20/10/2015

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Senso d'hoje
ALEXANDRA LENCASTRE
ACTRIZ PORTUGUESA
SOBRE SI E A PEÇA QUE
PARTILHA COM DIOGO INFANTE
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 É um registo mais naturalista, com um humor ácido, e passa-se por uma zona dolorosa. Esta mulher tenta tudo para salvar o casamento e aí, sim, revejo-me. Sente que aquele homem está a fugir-lhe e quer recuperá-lo. Gosta dele e gosta do casamento, mesmo com as chatices e com o facto de ele trabalhar muito. Se calhar, até aceitava que ele tivesse uma amante. Eu estou sozinha há seis anos e estou bem assim, não me consigo imaginar, agora, a viver com outra pessoa - nem com uma que já tenha vivido nem com uma nova. Não faz sentido, já tenho o meu espaço e os meus dias muito ocupados. Não tenho mesmo espaço físico, nem emocional nem geográfico, porque organizei a casa de maneira a não caber lá ninguém. E já tenho muitos bibelôs e os homens odeiam bibelôs, não caberia nenhum objeto pessoal deles. Acabou. Fui casada duas vezes e fui sempre uma lutadora, no sentido de não se perder quando ainda se gosta... Ou seja, acabar quando se gasta o amor e não quando se desgasta a relação.

Aqui, acho que encontrei uma zona de conforto. Aprendemos sempre com os grandes atores. Eu tive a sorte de começar com duas grandes atrizes, a Eunice Muñoz e a Carmen Dolores. E tenho tido também a sorte de trabalhar com o João Perry, que é um excelente mestre. Aprendi que não podemos ter a preocupação de fazer rir, e depois, se conseguirmos, acabamos por divertir-nos também. Eu ainda estou na fase de sofrer. Às vezes há um momento ou outro em que me permito estar à vontade, geralmente quando observo o Diogo.

O público é um todo, absolutamente essencial, mas é uma energia, uma entidade que me devolve coisas muito importantes e ajuda a que o espetáculo continue.

* Excertos de entrevista ao "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

** É nossa intenção, quando editamos pequenos excertos de entrevistas, suscitar a curiosidade de quem os leu de modo a procurar o site do orgão de comunicação social, onde poderá ler ou ver a entrevista por inteiro.   

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