01/09/2015

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Senso d'hoje
   PAULO PORTAS
VICE PRIMEIRO-MINISTRO

Responde a três perguntas sobre a crise migratória na Europa,formuladas pela equipa de redacção do "DIÁRIO ECONÓMICO":
1- Portugal devia fazer um maior esforço no acolhimento de migrantes nesta crise migratória?
2- A resposta a este êxodo deve ser europeia ou nacional? Quais as medidas que Portugal deve propor para a existência de uma resposta europeia?
3- A pressão migratória pode pôr em risco o espaço Schengen na Europa?

1-Portugal devia e deve - e fará certamente - um esforço necessário no quadro da União Europeia e de acordo com o que for determinado pela União Europeia. Este é um problema dramático, excessivamente complexo para que qualquer país possa ter posições unilaterais e portanto Portugal estou certo que irá, no âmbito da UE e em conjunto com a Comissão Europeia e com as instituições europeias participar no esforço de acolhimento de migrantes.

2-Só pode ser europeia. Quem pensar que uma resposta unilateral de qualquer estado-membro da União Europeia, por muito poderoso económica, social e politicamente, poss ser, seja como for, o esforço tem de ser sempre no quadro da UE. Nós vivemos num espaço de liberdade de completa circulação de pessoas e de bens, portanto qualquer resposta unilateral de um estado-membro da União Europeia é um erro. Portugal pode e deve, honrando as suas tradições de um país que acolhe bem os imigrantes e migrantes, pode e deve no âmbito da União Europeia, exigir uma resposta rápida, firme e efectiva da UE, embora reconheça que, por força de posições unilaterais de alguns países, isso não está a acontecer.

3-Espero que não. O espaço Schengen é uma conquista da União Europeia, é fundamental do ponto de vista daquilo que é a ideia europeia, de construir um espaço livre de pessoas e de bens. Agora, se a UE, no seu conjunto, de forma solidária, não tomar posições afirmativas, eficazes e rápidas, é evidente que, se isso não acontecer, poderá dar espaço a posições extremistas e xenófobas à esquerda e à direita que poderão, de alguma forma, ter consequências do ponto de vista do eleitorado dos países da UE de colocar em risco o espaço Schengen mas espero que não. É uma conquista desta geração e é um pilar fundamental da ideia da Europa. E que tenhamos todos consciência, nomeadamente de alguns países da UE com posições mais unilaterais (para não dizer mais), que tenham noção de que o que está em causa é a ideia de uma certa Europa. Isto é uma tragédia que choca qualquer pessoa de boa fé, de esquerda, da direita, do centro. A Europa não pode ter uma postura de ambivalência ou de menor atenção.

O líder delegou as respostas no presidente do grupo parlamentar Nuno Magalhães.

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