HOJE NO
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Cláudio Fontes
O investigador europeu do ano
Cem mil engenheiros químicos de toda a Europa elegeram o investigador português.
São 100 mil engenheiros químicos de toda a Europa e
todos estão de acordo: Cláudio Fontes, antigo estudante da Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, é o jovem investigador do ano na
área de mistura. O reconhecimento veio da European Federation of
Chemical Engineering (EFCE) e é a primeira vez que um português recebe o
galardão da organização internacional que anualmente distingue os
investigadores em praticamente todas as áreas da engenharia química.
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No caso de Cláudio Fontes foi a sua investigação em mecânica de fluidos
feita para a tese de doutoramento justificou o prémio, que será entregue
em Junho em Sampetersburgo, na Rússia. O português, de 31 anos, andou
uns quantos anos a testar o comportamento dos fluidos para saber como
usá-los na indústria de polímeros. Para quem está de fora, o risco de
este tema parecer impenetrável é grande, mas é bom lembrar que esta
indústria está em todas as nossas rotinas. Quase tudo é produzido a
partir de materiais poliméricos: embalagens, vestuário, revestimentos e
peças na indústria automóvel.
A investigação do antigo aluno da Universidade do Porto centrou-se no
estudo computacional e experimental do processo de mistura por jactos
opostos confinados. Como boa parte dos leitores terá ficado na mesma é
melhor ser ele próprio a explicar a proeza: “Trata-se de um processo que
ocorre geralmente em peças de equipamento de pequenas dimensões para
misturar em contínuo dois ou mais líquidos de viscosidade elevada”,
explica o investigador. Os líquidos são portanto injectados nesses
equipamentos, que têm uma forma cilíndrica e dimensões da ordem do
centímetro de diâmetro.
A partir daí é ver como se comportam. O impacto rápido entre as duas
correntes líquidas provoca a mistura dos líquidos, que pode ser usada na
produção de peças plásticas através de injecção de polímeros reactivos
em moldes. “Uma fusão adequada das duas correntes de entrada tem de ser
conseguida em apenas uma fracção de segundo para evitar defeitos nas
peças produzidas.”
Além de analisar a mecânica dos fluidos que permitem a mistura neste
tipo de equipamentos industriais, Cláudio Fonte encontrou uma solução
para adaptar essa descoberta à indústria e ao design das máquinas. Com
isso poupou muito dinheiro à indústria de polímeros, que por regra faz
centenas ou milhares de tentativas e erros para desenhar novos
aparelhos.
Actualmente a trabalhar em Lyon como investigador no IFP Energies
Nouvelles, um organismo público francês de investigação e inovação com
actividades nos domínios da energia, dos transportes e do ambiente,
Cláudio Fonte continua a trabalhar na área da mecânica dos fluidos:
“Recorro à modelização computacional para dimensionar, optimizar e
compreender de um ponto de vista mais fundamental a operação de
unidades-piloto. Essas unidades são utilizadas em testes de
catalisadores usados em processos de refinação da indústria petroquímica
ou de novas tecnologias energéticas.”
* Fantástico, gostaríamos dum favor seu, haverá a possibilidade de polimerizar o governo?
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