14/05/2015

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Portugal em 5º lugar na corrupção
. generalizada nas empresas

Portugal aparece em quinto lugar no ranking de países onde as práticas de corrupção estão disseminadas de forma generalizada, realizado pela Ernst and Young (EY), atrás da Índia, Nigéria, Grécia, Roménia e Egito.

De acordo com o estudo "Fraude e corrupção - A opção mais fácil para crescer?", de 2015, realizado em 38 países da Europa, ,África, Médio Oriente e Índia, 35% dos quadros de grandes empresas em Portugal, ou seja, mais de um em cada três, consideram ser justificável a oferta de presentes pessoais, dinheiro ou entretenimento, se for necessário à sobrevivência do negócio.
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Só 17% dos entrevistados indicaram que a pressão regulatória do sector de atividade onde operam tem impacto positivo nos padrões éticos das suas empresas. E apenas 10% das empresas acredita que as suas políticas anti-corrupção as torna menos competitivas.

"As práticas compliance, anti-corrupção e suborno em Portugal não são ainda uma prioridade para as empresas. A nossa pesquisa mostra que a perceção sobre a mais-valia da pressão regulatória nos padrões éticos e no crescimento das empresas é, ainda, reduzida, traduzindo-se na disseminação de práticas de corrupção no mercado.

O entendimento do mercado tem que acompanhar os avanços da legislação e regulação portuguesa nestas matérias, não só replicando as obrigações legais mas integrando integralmente as políticas de ética e conformidade na rotina diária das empresas", afirmou responsável em Portugal pela linha de serviço da EY- Fraud Investigation & Dispute Services (FIDS), Pedro Cunha.

O estudo refere que nem todos os gestores de topo comunicam eficazmente o seu compromisso com elevados padrões éticos. Já que o inquérito realizado demonstra existir uma desconexão entre a opinião dos gestores de topo e a dos restantes colaboradores. Enquanto 44% dos gestores de topo admitem comunicar com frequência a importância dos elevados padrões éticos, apenas 30% dos colaboradores concordam com esta afirmação. E um quinto dos colaboradores (20%) acredida que as políticas anti-corrupção irão impedir os negócios de crescer.

Para líder global da linha de serviço da EY-FDS, David Stulb, "por força da intensa pressão para crescer, as empresas terão tendem a optar por permanecer em mercados onde a fronteira entre o que é lícito e ilícito, é, ainda muito ténue. No entanto, os dados mostram que esta é uma falsa questão e que o crescimento pode ser alcançado mesmo quando se gerem os riscos de fraude e corrupção. O efectivo cumprimento de compliance não é uma barreia ao crescimento; mas sim, um requisito para o sucesso sustentado".


Para este trabalho foram realizadas entrevistas a 3800 trabalhadores de grandes empresas em 38 países, entre os quais Portugal. O estudo conclui que "o crescimento da pressão para que as empresas aumentem as receitas, a par da volatilidade do mercado, está a colocar em risco as oportunidades de expansão. Esta situação, em simultâneo com desafios como a instabilidade geopolítica, commodities, volatilidade do preço da moeda e sanções económicas, está a empurrar as empresas e os seus executivos para comportamentos de alto risco".

Stulb afirma que "os riscos de fraude, suborno e corrupção são reais. As empresas enfrentam restrições complexas acerca da forma como conduzem os negócios, com regimes de sanções eminentes e riscos novos como o cibercrime, o que acarreta potencial para perturbar significativamente as operações". E avisa que "as empresas têm que estar vigilantes e alerta, na identificação de estratégicas de crescimento de alto risco".

* TTD, Tá Tudo Dito!

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