13/04/2015

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HOJE NO
 "DIÁRIO ECONÓMICO"

Como motivar os jovens para uma profissão com 200 mil empregos

Nos próximos anos a Europa vai ter um défice de 200 mil engenheiros que poderá ameaçar o crescimento económico. Como motivar os jovens a escolher os cursos de engenharia. 

Imagine a sua vida sem água canalizada, estradas, pontes, telemóveis ou internet. Conseguia viver sem frigoríficos, automóveis ou edifícios? A maioria dos produtos e serviços que usamos no dia-a-dia foi desenvolvida por engenheiros. Mas mais de metade da população mundial não tem consciência disso.
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E QUANDO UM ENGENHEIRO 
É FILÓSOFO?
 "A profissão invisível" foi a expressão utilizada por Luís Cocian, autor do livro "Descobrindo a engenharia", para classificar o engenheiro, uma profissão que poucos sabem o que faz. Será que o seu filho tem consciência de todas as oportunidades profissionais que tem à sua frente? Há muitas áreas desconhecidas que podem ser a sua verdadeira vocação. Conheça aqui alguns dos passos que devem ser dados para motivar as gerações mais jovens para a profissão de engenheiro.


1.Quer um emprego? Tire o curso de engenharia!
 "Se alguém me provar que existe uma outra profissão, a seguir à medicina, com mais empregabilidade que a engenharia, eu penitencio-me e vou a pé até Fátima". A ironia utilizada pelo bastonário da Ordem dos Engenheiros pretende referir o facto de haver pouco mais de 3% de desemprego no sector, quando o desemprego jovem ultrapassa os 30%. Mesmo os engenheiros civis "acabam por ir trabalhar para outros países ou em obras no estrangeiro que estão a ser desenvolvidas por empresas portuguesas", sublinha Rita Moura, presidente da Plataforma Tecnológica Portuguesa da Construção. Só na Alemanha existem actualmente cerca de 72 mil vagas para estes profissionais.

2.Acabar com o 'bicho papão' da matemática. 
Tal como não existem monstros debaixo da cama também não existe nenhum 'bicho papão' da matemática. "Mas essa imagem negativa da disciplina continua a ser transmitida de pais para filhos", diz Isaura Vieira, da Direcção-Geral de Educação. Esse é um mito que deve ser combatido. Os pais não devem achar natural que os seus filhos tenham maus resultados a matemática. É preciso mostrar que a disciplina tem aplicações concretas. Depois há o problema da física. Dos 20 mil alunos inscritos em física, apenas sete mil foram aprovados na prova específica. Perante estes números, que considera inaceitáveis, o bastonário da Ordem dos Engenheiros questiona: "É a prova específica que está errada? É o ensino que é mal dado? Como é possível uma prova específica, de tal forma violenta, que conduz à destruição de eventuais carreiras de engenheiros".

3.Aumentar a formação dos professores a matemática. 
Aumentar a formação dos professores do 1º ciclo a matemática é outra das medida essenciais porque as dificuldades adquiridas nesta disciplina no básico são muitas vezes difíceis de recuperar. Aumentar a carga horária da disciplina da matemática no ensino básico e secundário são medidas que estão a ser tomadas. 
 
DE VISITA AO ENGENHEIRO
Mas é também preciso reformular alguns planos de estudo da formação de professores, porque muitos programas de ensino superior privilegiavam a pedagogia mas "se não houver conhecimentos científicos essenciais, a matemática isso não vale nada", exemplifica Isaura Vieira. Em Portugal apenas 25% dos estudantes secundários manifestam a intenção de seguir o curso de engenharias, o que é muito baixo comparado com os 80% da Bélgica.

4.Mostrar como estudar engenharia pode ser divertido. 
"Nem pensar que vamos para essa faculdade (universidade de referência na área da engenharia), porque os alunos são todos 'nerds' e os professores são horrorosos". Argumentos expressos numa conversa de um grupo de estudantes do 11º ano, presenciada por Teresa Oliveira, professora na Católica. A geração Z que está a chegar às universidades, valoriza cada vez mais a interacção social. Por isso é importante combater esta imagem negativa do ambiente dos cursos de engenharia, porque muitos "preferem ir para o curso para onde vão os amigos".

5.Criar um novo herói: 
"O super-engenheiro". Criar uma campanha do super-engenheiro, um novo herói que cria a maioria dos produtos que utilizamos no dia-a-dia, é a proposta de Fernando Branco, professor do IST. "A maioria dos engenheiros não sabe promover o que faz", sublinha o bastonário da Ordem dos Engenheiros. Muitos não têm consciência das capacidades de liderança, gestão e resolução de problemas que desenvolvem durante a sua formação, recorda a docente do Lisbon MBA, Teresa Oliveira. Aumentar o prestígio da profissão de engenheiro, divulgando notícias positivas nos media e tentando sensibilizar os pais para a fácil inserção profissional, possibilidade de carreiras internacionais e elevados salários que os seus filhos terão se optarem por esta área são outras das medidas sugeridas pela Attract, uma rede europeia de escolas de engenharia que quer aumentar a percentagem de jovens a escolher as áreas de ciência e tecnologia. Defende-se ainda a promoção de engenheiros como 'role models' recorrendo a representantes da indústria, investigadores e alunos de doutoramento. As escolas de ensino superior deveriam preocupar-se com o "marketing" da profissão, sublinha o bastonário da Ordem dos Engenheiros.

6.Acabar com o mito de que a engenharia é uma profissão de homens
Convença a sua filha que a engenharia não é uma profissão de homens. Sensibilize a sua escola para a necessidade de promover "Os dias das engenheiras" como acontece noutros países europeus. E ainda promover programas de mentorado para divulgar as áreas das engenharias são algumas das medidas propostas.

* Os nossos amigos engenheiros, são bastantes, lêem este artigo e babam-se, porque não?
Já agora gostaríamos de ler dois artigos sobre outras duas importantes profissões, cantoneiros de limpeza, aqueles que recolhem a porcaria que fazemos diariamente, não vão os engenheiros acabar afogados em merda e a outra só poderia ser prostituta, a profissional que em qualquer "prato" recolhe os sentimentos mais sórdidos do ser humano, consta que os engenheiros também recorrem aos serviços e as utilizam nos seus projectos.

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