29/09/2015

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HOJE NO
  "DIÁRIO ECONÓMICO"

Desenho de criança síria 
acende debate na Alemanha

É um desenho feito por uma criança síria, refugiada, e oferecido à polícia alemã. E está a alimentar o debate em solo germânico sobre o grau de abertura que a maior economia na Europa deve ter no que toca ao acolhimento de refugiados. Ontem foi a vez do presidente alemão, Joachim Gauck, sinalizar que há um "limite" ao número de refugiados que se pode acolher.
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O desenho mostra duas realidades completamente distintas: de um lado, a Síria, carregada de negro e vermelho de sangue, mortos, uma mulher ferida, uma criança em gritos, edifícios a serem destruídos. Do outro a Alemanha, com casas e prédios seguros, caminhos ordenados, uma família que chega com bagagens e sacos. Vários corações mostram o carinho pela Alemanha e pela polícia. A imagem deste desenho foi publicada no Twitter, a 24 de Setembro, pela polícia alemã: "Um presente de uma criança síria para a polícia alemã, em Passau. #speechless", lê-se no post, que já foi partilhado mais de oito mil vezes.

Como conta o ‘Washington Post', a imagem alimenta o debate entre aqueles que são favoráveis ao acolhimento do maior número de refugiados possível, e os que estão contra, duvidando até da autenticidade do desenho. No sábado, o ‘Spiegel Online' trazia a confirmação, pelo polícia Michael Piltz, de que o desenho lhe tinha sido oferecido a ele e a outros dois colegas, por uma menina refugiada.

Ontem, o presidente da Alemanha, Joachim Gauck, tentou unir a nação, dando voz à preocupação de alguns, mas sem colocar em causa a vontade de receber refugiados: "Queremos ajudar. Temos um grande coração. Contudo, há um limite para o que podemos fazer".

As declarações do presidente, que ocupa um cargo sobretudo representativo e com poucos poderes executivos, mas que é visto como uma voz de autoridade no país, surgiram na sequência de motins dentro de campos de refugiados, entre etnias diferentes. O último aconteceu no domingo, na cantina.

A chanceler alemã Angela Merkel tem mantido as portas do país abertas ao acolhimento de refugiados, dizendo-se preparada para receber cerca de 800 mil pessoas. Mas as sondagens mostram que a sua popularidade está em queda, desde que a crise dos migrantes confrontou de forma gritante a Europa.

* A xenofobia e os fantasmas financeiros em mancebia. Há dirigentes alemães que já não se querem lembrar do plano Marshal.

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