ocorreram com a Grécia”, lembra também o mesmo jornal.

António Costa quer Portugal do lado de França, Espanha, Itália e Grécia no apelo à flexibilização das regras orçamentais europeias. A ser assim, diz o jornalista do FT, Angela Merkel, a chanceler alemã, perde Portugal como aliado no combate pela rigidez orçamental, em contraste com Passos Coelho, um seguidor das exigências do rigor das Finanças Públicas.

Associações empresariais e agências de rating estão preocupadas com o futuro em Portugal "da coligação dos socialistas moderados com os populistas radicais e os ortodoxos comunistas”, lê-se no FT, que acrescenta: o novo governo está “determinado em mudar Portugal de protegido exemplar dos líderes do rigor orçamental da zona euro para o lado contrário do debate orçamental”.

O jornal britânico escreve ainda que, ao contrário dos partidos comunistas de países como Espanha, Itália e França, o PCP pouco ou nada mudou desde a era soviética, permanecendo um partido marxista-leninista.

Quanto ao Bloco de Esquerda descreve-o como um partido populista antecessor do Syriza na Grécia e do Podemos em Espanha.

“O cenário político deverá manter-se volátil” em Portugal, diz António Barroso, analista da Teneo Intelligence, citado pelo FT. “O PS terá de encontrar o difícil equilíbrio entre exercer uma política ao centro, ao mesmo tempo que vai de encontro às exigências dos seus aliados políticos, “que têm uma atitude céptica em relação à economia de mercado”.

O crescimento lento e a fraqueza da economia portuguesa são um problema com o qual o novo governo terá urgentemente de lidar, segundo economistas citados pelo FT. E um crescimento sustentado e robusto é vital para atacar outros problemas que se avizinham no horizonte como o financiamento da Segurança Social, a fragilidade do sector bancário e uma iminente crise demográfica.

O jornal escreve sobre um Portugal dividido pela austeridade, a união da esquerda contra essa mesma austeridade e um terceiro texto sobre a injecção de capital chinês nas empresas portuguesas. Nesta última questão, o jornalista do FT diz que o país, que pesa 1,3% no PIB da economia europeia, recebeu nos últimos anos mais investimento chinês que qualquer outro Estado membro, excepto o Reino Unido, a Alemanha e a França.

* Portugal tem na austeridade o grande potenciador das desigualdades sociais, quem tem vivido acima das possibilidades são os banqueiros com múltiplas vigarices reveladas, ministros que recebem comissões, funcionários de topo da administração pública que funcionam em gangues de tráfico de influências e empresários esclavagistas.


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