15/06/2015

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HOJE NO
 "DIÁRIO ECONÓMICO"
Como convencer o “Zé da PME”
 a contratar doutorados?

É a pergunta de um milhão de dólares. Qual a solução para incentivar a contratação de doutorados pelas empresas? Apenas 4% dos doutorados em Portugal estão no sector privado, o que é uma das mais baixas percentagens da UE (Dinamarca 38%). 

A maioria do tecido empresarial português é constituído por PME lideradas pelo chamado" Zé PME, que não vê a mais-valia em contratar um doutorado", diz Ana Barroca, coordenadora do estudo "A empregabilidade dos doutorados nas empresas portuguesas".
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Representantes das empresas, do mundo académico e da Agência Nacional de Inovação debateram soluções para promover a contratação de doutorados no sector privado. Um debate organizado pelo Grupo de Trabalho do Núcleo de Bolseiros do ITQB da Universidade Nova de Lisboa e moderado pelo Económico. Aqui apresentamos algumas das perguntas e respostas dos vários protagonistas envolvidos nesta questão.

1. Por que é que as empresas não contratam doutorados? 
A maioria das empresas portuguesas são PME. Muitas são lideradas por pessoas que "construíram um negócio e o desenvolvem muito bem, mas não têm formação académica e a quem é difícil explicar a mais-valia de contratar um doutorado, a esse CEO chamamos Zé das PME", diz Ana Barroca. Mas estes "empresários não hesitam em bater à porta das universidades quando precisam de desenvolver alguma tecnologia. Porque não contratar os doutorados para a desenvolver?" A maioria responde com a ideia feita que os doutorados não sabem trabalhar, são dispendiosos, têm pouca visão comercial e capacidade de gestão", sublinha a ‘managing partner' da Advancis Business Services.

2. O que ganha uma empresa que contrate doutorados? 
Os doutorados "têmumconjunto de competências que os diferencia, como a capacidade de encontrar soluções novas para novos problemas, de comunicação que resulta do treino de apresentações públicas e a capacidade de gestão porque lideraram equipas, o que é como gerir uma pequena empresa", sublinha Ferreira Machado, professor da NOVA SBE. Daniel Bessa, director - geral da COTEC acrescenta que para "além de serem muito qualificados, desenvolvem competências científicas, resiliência e capacidade de gerir equipas". Depois "uma empresa que quiser inovar tecnologicamente tem que ir procurar pessoas altamente qualificadas", acrescenta João Jesus Caetano. Para o director de R&D da INTELI isso passa por duplicar o investimento em ciência, sobretudo do sector privado em mais 2,5 mil milhões de euros.

3. O que deve fazer um doutorado para convencer a empresa a contratá-lo? 
O doutorado tem que mudar de atitude "apostar no marketing pessoal e saber como vender o seu enorme potencial ao empregador", diz Ferreira Machado. O antigo director da NOVA SBE sublinha que" há que mostrar como a sua formação encaixa na resposta às necessidades das empresas". Para Daniel Bessa é essencial "seduzir quem tem dinheiro no bolso econvencê-lo a pagar o que exige competências muito próprias". As universidades por seu lado, devem apostar mais em programas de "desenvolvimento das competências transversais, as chamadas softs skills muito valorizadas pelas empresas", sublinha Ana Barrocada Advancis.E depois, diz Hélder Cruz, há sempre as oportunidades internacionais. O que não tem que ser visto só como fuga de talentos, mas também como promoção de redes internacionais. "Muito do trabalho do Instituto de Biologia Tecnológica (IBET), por exemplo é trazido por pessoas que formámos e estão fora a trabalhar em grandes multinacionais e que nos contratam serviços", exemplifica Paula Alves, CEO deste instituto.

4. Criar a sua própria empresa pode ser uma hipótese? 
Sim. A criação do auto-emprego é uma das hipóteses a considerar. "Em Portugal há muitas redes disponíveis para ajudar a criar novas empresas a desenvolver novas ideias", sublinha Ana Barroca. Para isso "a aprendizagem ao longo da vida e a rede de contactos fazem toda a diferença", acrescenta. Helder Cruz, CEO da ecbio,é um exemplo de um doutorado que lançou a sua empresa com sucesso, depois de ter criado várias negócios. "Aconselho quem queira lança o seu negócio a ganharem competências de gestão", o que passou no seu caso por tirar um MBA.

 Depois há que inventar soluções criativas "para conseguir sobreviver financeiramente nos primeiros anos". "Se estão à espera do sonho americana de criar a ideia e arranjar capital de risco não vai funcionar", alerta o doutorado em biotecnologia. Peter Villax aconselha todos a "começar a trabalhar numa empresa e quando saírem cortem as amarrastodas, saiam da vossa zona de conforto e apostem na vossa empresa".

* A resposta é fácil, 90% das empresas portuguesas têm menos de 30 funcionários, 80% destas não necessitam de um empregado com um  excesso brutal de conhecimentos face ao ramo de negócios, mais importante ainda os doutorados não querem trabalhar em PME's a não ser naquelas que ocupam o nicho de excelência. 
Este país é tão bom que tem licenciados a trabalhar em  caixas de hipermercados e paga a um enfermeiro 4€/hora e a um recém licenciado em farmácia 700 €/mês para trabalhar em oficina.
Ah! o “Zé da PME” é o maior empregador do país, não vende submarinos, é roubado por políticos e banqueiros e está sujeito a leis duvidosas escrevinhadas por "doutorados".
Existem debates que apenas servem para desfilarem baboseiras.

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