09/11/2015

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HOJE NO
"DIÁRIO ECONÓMICO"

Compensa comprar carro a diesel 
se fizer mais de 50 Km por dia?

A diferença do preço do litro do gasóleo para a gasolina resume-se a escassos cêntimos, mas os especialistas defendem que os carros a gasóleo compensam devido aos baixos consumos.

A recente descoberta de que o gigante Volkswagen adulterou os motores a diesel (e também já alguns milhares a gasolina) de 11 milhões de carros, está a gerar um escrutínio mais apertado por parte dos reguladores e a levar os consumidores a questionar se ainda compensa comprar automóveis a diesel.

Embora a resposta não seja simples, a maior parte dos fabricantes defende que comprar carros com motores a gasóleo compensa devido à diferença do preço do litro do gasóleo para a gasolina e também pelos baixos consumos. Para quem está mais preocupado com a vertente económica compensa comprar os veículos que menos poluem e que, simultaneamente apresentam consumos mais reduzidos. Nas simulações feitas pelo Diário Económico tivemos em conta, apenas, o preço de venda dos veículos em ambas as versões (gasolina e gasóleo) e os gastos diários/anuais com combustível para perceber em quanto tempo levamos a recuperar o investimento no carro. O vencedor continua a ser o diesel (exemplos em cima). 
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MOTOR A DIESEL

Com uma utilização diária de 100 quilómetros, verifica-se que é possível recuperar o investimento efectuado a mais no acto da compra de um Renault Clio com motor a gasóleo em apenas 3,5 anos. No caso de um topo de gama, por exemplo um Mercedes-Benz Classe C compensa desde o momento da compra. Se é um dos muitos portugueses que adora os SUV, saiba que se comprar o Nissan Qashqai o investimento no motor diesel é recuperado em 2,3 anos.

Carros a gasolina mais baratos, mas veículos a diesel consomem menos
Se por um lado os automóveis a gasolina custam menos, por outro os veículos a gasóleo gastam menos e, apesar de a diferença ser menor, a verdade é que o gasóleo ainda é mais barato que a gasolina.

E porque é que os carros com motores a diesel continuam a ser mais caros? Por duas razões: os custos de produção são mais elevados e a fiscalidade impõe taxas mais pesadas em termos de ISV, tornando o seu custo superior ao de modelos idênticos a gasolina. Porém, isso não significa uma factura final mais alta para os condutores que optem pelo gasóleo, até porque estes motores tendem a ser mais eficientes e normalmente têm mais tempo de vida. Os motores a diesel podem consumir até 25% menos do que carros equivalentes a gasolina.

Claro que o tipo de utilização que se pretende ter do meio de transporte individual é a principal variável a ter em conta na altura de comprar carro. Verdade seja dita que os portugueses continuam a comprar mais carros a diesel. Cerca de 60% do parque automóvel em Portugal são veículos com motor a diesel.

Mas a diferença no preço do combustível não é a única razão para que os veículos a diesel sejam os eleitos. “Quanto ao tipo de energia que compensa mais, tudo depende do perfil do condutor, sendo este tema bastante subjectivo”, sublinha Hélder Pedro, secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal.

Além do preço é preciso ter em conta a fiscalidade. O Imposto Único de Circulação (IUC) beneficia de facto os veículos ambientalmente mais eficientes, com as emissões de dióxido de carbono (CO2). Quanto maior for a emissão maior será o imposto a pagar. Esta tabela não distingue os veículos a diesel ou a gasolina, mas por norma um veículo a diesel terá uma emissão menor do que um equivalente a gasolina. Em Portugal, tem sido esta a lógica fiscal e económica seguida.

Será esta a grande oportunidade dos combustíveis alternativos?
Existem outras alternativas que começam a ganhar ainda mais força após o escândalo do software fraudulento que o grupo VW implementou nos motores a diesel. A indústria automóvel tem ainda de perceber se a crise representa meramente um choque temporário ou se este é o fim do motor diesel. Os especialistas defendem que existe aqui uma oportunidade para os combustíveis alternativos tentarem marcar a sua posição e ganhar alguma quota de mercado. Uma coisa é certa, a maior parte dos fabricantes de automóveis vai continuar a seguir a sua estratégia de diversificar cada vez mais a sua oferta de veículos eléctricos, híbridos ou a gás. No caso dos eléctricos e ‘plug-in’ híbridos existem incentivos fiscais, até porque o preço do carro é elevado. Contudo, o maior entrave é ainda a autonomia das baterias , principalmente, nos eléctricos.

Dicas para comprar carro à sua medida

Comprar um carro é um “investimento” no qual você deve reflectir com calma e tempo.
Antes de comprar um carro novo faça uma análise do tipo de veículo que realmente precisa e de quantos quilómetros faz diariamente. Descubra como escolher o carro mais económico adequado às suas necessidades reais.
1. Tipo de utilização
Não deixe a emoção sobrepor-se à razão. Pense no carro mais adequado para as suas necessidades e não no carro que acha mais “bonitinho”. É necessário analisar o tipo de utilização que costuma fazer, os estilos de condução, e ainda o número de quilómetros que faz por ano.
2. A escolha do veículo certo
Se não tiver a menor ideia sobre como iniciar a sua pesquisa, comece por definir a categoria do carro. Os compactos, por exemplo, são mais ágeis no trânsito e mais fáceis de estacionar, podendo ser uma boa opção para quem mora numa cidade grande. Já um veículo do segmento familiar poderá ser o ideal para quem tem uma família grande.
3. Baixa redução de CO2
Melhor tecnologia não é sinónimo de preço mais elevado, por isso opte por tecnologias eficientes e descubra as vantagens ao nível das emissões de CO2. Se escolher viaturas com baixas emissões de CO2, vai ter um consumo de combustível mais baixo e, ao mesmo tempo, contribuir para um ambiente mais limpo. Desta forma, poupa o ambiente e a carteira.
4. Manutenção
Descubra junto das marcas quais as que têm os preços mais competitivos, bem como as campanhas de fidelização que permitem ao cliente realizar assistência na marca a preços ajustados.
5. Valor residual
Pense também no futuro e informe-se do valor residual atribuído do modelo que escolheu. Assim, quando, daqui a uns anos, quiser trocar de carro terá uma ideia do valor que vão pagar pelo seu antigo carro.
6. ‘Test-drive’
Não dispense o ‘test-drive’.
Percorra o caminho que, normalmente, faz todos os dias, mas aproveite por passar numa auto-estrada para que possa testar o motor a alta velocidade e analisar os consumos.

* Aprendamos com quem sabe, esta notícia ensina.

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