02/09/2015

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HOJE NO
 "DIÁRIO ECONÓMICO"

Mudanças nos cargos de topo em Bruxelas
. geram desconforto nas capitais

A Comissão Europeia já avançou com a remodelação dos cargos de topo em Bruxelas, que estava a ser afinada desde o início do ano. As novas caras estão a causar desconforto em alguns países, como Espanha, que torceu o nariz ao facto de o novo secretário-geral ser holandês.

A dança de cadeiras nos cargos de topo é habitual sempre que muda a presidência da Comissão e Juncker colocou o processo em marcha no início de Março, mas só desde terça-feira é que os comissários europeus têm novos directores para as suas equipas. 
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A maior novidade começa na secretaria-geral, o assento que tem maior poder político e financeiro. Uma das mais conhecidas caras nos bastidores de Bruxelas, a irlandesa Catherine Day, está de saída ao fim de dez anos no cargo e foi substituída pelo holandês Alexander Italianer, que até aqui estava à frente da direcção-geral da Concorrência. Italianer era também vice-secretário responsável pelas relações com o Conselho e chegou a trabalhar no gabinete da presidência durante o mandato do luxemburguês Jacques Santer, entre 1995 e 1999.

A escolha de holandês não caiu bem juntos dos espanhóis, que continuam sem agarrar nenhum cargo de relevo e vêem a brigada holandesa aumentar. O holandês Frans Timmermans, por exemplo, já é o primeiro vice-presidente da Comissão e o que tem, de longe, maior poder de veto num sem número de áreas. Além disso, o presidente do Eurogrupo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, foi reconduzido no cargo em Julho, ultrapassando o espanhol Luís De Guindos.

O burburinho em Bruxelas com a dança de cadeiras já dura há alguns meses, desde que Juncker mudou as regras do jogo. O presidente ignorou a lei da mobilidade, criada nos tempos de Romano Prodi, segundo a qual os directores-gerais devem mudar de área, idealmente, a cada cinco anos - e no máximo a cada sete. Defendendo que não há razões para forçar mudanças baseadas apenas na longevidade, Juncker pediu a cada comissário para apresentar uma lista com três nomes para chefiar as direcções-gerais sob a sua tutela. Numa segunda fase, reuniu-se com os vice-presidentes, para analisar as listas. Quase todos os vice-presidentes são responsáveis por mais do que um comissário e muitos deles partilham direcções-gerais, motivando algumas guerras internas na escolha pelas pessoas da sua confiança.

Portugal mantém dois directores-gerais: Fernando Frutuoso de Melo, que continua à frente da Cooperação Internacional e Desenvolvimento; e João Aguiar Machado, que deixa a Mobilidade e Transportes para assumir a pasta dos Assuntos Marítimos. 

O novo organograma coloca mais duas mulheres em cargos de topo, aumentando o total para sete. Juncker já disse que o número ainda não é satisfatório, pelo que as três posições ainda em aberto - Justiça, Informática e Publicação - devem ser atribuídas a mulheres.

* Da comissão europeia vêem os piores exemplos de tráfico de influências.

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