10/09/2015

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HOJE NO
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Envelhecimento. 
Portugal na cauda da Europa 
no bem-estar de idosos

Fraca formação escolar da população acima dos 60 é o parâmetro negro na avaliação da Global AgeWatch.

Olhando para os resultados do índice Global AgeWatch de 2015 – que avalia o bem-estar social e económico das pessoas com mais de 60 anos de idade –, Portugal não é um bom país para envelhecer. Pelo menos, no contexto da Europa Ocidental, ranking em que ocupa a terceira pior posição, apenas à frente de Malta e da Grécia.
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A nível mundial, a classificação é melhor, com um 38.º lugar entre os 96 países avaliados e, portanto, algumas posições acima do meio da tabela. O que vem a seguir está longe de ser novidade: Suíça (que volta a ocupar o primeiro lugar da tabela), Noruega, Suécia e Alemanha ocupam as primeiras posições do ranking.

O baixo nível de formação dos mais idosos é o parâmetro que mais contribui para a classificação global negativa portuguesa. O relatório apresentado pela HelpAge (uma associação com intervenção mundial que actua em prol da promoção dos direitos e necessidades da população mais idosa), recorda que apenas 15,7% dos portugueses com mais de 60 anos têm formação superior ou, pelo menos, concluiu o ensino secundário. Ainda no campo da “capacitação” dos idosos, o nível de desemprego entre as pessoas ainda em idade laboral (mas mais perto da reforma) situa-se nos 53,1%.

Com uma pequena nuance. O relatório é referente a 2015 mas baseia-se em dados do ano anterior para traçar o mapa dos países mais amigos do envelhecimento. É isso que explica que, ainda antes de uma mais significativa redução do desemprego, o relatório aponte o dedo à falta de emprego em Portugal, cujas taxas se encontravam “num máximo histórico”, com o pais a apresentar a “terceira maior taxa de desemprego para os trabalhadores entre os 55 e os 64 anos” entre os países analisados. Na altura, essa taxa encontrava-se nos 13,5%. Em comparação com 2008, a taxa mais que tinha duplicado. 

No entanto, há outro dado que manteve intacta a sua actualidade: a falta de oportunidades de formação sénior. “É este, em particular, o caso quando nos referimos à educação básica e à utilização de novas tecnologias” por parte da população idosa, apontam os autores. “A universidade sénior foi implementada no início da década de 1990, mas a maior parte destas instituições encontram-se nas áreas urbanas, onde o nível de formação é historicamente mais elevado”, notam ainda, dando conta do abandono geral a que estão votadas as populações do interior do país.
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A má classificação é reforçada pela comparação com as edições anteriores do índice. Este ano, Portugal não vai além da 83.ª posição neste campo, um lugar abaixo do ano passado, quatro abaixo de 2013.
Ambiente pouco favorável “Em 2012, o governo português reduziu os apoios para transportes públicos dos idosos”, começa por referir o relatório, para acrescentar que “seis meses depois do corte, a empresa responsável pela gestão do sistema publico de transportes deu conta de que 41 mil idosos tinham deixado de comprar o passe social”.

Um golpe duro na deslocação da população sénior, que se deparou com uma redução da frequência dos autocarros (passaram a chegar mais cheios às paragens, tornando “quase impossível” a movimentação destes cidadãos).

Portugal fica sensivelmente a meio da tabela neste parâmetro de análise, mesmo que a “proliferação de lares ilegais” se tenha tornado uma questão relevante a encarar por parte do poder político: “As estimativas indicam que cerca de 20 mil idosos vivam em três mil lares ilegais em todo o país”. Outros 39 mil idosos vivem sozinhos ou isolados.

a saúde dá um empurrão Do lado das boas notícias, a prestação de cuidados de saúde conquista uma posição de destaque. Mas também não passa sem uma mancha no relatório.

Primeiro, os números. Um português pode aspirar a viver, em média, mais 24 anos depois de atingir os 60 anos de idade – até aos 84, portanto. E 17.6 anos desse período serão vividos com um nível de saúde satisfatório. Em termos psicológicos, refere o relatório da HelpAge que 90.5% das pessoas com mais de 50 anos consideram que a sua vida “tem um sentido”, quando comparados com o total de pessoas entre os 35 e os 49 anos que sentem o mesmo.

Em suma, Portugal consegue uma “posição moderada” no ranking, quando é tido em conta todo o universo analisado no Global AgeWatch de 2015. “Apresenta um resultado abaixo da média na taxa de pobreza entre os idosos (7,8%) e uma taxa acima da média na taxa de bem-estar (95%).

* Pelo seu "patuá" televisivo Passos Coelho finge que ainda não percebeu que é este o país real, lidera bem os "patuateiros" do governo.


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