24/12/2015

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HOJE NO 
"OJE"

Europa solidária? 
1 milhão de migrantes chegou 
mas quase 4 mil morreu a tentar

“Até 21 de dezembro, cerca de 972 mil tinham atravessado o mar Mediterrâneo, segundo números do ACNUR. Além desses, a OIM calcula que mais de 34 mil chegaram à Bulgária e à Grécia após terem atravessado a Turquia”, indicaram as organizações.

Realçando que o “total representa o fluxo migratório mais elevado desde a Segunda Guerra Mundial” na Europa, a OIM relembra que em 2014, mais de 219 mil migrantes tinham atravessado o Mediterrâneo, e sublinha que, já em 2015, 3.692 pessoas morreram ou foram dadas como desaparecidas naquele mar.
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Ainda sobre 2015, segundo o ACNUR e a OIM, importa sublinhar que entre os migrantes que atravessaram o Mediterrâneo este ano, “uma pessoa em cada duas – meio milhão de pessoas – eram sírios fugindo da guerra no seu país”. Os afegãos representam 20% e os iraquianos 7% das chegadas.

A OIM dá também conta de que uma expressiva maioria dos migrantes – mais de 821 mil – passou pela Grécia, tendo 810 mil chegado por mar. No total e desde janeiro chegaram à Itália cerca de 150 mil, à Bulgária 30 mil a Espanha mais de 3.800, a Chipre 269 e a Malta 106.

Europeus acompanham “com bons olhos”? 
Diante deste cenário, o Alto Comissário da ONU para os Refugiados, António Guterres, frisa que “quando os sentimentos anti-estrangeiros aumentam em certos locais, é importante reconhecer as contribuições positivas dos refugiados e migrantes para as sociedades em que vivem”. E por isso Guterres apela para a defesa dos “valores europeus fundamentais”, como a promoção dos direitos humanos, da tolerância e da diversidade.

Foram agora conhecidos os resultados do Eurobarómetro, inquérito de outono, que estudou a a recetividade dos europeus a imigração de fora da União Europeia, e quase seis europeus em cada dez manifestam sentimentos negativos em relação a imigrantes de fora da UE, enquanto uma crescente maioria aprova a imigração por cidadãos do espaço comunitário.

Nos primeiros resultados do inquérito, divulgado pela Comissão Europeia, 59% dos europeus manifestam sentimentos negativos em relação a imigrantes de países fora dos 28 Estados-membros, um crescimento de três pontos percentuais em relação ao anterior relatório, relativo à primavera de 2015.

Em contrapartida, uma larga e crescente maioria dos europeus (55%) dá nota positiva à imigração de cidadãos de países da União Europeia, enquanto 38% revelou um sentimento negativo.
Em 23 países, a maioria aprovou a imigração de países comunitários, principalmente na Suécia (80%), Luxemburgo (77%) e Finlândia (74%), enquanto com sentimentos negativos estiveram República Checa (56%), Chipre (56%) e Grécia (50%).

O crescimento da avaliação positiva ocorreu, sobretudo, na Bélgica, Letónia e Hungria.

Em 25 países, mais dois em comparação com os dados da primavera, houve maiorias a “chumbar” a imigração de fora da UE, como Eslováquia (86%), Letónia (86%) e Hungria (82%), enquanto do lado oposto estiveram Suécia (70%), Espanha (53%) e Irlanda (49%).

Na comparação com o anterior Eurobarómetro, os pontos de vista negativos ganharam terreno em 18 países, como a Roménia (mais 20 pontos percentuais), e Eslovénia (19 pontos percentuais).

Quase nove em cada dez europeus defendem medidas adicionais para combater a imigração ilegal de cidadãos de fora da UE, com mais de 21% a defender que estas devem ser tomadas a nível nacional e 32% a nível comunitário.

Mais de dois terços manifestaram-se a favor de uma política europeia comum de migração, registando-se um decréscimo de cinco pontos percentuais em relação ao anterior relatório à opinião dos europeus.

Os principais defensores de uma política comum foram os holandeses (83%), alemães (82%) e espanhóis (81%). A única exceção foram os checos que preferem uma política nacional.

A defesa do livre movimento de pessoas na UE continua a ter o apoio forte de três quartos dos europeus, com as maiores percentagens a encontrarem-se nos três estados bálticos (Lituânia, Estónia e Letónia). Dos números disponíveis para Portugal, o documento citou 83% de apoiantes.

* Uma tragédia com números absurdos de pessoas e dor.


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