16/06/2015

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HOJE NO
 "CORREIO DA MANHÃ"

Saúde com falta de enfermeiros
 e médicos mal distribuídos

As taxas afastam utentes e é cada vez mais difícil o acesso aos medicamentos.

O Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS) analisou a saúde dos portugueses após a intervenção da 'troika' e concluiu que faltam enfermeiros, os médicos estão mal distribuídos e que o valor das taxas moderadoras afasta os utentes.

De acordo com o Relatório de Primavera 2015 do OPSS, que será esta terça-feira apresentado, em Lisboa, "persiste um rácio de médicos por habitante adequado, mas inadequadamente distribuído pelo território com clara vantagem para as regiões urbanas".

Baseando-se nos dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), o Observatório indica que houve uma diminuição de médicos de 1,4% de 2012 para 2013, ao mesmo tempo que se verificou um incremento de 13,02% no número de médicos em internato.

Acesso aos medicamentos cada vez mais difícil 
 O cidadão tem cada vez mais dificuldades em aceder aos medicamentos em Portugal, devido à diminuição do poder de compra, mas também porque vários fatores têm levado a que os fármacos faltem nas farmácias, segundo um relatório.

O Relatório da Primavera 2015, elaborado pelo OPSS, apurou uma maior dificuldade no acesso ao medicamento, no primeiro ano sem intervenção da 'troika'.

O OPSS justifica esta dificuldade com a diminuição do poder de compra dos cidadãos, "mas também porque os outros intervenientes no circuito do medicamento enfrentaram dificuldades que resultaram numa menor acessibilidade aos medicamentos (indústria, distribuidores, farmácias), com repercussões na saúde da população".

Camas diminuem nos hospitais públicos 
O número de camas disponíveis nos hospitais públicos continua a diminuir, enquanto aumenta nos privados, e nos cuidados continuados mantém-se abaixo das necessidades da população (menos de 30%), revela o relatório do Observatório Português dos Sistemas de Saúde. O Relatório da Primavera 2015 do OPSS destaca ainda o facto de esta realidade se verificar num país com um dos menores rácios de cama por habitante da Europa. No que respeita ao acesso a camas nos hospitais, "assistiu-se a uma contínua redução de camas nos hospitais do SNS [Serviço Nacional de Saúde] e ao mesmo tempo a um aumento de camas nos hospitais privados, no contexto de um país em que o rácio de camas por habitante é dos menores da UE".

Desinstitucionalização de doentes mentais continua 
O Observatório dos Sistemas de Saúde concluiu que, em Portugal, continua a verificar-se uma desinstitucionalização dos doentes mentais sem que haja avanços na rede de cuidados continuados para estes doentes e propõe mais investimento e aumento dos cuidados domiciliários. O Relatório da Primavera 2015 indica que a análise realizada sobre o acesso aos cuidados de saúde mental revelou que se continua a assistir a um processo de desinstitucionalização dos doentes "que não está a cumprir o plano pré-definido" e simultaneamente a um atraso no arranque da rede de cuidados continuados.

"A implementação nacional da Rede de Cuidados Continuados de Saúde Mental revela avanços demasiado lentos, gerando assimetrias regionais entre doentes e famílias", acrescenta o documento.

Menos cinco milhões de consultas 
Estudo revela quebra de mais de 3700 camas nos hospitais.
Os centros de saúde registaram menos cinco milhões de consultas entre os anos de 2008 e 2012 e os hospitais públicos perderam mais de 3700 camas para internamento no espaço de 12 anos.

As conclusões fazem parte do relatório ‘Acesso aos Cuidados de Saúde. Um direito em risco?’, que é divulgado hoje pelo Observatório Português dos Sistemas de Saúde (OPSS), que se debruça sobre os efeitos da crise económica no acesso do utente aos cuidados médicos.

A análise recai também sobre os recursos humanos disponíveis. Apesar de classificar como "adequada" a existência de, em média, quatro médicos por cada mil habitantes, o relatório sublinha a distribuição inadequada destes profissionais pelo território português. Em áreas urbanas, estima-se que existam cinco clínicos por cada mil habitantes. Nas zonas rurais, essa média cai para apenas dois. 

O impacto da crise económica no bolso dos portugueses é realçado no relatório. Em 2007, Portugal era o 6º país com maiores gastos suportados pelos utentes. 

Cinco anos depois, em 2012, ocupava já a 4ª posição no ranking elaborado pela OCDE.

* O governo olha para os cidadãos como penicos de colecta, nada mais interessa, o sr .ministro da Saúde iludiu muitos portugueses inclusive a nós que habitualmente somos cépticos. A sua subserviência a Maria Luís Albuquerque é repugnante.

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