16/07/2015

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HOJE NO
 "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"


Marido da ministra das Finanças recusou pedir desculpas públicas a jornalista

António José Albuquerque foi acusado de cinco crimes e recusou pedir desculpas a jornalista. DIAP de Lisboa decidiu levá-lo a julgamento e acrescenta ainda o crime de tentativa de coação.
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O SR. ANTÓNIO
O Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa acusou o marido da ministra das Finanças dos crimes de coação na forma tentada, injúria e difamação com publicidade, na sequência da queixa de um jornalista do Diário Económico, Filipe Alves. Em causa uma troca de mensagens escritas em que António José Albuquerque ameaçou e insultou um ex-colega do jornal. António Albuquerque exerceu o cargo de editor executivo na publicação económica.


Ao DN, o jornalista disse apenas que lamenta "que as coisas tenham chegado a este ponto, mas não me deixou alternativa. Não é verdade que existisse entre nós qualquer problema pessoal", disse Filipe Alves.

No final do inquérito, o Ministério Público deu a hipótese ao arguido de não ir a julgamento, aplicando a suspensão provisória do processo. Para isso bastaria pedir desculpa publicamente. Mas o marido da atual ministra das Finanças recusou dizendo que só pediria desculpa por sms, nunca publicamente. Perante esta resposta, o Ministério Público não teve outra hipótese senão levar o caso a julgamento, acrescentando ainda o crime de tentativa de coação, mais grave do que o que alegava a queixa feita pela defesa de Filipe Alves.

O jornalista é redator principal no Diário Económico e publicou vários artigos de opinião relativos ao caso BES, ao processo de criação do Novo Banco e da intervenção do Fundo de Resolução, no qual fazia referência à atuação do Governo nestes processos, nomeadamente à atuação da mulher do arguido, a ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque. Na sequência destes artigos - escritos em setembro de 2014 - o arguido enviou ao jornalista mensagens escritas com conteúdos como "tira a minha mulher da equação senão vou-te aos cornos". Tu é que não sabes quem eu sou. Metes a minha mulher ao barulho e podes ter a certeza que vais parar ao hospital".

O DN sabe que o Ministério Público considerou que o arguido sabia que as palavras que escreveu eram adequadas a provocar no queixoso receio de ser agredido e considerou que tinham como objetivo coagir o jornalista a não publicar artigos de opinião relativa à ministra das Finanças. Por isso, segundo a acusação, está aqui em causa um crime de tentativa de coação.

* Da coação "sms" à coacção financeira, um casal exemplar.

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