20/05/2015

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Cláudio Fontes
O investigador europeu do ano

Cem mil engenheiros químicos de toda a Europa elegeram o investigador português.

São 100 mil engenheiros químicos de toda a Europa e todos estão de acordo: Cláudio Fontes, antigo estudante da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, é o jovem investigador do ano na área de mistura. O reconhecimento veio da European Federation of Chemical Engineering (EFCE) e é a primeira vez que um português recebe o galardão da organização internacional que anualmente distingue os investigadores em praticamente todas as áreas da engenharia química.
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No caso de Cláudio Fontes foi a sua investigação em mecânica de fluidos feita para a tese de doutoramento justificou o prémio, que será entregue em Junho em Sampetersburgo, na Rússia. O português, de 31 anos, andou uns quantos anos a testar o comportamento dos fluidos para saber como usá-los na indústria de polímeros. Para quem está de fora, o risco de este tema parecer impenetrável é grande, mas é bom lembrar que esta indústria está em todas as nossas rotinas. Quase tudo é produzido a partir de materiais poliméricos: embalagens, vestuário, revestimentos e peças na indústria automóvel.

A investigação do antigo aluno da Universidade do Porto centrou-se no estudo computacional e experimental do processo de mistura por jactos opostos confinados. Como boa parte dos leitores terá ficado na mesma é melhor ser ele próprio a explicar a proeza: “Trata-se de um processo que ocorre geralmente em peças de equipamento de pequenas dimensões para misturar em contínuo dois ou mais líquidos de viscosidade elevada”, explica o investigador. Os líquidos são portanto injectados nesses equipamentos, que têm uma forma cilíndrica e dimensões da ordem do centímetro de diâmetro.

A partir daí é ver como se comportam. O impacto rápido entre as duas correntes líquidas provoca a mistura dos líquidos, que pode ser usada na produção de peças plásticas através de injecção de polímeros reactivos em moldes. “Uma fusão adequada das duas correntes de entrada tem de ser conseguida em apenas uma fracção de segundo para evitar defeitos nas peças produzidas.”

Além de analisar a mecânica dos fluidos que permitem a mistura neste tipo de equipamentos industriais, Cláudio Fonte encontrou uma solução para adaptar essa descoberta à indústria e ao design das máquinas. Com isso poupou muito dinheiro à indústria de polímeros, que por regra faz centenas ou milhares de tentativas e erros para desenhar novos aparelhos.

Actualmente a trabalhar em Lyon como investigador no IFP Energies Nouvelles, um organismo público francês de investigação e inovação com actividades nos domínios da energia, dos transportes e do ambiente, Cláudio Fonte continua a trabalhar na área da mecânica dos fluidos: “Recorro à modelização computacional para dimensionar, optimizar e compreender de um ponto de vista mais fundamental a operação de unidades-piloto. Essas unidades são utilizadas em testes de catalisadores usados em processos de refinação da indústria petroquímica ou de novas tecnologias energéticas.”

* Fantástico, gostaríamos dum favor seu, haverá a possibilidade de polimerizar o governo?

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