23/07/2015

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HOJE NO
 "JORNAL DE NEGÓCIOS"

Académicos dizem que é "eticamente condenável" fazer negócios com Angola

Um grupo de 17 académicos publicou esta quinta-feira uma carta no Le Monde Afrique onde denunciam aquilo que classificam como uma "deriva autoritária" do Governo de Angola. E pedem à Europa e aos EUA que mudem o seu relacionamento com Luanda.
Um grupo de 17 académicos desafia os empresários e os Governos europeus e norte-americano a reverem o seu relacionamento com Angola, em resposta ao que classificam como a "deriva autoritária" do Governo liderado por José Eduardo dos Santos.
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O repto é lançado através de uma carta aberta publicada no Le Monde Afrique. Entre os signatários encontra-se Ricardo Soares Oliveira, autor do livro "Magnificent and Beggar Land. Angola since the Civil War".

"Pedimos aos Governos e aos investidores franceses, europeus e americanos que tomem consciência dos problemas que levantamos aqui e que, nas suas relações como Angola, coloquem os princípios à frente das possibilidades de investimento".

Os subscritores desta carta consideram que nos últimos três meses o Governo angolano "intensificou a sua política repressiva contra qualquer pessoa suspeita de dissidência política, violando os princípios do respeito e da defesa dos direitos do Homem que estão inscritos na Constituição de Angola".

Como exemplo apontam o caso de 13 activistas políticos que se encontram presos desde 20 de Junho, sendo alvo de uma acusação "sem fundamento", a de estarem a preparar um golpe de Estado. E lembram ainda o caso de Rafael Marques, autor do livro "Diamantes de Sangue: Corrupção e Tortura em Angola" que foi condenado a seis meses de prisão pelo crime de "difamação".

Face ao que consideram ser "um clima de repressão que coloca em causa a liberdade de expressão", estes académicos, que leccionam diversas universidades de renome, consideram "eticamente condenável" que a comunidade internacional mantenha a política do "business as usual" com Angola.

Os signatários consideram que a visita de François Hollande a Luanda, realizada a 3 de Julho, durante a qual foram assinados contratos entre empresas francesas e angolanas superiores a mil milhões de euros "é um exemplo, entre outros da forma com os direitos do homem e as liberdades individuais são desrespeitadas em nome do interesse económico imediato".

Signatários da carta: 
Jeremy Ball (Dickinson College), Ruy Llera Blanes (Universidade de Bergen), Dorothée Boulanger (King’s College Londres), Chloé Buire (Universidade de Durham), Michel Cahen (Universidade de Bordéus), Gerson Capamba (Universidade Paris1-Sorbonne), Juliana Lima (Universidade Paris1-Sorbonne), Marissa J. Moorman (Universidade de Indiana -Bloomington), Aslak Orre ( Michelsen Institute, Bergen), Lara Pawson (escritora, Londres), Didier Péclard (Universidade de Genebra), Anne Pitcher (Universidade de Michigan), Irène dos Santos (EHESS, CNRS, Paris), Jon Schubert (Universidade de Leipzig), Ricardo Soares de Oliveira.

* Por onde têm andado os académicos desde há 20 anos, a coçar a micose certamente, descobriram só agora que o ZE DU pode vir a ser um dos maiores assassinos de África?


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