14/08/2015

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614.
Senso d'hoje
JOAQUIM DE ALMEIDA 
ACTOR
  SOBRE UM POUCO DE SI

"Agora só aceito ser vilão se gostar do papel ou se me pagarem muito"

TEATRO OU CINEMA?
Eu não sou muito de teatro. Deitava-me às cinco da manhã, vivia a seguir ao teatro e quando acordava já tinha os diálogos na cabeça. No cinema, vivo um bocado assim mas, à medida que vou fazendo as cenas, tiro-as da cabeça. Agora fiz uma participação numa novela da TVI e fiquei com imenso respeito pelos atores de novela em Portugal. Nos Estados Unidos somos uns príncipes, temos a nossa rulote, o nosso lugar. Aqui, têm uma sala para todos, às vezes nem há ar condicionado. Nas séries de televisão americanas, achamos que é muito rápido e fazemos um episódio em oito dias. É feito à cinema, com cuidado. Aqui, na novela, têm três equipas a trabalhar em simultâneo, fazem um episódio por dia e trabalham tudo ao mesmo tempo. Há atores que vão de um grupo para o outro. Mas é a única forma de sobrevivência dos atores em Portugal. Porque há muitos atores a trabalhar, são produções grandes. Em Portugal não se pode viver do cinema.

NAMORADAS
É um assunto complicado. As namoradas agora são mais velhas... Até há pouco tempo não era assim. Havia uma diferença grande, mas as mais novas querem ter filhos e eu não. As mais velhas querem ter uma relação mais estável e eu continuo a andar de um lado para o outro. Continua a não ser muito simples. De vez em quando estou com alguém, mas também estou numa altura em que não me preocupo muito. Uma pessoa também não quer acabar velho e sozinho, não é? Vou tendo relações. Umas duram, outras não duram. A dificuldade continua a ser a mesma. Era mais fácil quando se era mais novo, até porque ia e vinha, tinha sempre os filhos como base e voltava. Alias, é a razão por que eu venho sempre também, por causa da Ana, a minha filha mais nova. Como o Lourenço vai para Nova Iorque, vai ser mais fácil vê-lo. 

* Excertos de entrevista ao "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

** É nossa intenção, quando editamos pequenos excertos de entrevistas, suscitar a curiosidade de quem os leu de modo a procurar o site do orgão de comunicação social, onde poderá ler ou ver a entrevista por inteiro. 


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