28/06/2015

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567.
Senso d'hoje
  
  LUÍS FILIPE PEREIRA
NOVO PRESIDENTE DO
CONSELHO ECONÓMICO SOCIAL
SOBRE O NOVO CARGO

Quando fui convidado pelos partidos políticos, que estiveram de estar de acordo com uma maioria de dois terços na Assembleia da República, aceitei as regras do jogo que dizem que o mandato coincide com a legislatura e portanto termina daqui a alguns meses. Nunca me senti a prazo nas coisas que faço. Pensei que seria interessante este desafio até ao final da legislatura, e depois logo se verá se há vontade, da minha parte e dos partidos, de continuar.

SALÁRIO MÍNIMO
É bom lembrar que o nosso tecido empresarial é constituído em 98% por Pequenas e Médias e Empresas (PME). E deste universo, 90% são micro-empresas, que de acordo com as estatísticas do INE, têm uma dimensão média de 2,7 trabalhadores. Quando falamos no mundo empresarial temos tendência a olhar para as grandes empresas, para as que estão no PSI-20, e esquecemo-nos deste panorama. Sou partidário de um aumento do Salário Mínimo Nacional. Mas ele tem de ser ponderado pela capacidade que as empresas têm de o pagar. É uma questão prática. Posso ter essa vontade, mas se isso puser em risco o emprego, ou a sobrevivências das empresas, não será uma boa medida. Há sectores em que é mais difícil, e outros em que não. Mas tem de haver um esforço nesse sentido.

SEGURANÇA SOCIAL
A Segurança Social foi pensada numa época em que grande parte da malha empresarial tinha quadros de pessoal muito grandes, mas a riqueza que é hoje criada na economia não está nessas empresas. O valor acrescentado está noutros fatores, que têm a ver com lucros e com outros rendimentos que não são de trabalho. Temos de pensar em formas de financiamento que não passem exclusivamente por taxar o trabalho. Quando fui secretário de Estado dizia que o sistema era como um avião que se dirigia contra uma montanha, mas não sabia quando tempo demorava a embater. Estamos hoje mais perto dessa montanha, e é mais difícil tomar medidas. Ou baixamos a taxa de substituição, ou seja, a relação entre o último salário e a primeira pensão, ou aumentamos a idade de reforma, ou encontramos outras formas de financiamento, que podem penalizar a economia.

* Excertos de entrevista ao "DINHEIRO VIVO"

** É nossa intenção, quando editamos pequenos excertos de entrevistas, suscitar a curiosidade de quem os leu de modo a procurar o site do orgão de comunicação social, onde poderá ler ou ver a entrevista por inteiro. 

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