31/12/2015

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HOJE NO 
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500 milhões de rolhas de cortiça portuguesa vão 
saltar esta noite por todo o mundo

As rolhas de champanhe representam 18,5% do total exportado. França, Itália e EUA são os principais mercados
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CORTIÇA
Quinhentos milhões de rolhas de cortiça portuguesa vão saltar das garrafas de champanhe um pouco por todo o mundo quando soarem esta madrugada as 12 badaladas. Grande parte da produção do território português tem como destino o mercado externo, e só as rolhas de champanhe representam 18,5% do total das rolhas exportadas, o equivalente a 63,4 milhões de euros, de acordo com os últimos dados da Associação Portuguesa da Cortiça (Apcor), referentes ao primeiro semestre do ano. “São grandes dias de celebração em que a cortiça português está sempre presente”, garante ao i, o presidente da Apcor, João Rui Ferreira.

Das cerca de mil milhões de rolhas de cortiça para champanhe que são anualmente vendidas em todo o mundo, mais de 50% são de fabrico português. O mercado francês lidera o consumo de rolhas de champanhe (32,5 milhões de rolhas, equivalente a 32,5 milhões de euros), em segundo lugar surge a Itália (27,2 milhões de rolhas, equivalente a 27,2 milhões de euros), o que, no entender da entidade, é natural “devido à importância destes mercados nos vinhos espumantes”.

A verdade é que as rolhas que vão sair das garrafas de champanhe nesta madrugada já têm de estar na garrafa há algum tempo. Mas há uma certeza: grande parte são de produção nacional. “Cerca de 70% da distribuição mundial pertence às rolhas de cortiça e só as de champanhe têm uma quota de mercado superior a 95%”, diz.

Mas não é só deste segmento que vive o setor. Portugal é o líder mundial no que diz respeito às exportações de cortiça, com esta indústria nacional a representar 1,8% das exportações nacionais. “Ao comparar o valor das exportações de cortiça com as exportações totais do país, regista-se que o setor acompanhou a subida das exportações de Portugal, que tiveram um aumento de 9% em junho de 2015, face ao período homólogo de 2014”.

 Só as exportações de cortiça aumentaram 7,8% em valor face a 2014, totalizando 473,2 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. No entanto, em relação ao volume exportado, a tendência foi contrária, já que de 2014 para 2015 registou-se uma diminuição de 2,6%, o que significou uma redução de 94,6 milhares de toneladas para 92,1 milhares de toneladas exportados.

A Apcor lembra que este aumento das exportações “dá continuidade à linha de crescimento verificada nos últimos anos. Desde 2010 que temos aumentado as exportações, sendo que em 2014, por exemplo, registamos um aumento de 1,5% em relação ao ano anterior”, salienta. E para o presidente da entidade, João Rui Ferreira, a explicação é simples: “Resulta da estratégia que o setor definiu e colocou em prática”.

As rolhas de cortiça continuam a liderar as exportações portuguesas de cortiça, assumindo o valor de 342,1 milhões de euros exportados no primeiro semestre de 2015 (72,3%), seguido da cortiça como material de construção com 117,8 milhões de euros (24,9%).

As rolhas de cortiça natural continuam a dominar as exportações portuguesas de rolhas de cortiça, ao totalizar 216,4 milhões de euros exportados no primeiro semestre de 2015, o que equivale a 63,3% do total exportado de rolhas de cortiça. A seguir surgem as rolhas de champanhe e o terceiro lugar da tabela é ocupado por outro tipo de rolhas, ao fixar-se nos 62,2 milhões de euros, apresentando um peso de 18,2% em relação ao total exportado.

Dos dez principais países importadores dos produtos portugueses de cortiça, que representam cerca de 82% do total exportado por Portugal, seis pertencem à Europa (55%), sendo os restantes 27% distribuídos pelos EUA, Chile, China e Argentina. Mas os Estados Unidos já são o principal mercado com 20,19% do total exportado, equivalendo a 95,5 milhões de euros, seguido da França com 18,9% e 89,4 milhões de euros.

Para João Rui Ferreira, para manter esta tendência de crescimento é preciso apostar em três eixos: “Contribuir ativamente para o esforço de ter em Portugal montados que possam produzir mais e melhor cortiça, dar continuidade ao esforço industrial para o aumento da fiabilidade dos produtos e, ainda, e com particular relevância, o crescimento do valor acrescentado das exportações, suportado na promoção internacional e no desenvolvimento de soluções inovadoras”.

40 milhões de rolhas por dia O setor conta actualmente com cerca de 600 empresas, que produzem em média 40 milhões de rolhas de cortiça por dia e empregam cerca de 8200 trabalhadores.

Conquistar mercados aos vedantes de plástico continua a ser um dos objetivos da associação. De acordo com o estudo da OpinionWay, em França, 83% dos consumidores de vinho prefere a cortiça, contra 7% para os vedantes de plástico e 3% para as cápsulas de alumínio. O estudo diz que 88% dos inquiridos diz que a cortiça é o vedante que melhor se adapta a um “grand cru” e como o vedante é o que preserva melhor o aroma do vinho (73%) e permite a conservação do mesmo durante mais tempo (71%).


* A cortiça é um material extraordinário



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