07/12/2015

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Senso d'hoje
CLARA FERREIRA ALVES
JORNALISTA E ESCRTORA
SOBRE O ROMANCE "PAI NOSSO"

 Não receia perder leitores quando se afirma "Anticomunista obrigado"?
Não receio nada e tento viver fora da dependência da opinião pública. Era um texto sobre o mundo literário, humorístico e não tinha uma descrição simpática da direita. Até tratei o PCP com respeito.

Pai Nosso tem um registo diferente do habitual. Encontrou-o logo?
Não. Trabalhei muito o dispositivo. Nunca é à primeira. Nada é a primeira, nem à segunda ou à terceira. Há coisas que saíram à décima. Tinha dias em que tudo o que saía da pena parecia um enorme lugar comum, noutros era quase luminoso e resolviam-se todos os problemas. Só se o consegue com trabalho, essa história de que não há inspiração mas só transpiração é verdade. O que implica uma grande solidão.

A partir de agora não para?
Antes de mais é preciso ganhar a vida, porque o mercado português não é o anglo-saxónico, onde há adiantamentos de um milhão de dólares para primeiros livros de autores. Não poderei fazer tanto jornalismo como até agora porque há três livros que quero escrever. Este foi o primeiro, sei os temas e o que quero fazer nos outros dois. Este é o primeiro dos três livros que sempre soube que queria escrever.

* Excertos de entrevista que pode ler na íntegra na edição impressa ou no e-paper do "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

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