12/09/2015

ADRIANA AGUIAR BRANCO

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Pelo interesse público 
marchar, marchar!

O que está em causa para os utentes dos serviços de transportes, na decisão do Governo de levar a cabo a subconcessão do Metro e da STCP, agora através de ajuste direto, é de tal modo importante que exige que os autarcas, que foram eleitos para defender o interesse daqueles, sejam capazes de articular posições e bater o pé com firmeza.

É preciso utilizar todos os mecanismos necessários para, desta feita, fazer abortar um processo que a ir por diante e nos moldes em que foi concebido será altamente penalizador para a população do Norte e para todos quantos por aqui passem.

Acresce que, como diz o ditado "quem não se sente não é filho de boa gente", os autarcas da AMP foram desrespeitados de novo porquanto a mencionada decisão, para além de errada, incompetente, imponderada e apressada, foi mais uma vez tomada à revelia de quem representa esses utentes e melhor que ninguém conhece e entende as suas necessidades em termos de serviços de transportes.
Ademais o Governo, na sua cegueira e prepotência centralizadoras, ao invés de arrepiar caminho, insiste nos mesmos erros anteriormente cometidos.

Teima em lançar os concursos em simultâneo tratando de forma igual o que é diferente. Teima em manter um caderno de encargos incompetente e irrealista porque não sustentável em termos económicos. Teima em negligenciar o essencial, que é a salvaguarda dos interesses legítimos dos utentes consubstanciada na garantia de um serviço de qualidade.

O Governo teria ficado bem melhor na fotografia se, com humildade, tivesse assumido o fracasso do processo anterior e aproveitasse a oportunidade para começar de novo fazendo "mea culpa" e corrigindo aquilo que originou o triste desfecho que todos conhecemos; o falhanço do concurso internacional, um ano de atraso na resposta aos problemas e os imensos prejuízos causados quer aos utentes, quer aos trabalhadores, quer às cidades que viram os serviços prestados por ambas as empresas estratégicas da AMP a degradarem-se a olhos vistos.

Ao contrário do que diz o secretário de Estado dos Transportes, que como é óbvio agora apenas pretende salvar a face, não é do interesse público ir teimosamente em frente. Do interesse público é antes fazer o bom senso imperar, é evitar por todos os meios que este processo vá por diante, é deixar que o próximo Governo, seja ele qual for, com a ponderação que o assunto merece e tendo em conta a opinião dos trabalhadores, dos destinatários dos serviços e dos seus representantes tome uma posição equilibrada e amiga de todos quantos os utilizam.

Não sou contra a subconcessão da Metro e da STCP mas sou contra esta forma incompetente, irresponsável e atabalhoada como a querem levar a cabo contra tudo e contra todos.

É por isso que entendo que todos juntos, fazendo valer o nosso direito à indignação, temos o dever de pelo interesse público marchar, marchar!

Deputada municipal do movimento de Rui Moreira.

IN "JORNAL DE NOTÍCIAS"
09/09/15


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