08/11/2015

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ESTA SEMANA NO
"SOL"

INVESTIGAÇÃO
Investigadores desenvolvem lasers
 que detetam cancro

A Universidade de Alicante e o centro tecnológico IK-4-Tekniker de Eibar desenvolveram lasers baseados num material plástico, com os quais conseguiram, pela primeira vez no mundo, detetar no sangue uma proteína relacionada com a presença de diversos tipos de cancros.
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Esta descoberta de interesse médico, realizada em colaboração com um centro tecnológico do País Basco, foi publicada há umas semanas na revista internacional "Sensors and Actuators B: Chemical", uma das primeiras publicações científicas na área da química analítica, e é fruto de um projeto de investigação financiado pelo Governo.

Os médicos levam tempo "tentando descobrir a maneira de se poder detetar" esta proteína, ligada à presença de "diversos tipos de cancro" e chamada ErbB2, existente em concentrações muito pequenas no sangue, disse à EFE a responsável do projeto na Universidade de Alicante (UA), a catedrática de Física Maria A. Díaz García.

"Quando uma pessoa já tem um tumor cancerígeno, a concentração da referida proteína é maior do que 14 nanogramas por milímetro (ng/ml)", pelo que " o correto é tentar medir concentrações de ErbB2 abaixo do limite dos 15 ng/ml", para assim detetar a doença em estádios iniciais e travar o seu desenvolvimento com um tratamento atempado, explicou.

Precisamente, a importância do novo dispositivo, em cujo desenvolvimento participou também o centro tecnológico IK-4-Tekniker, de Eibar (Guipúzcoa), radica na sua sensibilidade para medir a ErbB2 no sangue em concentrações muito pequenas (14 ng/ml).

A sensibilidade que estes lasers têm capacita-os para detetar o cancro em estadios muito precoces, ou seja, antes de aparecerem os tumores, segundo a investigadora, que lidera o Grupo de Eletrónica e Fotónica Orgânica da UA, pertencente ao Departamento de Física Aplicada e ao Instituto Universitário de Materiais.

"Existem algumas técnicas que permitem ter uma maior sensibilidade do que a dos nossos lasers e detetar essa proteína, mas são mais complexas e, em todo o caso, este trabalho foi apenas uma primeira demonstração que, sem dúvida, se pode ser melhorado", disse Maria Díaz García.

Em comparação com outros dispositivos já existentes para a mesma função, a técnica desenvolvida pela UA e pelo centro tecnológico basco é sensível e pode ser reutilizável por ser feito com material de plástico, destacou.

Investigadores portugueses descobrem nova forma de calcular hora da morte

O presidente da Associação Portuguesa de Ciências Forenses divulgou hoje ter desenvolvido, em colaboração com outros investigadores portugueses, dois modelos matemáticos com análise sanguíne para calcular com maior precisão a hora da morte de uma pessoa.

O investigador responsável pelo projeto, Ricardo Dinis, esclareceu que o método "resultou numa análise a vários parâmetros sanguíneos" e que a partir daí se desenvolveram dois modelos matemáticos que podem diminuir "significativamente" os erros de estimativa, reduzindo a margem do engano para uma hora.
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"O que nós fizemos foi colher o sangue de pessoas vivas, dadores e simulamos o comportamento 'post mortem' [depois da morte] desse sangue. Ou seja, pusemos esse sangue em putrefação, à semelhança do que acontece no cadáver. A partir daí desenvolvemos um modelo matemático. Depois aplicamos esse modelo a animais e funcionou", explicou à Lusa.

Para os responsáveis, o cálculo da hora da morte é "um dos maiores dogmas da área forense", sendo que a maior parte dos métodos utilizados são "tradicionais" baseados "em opiniões subjetivas do perito".

O método, desenvolvido com a colaboração do Instituto Superior de Saúde do Norte - CESPU, das Faculdades de Farmácia e Medicina da Universidade do Porto e da Universidade do Minho, "traz a possível inclusão ou exclusão de suspeitos associados a um local de crime".

"Eu estimo um intervalo de 'post mortem' de aproximadamente sete horas, de alguém que teria morrido por exemplo às 07:00, e se o suspeito foi visto com a vítima a essa hora, podemos incluir o suspeito naquele crime. Se a vítima morreu às 07:00 e eu digo que ela morreu as 18:00 e se a essa hora o agressor está a trabalhar e tem testemunhas, vou excluí-lo erradamente do crime", explicou Ricardo Dinis.

Os modelos utilizados atualmente baseiam-se, entre outros, nas alterações que acontecem nos olhos, medição da temperatura corporal, alterações da cor da pele, com "erros de cálculo gigante, muitas vezes, de vários dias".

O investigador forense adiantou que a vantagem do método é que não "carece de pessoal muito especializado para entrar em rotina" e que o objetivo foi "trazer algo que seja facilmente implementado e que qualquer laboratório do país tenha condições para fazer esse tipo de diagnóstico".

O trabalho foi publicado no final do mês de outubro numa revista internacional que se dedica à publicação de estudos científicos com impacto social, o que para os responsáveis foi o "atestar da credibilidade".

"A ferramenta foi criada, o modelo é fácil de ser aplicado, só precisa de ser transposto, agora, pelos potenciais interessados. Na minha modesta opinião, é perder algum conforto, alguma comodidade de estar sempre a fazer o mesmo e implementar coisas novas, é uma barreira que tem de ser passada individualmente por cada um dos interessados", avançou.

O responsável pelo projeto salienta a "mais-valia" que representa o novo método, considerando-o "revolucionário" pela sua "facilidade de aplicação".

O método está pronto para entrar em vigor a qualquer momento e os investigadores veem o Instituto Nacional de Medicina Legal e Ciências Forenses como "um grande potencial interessado".

* Temos de confiar na ciência, dá-nos a certeza das dúvidas porque a investigação cientifica  é o acto mais  sério em busca da verdade, ao contrário da maioria dos políticos que nos inundam com a certeza da aldrabice.

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