23/09/2015

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HOJE NO
 "DIÁRIO ECONÓMICO"

Novo Banco atira défice de 2014 para 7,2% e espera-se que rolem cabeças na VW

Cancelamento da venda do Novo Banco obrigou a contabilizar injecção de 4,9 mil milhões de euros no défice de 2014. Será necessário um aumento de capital até ao fim do ano, pondo em causa a meta de 3% do défice deste ano?

Cancelamento da venda do Novo Banco obrigou à contabilização da injecção de 4,9 mil milhões de euros no défice de 2014 que passou para 7,2%. A questão agora é saber se será necessário um aumento de capital até ao fim do ano, o que se reflectirá no défice de 2015, pondo em causa a meta de 3% do défice para este ano.
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O défice de 2014 subiu de 4,5% para 7,2% do PIB por causa da injecção de 4,9 mil milhões de euros no Novo Banco que tiveram de ser contabilizados. Esta derrapagem do défice já era esperada depois do cancelamento da venda daquela instituição bancária e o Governo tem dito que se trata de um efeito "meramente estatístico" que não obriga a mais medidas para que o défice de 2015 fique, pela primeira vez, dentro dos limites exigidos por Bruxelas. Uma versão que tem sido confirmada por fontes de Bruxelas. No entanto, o PS já considerou que este seria "um dos maiores fracassos" do primeiro-ministro e pediu contas ao Governo e a perguntar quanto é que o Novo Banco vai custar aos contribuintes?

O Procedimento dos Défices Excessivos entregue por Portugal a Bruxelas mantém a previsão do défice para 2015 em 2,7% do PIB com uma redução da dívida pública de 130,2% em 2014 para 125,2% este ano. O cumprimento daquela meta pode, no entanto, estar em causa se os resultados dos testes de ‘stress' obrigarem a um aumento de capital do Novo Banco. Uma capitalização por parte do Fundo de Resolução reflectir-se-á no défice de 2015 e poderá atirá-lo para um valor acima dos 3%. Esse é mais um dos perigos apontados pelo PS. Ainda no que diz respeito ao Novo Banco, António Costa afirmou em campanha que depois da subscrição pública para os lesados do BES, só falta a Passos Coelho vender "rifas".

O escândalo Volkswagen continua a dominar a actualidade na Europa e o jornal alemão Tagesspiegel dá como certa a substituição do actual presidente executivo da empresa por Matthias Muller, o líder da Porsche, que pertence ao grupo VW. Martin Winterkorn, de 68 anos, que está à frente dos destinos da VW desde 2007, tinha saído vitorioso na Primavera de um duelo com o patriarca do grupo Ferdinand Piech, e deveria ver prolongado o seu mandato até 2018. O escândalo da manipulação das emissões de gases dos carros a gasóleo nos EUA fez a empresa ter enormes perdas em bolsa e afectou a credibilidade da indústria alemã. O pior de tudo é que o Financial Times avança que o Governo alemão sabia do problema desde Julho.

Os mercados voltaram aos ganhos depois de ser conhecido o crescimento da zona euro em linha com o segundo trimestre. Milão era das bolsas que mais valorizava esta manhã, acima de 1%, com Lisboa a seguir o exemplo embora a um ritmo menor, de 0,9%. Já as acções da VW voltaram a subir depois de quatro sessões de fortes quedas na bolsa de Frankfurt.

Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia reúnem-se hoje para validar o acordo a que chegaram ontem os ministros europeus do Interior sobre o plano de recolocação de 120 mil refugiados, com os votos contra de quatro países, Eslováquia, Hungria, República Checa e Roménia. Os países de Leste têm sido ao que mais resistem ao acolhimento dos refugiados, com a Eslováquia e a República Checa a reagirem com fúria ao plano, depois de a Polónia não ter seguido a sua linha contra o plano de acolhimento aos refugiados que têm procurado acolhimento na União Europeia. O ministro checo do Interior acusou mesmo a Polónia de "abandonar" os seus aliados de Leste.

Na Catalunha, as eleições regionais do próximo fim-de-semana, que são encaradas como um verdadeiro referendo à independência, provocam uma avaliação sob diferentes pontos de vista, incluindo o desportivo, onde, com uma possível independência da Catalunha, o Barcelona, eterno rival do Real Madrid, nos campeonatos espanhóis de futebol e de basquetebol, ficaria de fora do campeonato espanhol. A questão é que, caso vençam as eleições do próximo domingo, como é previsto pelas sondagens, os partidos pró-independência querem iniciar um processo de separação do resto de Espanha. A separação, a concretizar-se, também afectaria o Espanyol de Barcelona.

Lisboa continua a ser atractiva para eventos internacionais. A prová-lo está o anúncio hoje conhecido de que o Web Summit, o mais importante encontro de ‘startups' do mundo vai realizar-se na capital portuguesa durante os próximos três anos. Lisboa substitui assim Dublin. O contrato para a realização do evento em Portugal foi hoje assinado em Lisboa, no Palácio das Laranjeiras, entre o presidente executivo do Web Summit, Paddy Cosgrave, e o vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas.

* Esclarecendo: 
1 - O sr. Carlos Costa, governador do Banco de Portugal demonstrou a mesma incompetência para gerir o caso do Novo Banco, como Vitor Constâncio no caso do BPN, infelizes e infelizes de nós que pagamos isto tudo (PIT).
2 - O governo que andou o ano todo às apalpadelas financeiras, deitou foguetes, embandeirou em arco, um basqueiro enorme, levou um chuto de 7,2% no défice de 2014 que obviamente se vai reflectir em 2015.
Quando é que os portugueses aprendem a votar noutra gente, ou é uma fezada? 
Quanto ao websummit é folclore p´rós ricos e tecnocratas, muito ao geito do sr. Paulo Portas.

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