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GUIA PARA PERCEBER
A OPERAÇÃO MARQUÊS
11 PERGUNTAS
3ª PERGUNTA: E Hélder Bataglia, porque não foi detido ainda?
É dos poucos suspeitos que ainda não foi interrogado e a razão
é simples: o Ministério Público não consegue notificá-lo por não
encontrar a sua morada atual.
Bataglia nasceu no Seixal em 1947,
e tem dupla nacionalidade, luso-angolana. Desenhou uma carreira de
sucesso na área da construção. Tanto, que chegou a ser conhecido como o
“rei dos empreiteiros da margem sul”. Agora, com 68 anos, a maior parte
dos seus negócios está centrada em Angola.
O empresário ficou conhecido em Portugal, em 2004, com o caso dos submarinos. Bataglia é presidente da Escom, a empresa intermediária do negócio – controlada em 67% pela Espírito Santo Resources, holding do Grupo Espírito Santo (GES) – pelo qual recebeu comissões de 30 milhões de euros, explicou o Expresso.
O empresário depôs também na Comissão de Inquérito ao Caso BES, tendo
sido das poucas vezes em que apareceu em público. O Expresso contou
ainda que Bataglia se associou à
família Espírito Santo em 1991, e que terá sido o responsável por
convencer Ricardo Salgado a criar o BES Angola (BESA). O BESA esteve para comprar a ESCOM, mas o negócio acabou por não avançar.
Agora, Hélder Bataglia volta ao
mediatismo por ser mais um dos nomes envolvidos no processo da Operação
Marquês. É um dos acionistas principais da empresa detentora do resort
de Vale do Lobo, a que a investigação da Operação Marquês tem estado
dedicada nos últimos tempos, mas o Ministério Público não saberá,
atualmente, do seu paradeiro.
A principal suspeita está no negócio que envolve o Resort Turístico
de Luxo e a Caixa Geral de Depósitos, que lhe fez (à empresa do qual é
acionista) um empréstimo no valor de 194 milhões de euros. A
investigação suspeita de “luvas” nas negociações. Terá sido a partir das
contas em offshore da sua empresa
que saíram 12 milhões de euros de comissões para Joaquim Barroca, do
grupo Lena, e deste para Carlos Santos Silva na Suíça.
Mesmo que o MP consiga notificá-lo em Angola, este país não extradita cidadãos nacionais para interrogatório.
Hélder Bataglia era também acionista da Akoya, empresa de gestão de fortunas suíça, que foi investigada no caso Monte Branco.
* Próxima pergunta amanhã à mesma hora.
** Por falha humana, talvez a provecta a idade seja a causa, falhámos a edição deste trabalho durante dois dias, hoje reiniciamos com a pergunta nº3, as nossas desculpas.
*** Um excelente trabalho dos jornalistas do "OBSERVADOR", a edição começou segunda 13/07/15.
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