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"JORNAL DE NOTÍCIAS"
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Henrique Neto
é o primeiro candidato oficial a Belém
Henrique Neto confirmou ao JN que é candidato a Belém "fora do mainstream da política", ou seja, da corrente dominante, o que está a irritar o PS. O ex-deputado socialista é um dos maiores críticos de José Sócrates.
Socialista
inconformado, Henrique Neto é o primeiro candidato oficial à Presidência
da República e apanhou de surpresa o PS, que teme a dispersão de votos à
Esquerda. Mas não será uma dor de cabeça para António Costa apenas por
isso. Defendeu António José Seguro para a liderança, primeiro quando
reclamou a demissão de Sócrates e, depois, na corrida contra o atual
líder. Perante a vitória de Costa, pediu-lhe para "limpar o partido" e
romper com Sócrates, cuja prisão já esperava.
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"Sou
um candidato independente dos partidos, de fora do mainstream da
política portuguesa". E "quero aproveitar o meu tempo para fazer alguma
inovação no panorama" nacional, adiantou ao JN o empresário de 78 anos,
após terem sido enviados para as redações convites para a apresentação
de uma candidatura, quarta-feira, às 16 horas, em Lisboa, sem anunciar o
nome do protagonista.
Conhecido pela sua presença assídua nos congressos do PS, com moções controversas, assume a reforma política como bandeira e "uma nova República" como lema.
Aliás, no convite para a iniciativa no Padrão dos Descobrimentos, recusa-se que as presidenciais sejam "um simples complemento das legislativas" e que a Presidência da República seja "uma mera extensão da representação partidária", prometendo-se demonstrar que estas eleições podem "ser decisivas para reformar o sistema político".
Henrique Neto já percorreu os corredores do Parlamento, no tempo de António Guterres, precisamente o presidenciável que tem mantido o PS pendurado. Sampaio da Nóvoa, ex-reitor da Universidade de Lisboa, é uma forte hipótese. E também António Vitorino e Luís Amado são falados para o lugar, enquanto, mais à Esquerda, o ex-líder da CGTP Carvalho da Silva admite avançar.
Costa diz-se indiferente
Questionado sobre a candidatura de Henrique Neto, António Costa confirmou que não foi informado. "Não falou e nem tinha naturalmente de falar (...) Soube pela rádio. É-me indiferente. Não tenho nenhum comentário a fazer", afirmou o líder.
Quem reagiu foi o ex-ministro de Sócrates, Augusto Santos Silva. "Tenho muito que trabalhar hoje, escusava o destino de me lembrar que continuo sem candidato presidencial, que corro o risco de brindar a Direita com uma enorme dispersão de votos à esquerda e que, sempre que os responsáveis se resguardam, os bobos ocupam a cena", escreveu no Facebook
Começa por registar que Henrique Neto anuncia a candidatura a Belém e que a ex-bloquista Joana Amaral Dias será, nas legislativas, cabeça de lista de um partido que "vampirizará o corpo legal de outro, já defunto". "É isto que sucede quando as pessoas capazes se fecham em copas"; "surgem logo" os que aproveitam para ter "15 minutos de fama", ataca, notando que um dos problemas "bicudos" é faltar ao centro-esquerda "um candidato presidencial forte e mobilizador de toda a sua base eleitoral".
"Começou a corrida", publicou, por sua vez, Seixas da Costa, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus na equipa de Guterres, que usou o Facebook para expressar respeito por Henrique Neto, agora "reforçado pela coragem que teve para entrar nesta aventura, a qual nem por ser impossível deixa de ser nobre". E termina desejando-lhe um "valente combate".
Histórico do PS é uma voz incómoda e um "self-made man"
O fundador da Iberomoldes, um dos principais grupos mundiais em engenharia de desenvolvimento de produtos e moldes com sede na Marinha Grande, cuja participação vendeu há seis anos, nunca deixou de estar atento ao partido. Foi sempre um socialista crítico e incómodo, destacando-se o ataque cerrado a Sócrates e, antes disso, críticas a Mário Soares. A residir em Lisboa, este dirigente e deputado no tempo de Guterres é, como define Seixas da Costa, "um "self-made man, industrial, homem de palavra frontal" que não é "fácil".
* Ora aqui está uma candidatura que apreciamos e é em absoluto inesperada.
Foi um grande empresário e por isso tem grande experiência de gestão, além da actividade em que se notabilizou tem uma característica imbatível, é absolutamente sério e frontal nas suas convicções.
Augusto Santos Silva foi a seu tempo o trauliteiro de serviço do filósofo que medita em Évora, é um rapa tachos e anda ao "acha".
Antóno Costa não ficou indiferente, quer iludir-nos, não se pode ficar indiferente à personalidade e verticalidade de Henrique Neto, António Costa está a rodear-se do que existe de pior no PS, Socrates fez o mesmo e "lixou-se".
Sampaio da Nóvoa, outro homem muito sério, faz mal em aceitar pisar a passadeira vermelha que lhe estende a direcção socialista, puxam-na da extremidade oposta e ele dará um grande trambolhão.
Vitorino e Amado são candidatos virtuais, perdedores.
Conhecido pela sua presença assídua nos congressos do PS, com moções controversas, assume a reforma política como bandeira e "uma nova República" como lema.
Aliás, no convite para a iniciativa no Padrão dos Descobrimentos, recusa-se que as presidenciais sejam "um simples complemento das legislativas" e que a Presidência da República seja "uma mera extensão da representação partidária", prometendo-se demonstrar que estas eleições podem "ser decisivas para reformar o sistema político".
Henrique Neto já percorreu os corredores do Parlamento, no tempo de António Guterres, precisamente o presidenciável que tem mantido o PS pendurado. Sampaio da Nóvoa, ex-reitor da Universidade de Lisboa, é uma forte hipótese. E também António Vitorino e Luís Amado são falados para o lugar, enquanto, mais à Esquerda, o ex-líder da CGTP Carvalho da Silva admite avançar.
Costa diz-se indiferente
Questionado sobre a candidatura de Henrique Neto, António Costa confirmou que não foi informado. "Não falou e nem tinha naturalmente de falar (...) Soube pela rádio. É-me indiferente. Não tenho nenhum comentário a fazer", afirmou o líder.
Quem reagiu foi o ex-ministro de Sócrates, Augusto Santos Silva. "Tenho muito que trabalhar hoje, escusava o destino de me lembrar que continuo sem candidato presidencial, que corro o risco de brindar a Direita com uma enorme dispersão de votos à esquerda e que, sempre que os responsáveis se resguardam, os bobos ocupam a cena", escreveu no Facebook
Começa por registar que Henrique Neto anuncia a candidatura a Belém e que a ex-bloquista Joana Amaral Dias será, nas legislativas, cabeça de lista de um partido que "vampirizará o corpo legal de outro, já defunto". "É isto que sucede quando as pessoas capazes se fecham em copas"; "surgem logo" os que aproveitam para ter "15 minutos de fama", ataca, notando que um dos problemas "bicudos" é faltar ao centro-esquerda "um candidato presidencial forte e mobilizador de toda a sua base eleitoral".
"Começou a corrida", publicou, por sua vez, Seixas da Costa, ex-secretário de Estado dos Assuntos Europeus na equipa de Guterres, que usou o Facebook para expressar respeito por Henrique Neto, agora "reforçado pela coragem que teve para entrar nesta aventura, a qual nem por ser impossível deixa de ser nobre". E termina desejando-lhe um "valente combate".
Histórico do PS é uma voz incómoda e um "self-made man"
O fundador da Iberomoldes, um dos principais grupos mundiais em engenharia de desenvolvimento de produtos e moldes com sede na Marinha Grande, cuja participação vendeu há seis anos, nunca deixou de estar atento ao partido. Foi sempre um socialista crítico e incómodo, destacando-se o ataque cerrado a Sócrates e, antes disso, críticas a Mário Soares. A residir em Lisboa, este dirigente e deputado no tempo de Guterres é, como define Seixas da Costa, "um "self-made man, industrial, homem de palavra frontal" que não é "fácil".
* Ora aqui está uma candidatura que apreciamos e é em absoluto inesperada.
Foi um grande empresário e por isso tem grande experiência de gestão, além da actividade em que se notabilizou tem uma característica imbatível, é absolutamente sério e frontal nas suas convicções.
Augusto Santos Silva foi a seu tempo o trauliteiro de serviço do filósofo que medita em Évora, é um rapa tachos e anda ao "acha".
Antóno Costa não ficou indiferente, quer iludir-nos, não se pode ficar indiferente à personalidade e verticalidade de Henrique Neto, António Costa está a rodear-se do que existe de pior no PS, Socrates fez o mesmo e "lixou-se".
Sampaio da Nóvoa, outro homem muito sério, faz mal em aceitar pisar a passadeira vermelha que lhe estende a direcção socialista, puxam-na da extremidade oposta e ele dará um grande trambolhão.
Vitorino e Amado são candidatos virtuais, perdedores.
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