29/12/2015

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HOJE NO
"JORNAL DE NEGÓCIOS"

Conheça a "acção anónima" 
que valorizou 1.400% este ano

Especializada em tecnologia biométrica, a sueca Fingerprint Cards tirou bem as medidas ao mercado dos dispositivos móveis. E está a ganhar com a introdução de sensores de impressões digitais em smartphones.
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Este ano, a Fingerprint Cards deixou a sua marca no mercado bolsista. Com uma valorização acima de 1.400% desde Janeiro, as acções da fabricante sueca de tecnologia biométrica foram as que mais subiram entre as mil companhias do índice Bloomberg World EMEA. 
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Arrancaram o ano nas 34,80 coroas, mas chegaram a 675 coroas suecas, um máximo histórico, estando a 523 coroas ao cair do pano de 2015. Uma forte valorização sustentada no elevado crescimento apresentado pela empresa de Gotemburgo, que tem apostado na produção de dispositivos de identificação através de impressões digitais.

As receitas somaram 233.6 milhões de coroas suecas (25.35 milhões de euros) em 2014, 20 vezes mais do que há dois anos. Neste exercício, a Fingerprint Cards antecipa receitas de 2.85 mil milhões de coroas (309 milhões de euros). Em Setembro, estavam nos 163 milhões de euros. Para 2016, há planos para mais do que triplicar e atingir um volume de negócios de 923 milhões de euros.

Desde que, em 2013, a Apple integrou um sensor de identidade de impressões digitais no iphone 5S, que o mercado da tecnologia biométrica não pára de crescer. Os rivais Samsung ou Huawei não deixaram o avanço em mãos alheias e rapidamente responderam, introduzindo mecanismos semelhantes nos seus topo de gama. A identificação através da ponta dos dedos generalizou-se entre os fabricantes de telemóveis, smartphones e tablets, por ser mais segura do que a utilização de "passwords". E a Fingerprint Cards soube tirar bem as medidas ao negócio.

Em 2016, a empresa, que produz para a Huawei, LG Electronics e Lenovo, antecipa que mais de metade dos smartphones tenham sensores biométricos. Por agora, apenas 30% dispõem desta tecnologia. Será um mercado de 500 milhões de unidades, contabiliza o CEO da Fingerprint Cards, Joergen Lantto, à Bloomberg, prevendo que chegue aos 1,7 mil milhões em 2018, quando a biometria se estender a outros aparelhos, como os electrodomésticos. "São números grandes. Ainda só estamos no início", realça, assegurando que actualmente a companhia controla 45% do mercado, mas poderá chegar aos 70% em 2016.

Em vésperas de entrar para o índice de referência da bolsa de Estocolmo, o OMX Stockholm 30, a fabricante terá de enfrentar a concorrência. A maior produtora mundial de chips para telemóveis, a Qualcomm Inc, já anunciou que vai desenvolver um sensor que funcionará através de ondas ultra-sónicas. E terá também de lidar com algum descrédito entre os investidores, depois dos escândalos relacionados com a informação falsa que dava como certa a compra da empresa pela Samsung e com alegado "insider trading" por parte do seu maior accionista e ex-CEO, Johan Carlstroem.

Investir? Não
Apesar da valorização recorde entre as mil companhias do índice Bloomberg World EMEA, do potencial de crescimento do negócio, há algum cepticismo sobre o investimento nos títulos da empresa. Enquanto as grandes tecnológicas europeias são seguidas por oito ou nove analistas, a Fingerprint Cards tem apenas um. E não recomenda a compra de acções. "Se se investir muito dinheiro na Fingerprint, é preciso estar consciente que se pode perder tudo", já alertou Albin Rannar, da Associação Sueca de Accionistas.

"Esta indústria e a empresa são interessantes. Mas isso não é o mesmo que dizer que se deve investir", concorda Claes Hemberg, conselheiro financeiro do Avanza Bank, lembrando que o problema quanto a prever o futuro destes sensores biométricos é nunca se saber "o que são factos e o que são apenas sonhos".

* Candeia que vai à frente alumia duas vezes.

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