11/06/2015

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DOUTRO SÉCULO

MOCIDADE PORTUGUESA

FEMININA

(BOLETIM MENSAL)



Mocidade Portuguesa Feminina : boletim mensal, foi o orgão da Mocidade Portuguesa Feminina, fundado pelo Estado Novo, 
 publicado mensalmente entre 1939 e 1947, com o objetivo de 
filiar na ideologia nacionalista e cristã a “mentalidade das 
raparigas portuguesas”, bem como criar uma “mulher nova”.
(WIKIPEDIA)
Como mulher nova entenda-se por submissa primeiro ao pai
 e depois ao senhor marido. As meninas da MPF mascaradas 
com uma farda plagiada dos camisas castanhas de Hitler 
eram, as aderentes,  desde os imberbes sete anos,  obrigadas 
a interpretar a doutrina salazarenta de Deus, Pátria e Família.

Os idílicos cenários das capas do boletim representavam a 
paranóia da aparência duma juventude feliz encobrindo a 
realidade duma feroz ditadura política machista.

Não é alheio o clero português sempre de braço com a ditadura, 
existem honrosas excepções,que através da sua práctica 
"evangélica" sublinhavam com fervor os benefícios da 
submissão feminina.

Virginais infantas, sorrindo para a foto, não desconfiando
 do futuro cinzento que as esperava.

Organização poderosa na deformação de mentalidades, 
a MPF fazia destas jovens o prototipo da obediência forçada 
de feliz aparência, muitas delas nasceram, cresceram e 
morreram sem saber o que era liberdade, confinadas a 
leituras standard apologistas do regime. A fivela do cinto 
com o famigerado "S" é elucidativa da vida salazarenta 
a que estavam sujeitas.

Uma farda intencionalmente concebida para disfarçar a 
silhueta feminina, expressão de pudor fedorento  que o Estado 
Novo e a igreja católica impunham a "Bem da Nação"

Imagem hipócrita das avós daquele tempo, nem 1% das 
mulheres portuguesas da época tinham dinheiro para estes
 vestidos sumptuosos

Bonecas de louça, privilégio de pouquíssimas meninas

Uma nação cheia de porte atlético

(WIKIPEDIA)
Dirigida pelo Comissariado Nacional da Mocidade Portuguesa, o 
boletim contou com colaboração de forte presença feminina, 
onde se encontram os nomes de Maria Guardiola, Adolfo Simões
 Müller, Anne Marie Cazalis, Agostinho de Campos, António Correia
 de Oliveira, Clementina Carneiro de Moura, Cottinelli Telmo, 
Diogo de Macedo, Fernando Pamplona, Francisca Assis, Maria 
Joana Mendes Leal, Fernanda de Castro, Gustavo Matos Sequeira, 
João Couto, João Miguel dos Santos Simões, João Ameal, João 
de Deus Ramos (sob o pseudónimo de Pedro Barto), José da Cunha Saraiva, Maria de Carvalho, Domitila Carvalho, Maria José Coutinho, Maria Antonieta de Lima Cruz, Bertha Leite, Maria Luisa Ressano, 
Julieta Ferrão, Maria Jose de Mendonça, Pe. Moureira das Neves, Margarida Ottolini, Maria Henriques Oswald, Manuel de Oliveira, 
Mário Novais, Horácio Novais, Serafim Leite e Teresa Leitão de Barros.


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