24/06/2015

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HOJE NO
 "RECORD"

Pavilhão Carlos Lopes 
não pode ser subconcessionado

O vereador do Urbanismo da Câmara de Lisboa assegurou esta quarta-feira que o Pavilhão Carlos Lopes, abandonado há vários anos, não pode ser subconcessionado, mesmo com a cedência à Associação de Turismo de Lisboa (ATL) por 50 anos. 

JÁ VAI EM 12 ANOS
A Câmara de Lisboa, de maioria socialista, aprovou hoje (com os votos contra do PSD, CDS-PP e PCP) a constituição, por 3,5 milhões de euros, de um direito de superfície sobre o Pavilhão Carlos Lopes, abandonado há vários anos, a favor da ATL, que o requalificará. O assunto ainda terá de ser apreciado pela Assembleia Municipal.

"Não está prevista a subconcessão do espaço a privados. Não há qualquer hipótese de [o espaço] ser subconcessionado. A única coisa que está em cima da mesa é a cedência de direito de superfície da Câmara Municipal à ATL", frisou o vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, em declarações aos jornalistas.

O pavilhão, criado na década de 1920 para celebrar o 100.º aniversário da independência do Brasil, foi encerrado por falta de condições de segurança em 2003.

Desde aí, foram pensadas várias alternativas para o espaço de propriedade municipal, situado no Parque Eduardo VII, como a criação de um Museu Nacional do Desporto ou o novo Centro de Congressos de Lisboa, mas nenhuma avançou, pelo que a Câmara quer agora encarregar a ATL de o reabilitar.

A garantia dada por Salgado vem na sequência de críticas do PCP: "Aquilo de que estamos a falar é de uma privatização deste espaço, [...] que deixa de ser gerido pela Câmara Municipal", disse o comunista Carlos Moura, qualificando o equipamento como "um edifício que tem uma história e uma ligação profunda com a cidade".

Segundo o autarca, "aquilo que vai acontecer doravante é que este espaço terá de ser pago para estas utilizações e isto torna-o inacessível à maior parte das associações, coletividades, dos clubes desportivos da cidade de Lisboa".

Também António Prôa, do PSD, referiu que se vai concessionar o pavilhão "a uma entidade privada", a ATL.

"Se a Câmara quer dinamizar aquele imóvel [...] pode fazê-lo de duas formas: ou, com recursos próprios, investir naquele equipamento" ou fazer uma consulta ao mercado para ver "que entidades estariam disponíveis que dariam condições mais vantajosas para o município", disse.

O social-democrata acrescentou que "Lisboa tem uma carência de oferta de equipamentos desportivos", e que, com esta cedência "perde a possibilidade de [ali] realizar eventos desportivos" de grande dimensão.

Já o centrista João Gonçalves Pereira falou na necessidade de manter o nome do espaço -- Pavilhão Carlos Lopes -- e de consignar um "pequeno espaço" para acolher o espólio do ex-atleta Carlos Lopes.

"O lugar onde está o espólio do Carlos Lopes devia envergonhar todos os portugueses, que é em casa dele, na garagem", precisou, adiantando que vai apresentar uma proposta com o vereador social-democrata Fernando Seara para a criação de um pequeno museu.

Manuel Salgado explicou que a cedência por 50 anos à ATL "é um pouco aquilo que se passa no Pátio da Galé", cedido pelo município à mesma associação, que "fez as obras de reabilitação e que o utiliza para fins de interesse geral".

Salgado indicou ainda que o pavilhão vai servir para eventos de cultura, artísticos e desportivos e que as obras de reabilitação, que custarão 8,5 milhões de euros, deverão demorar entre dois e três anos.

* O pavilhão Carlos Lopes está um nojo e não há nomes de resposáveis pela degradação das instalações, foi apodrecendo e presidentes da Câmara mais os vereadores do pelouro assobiaram para o lado e disfarçaram, não há vergonha.


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