01/03/2015

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 ESTA SEMANA NO
"SOL"

Escola reduziu Chumbos de 40% para 3%

Nesta escola de Cascais a única diferença não é haver pontualmente dois professores na sala de aula. 
Aqui tudo é inovador: não há campainhas a indicar que está na hora de ir para a aula, as faltas e atrasos têm de ser justificados com um telefonema para os pais e são os alunos que preenchem as presenças e cuidam do livro de ponto. 
O treino para a autonomia começa cedo, no 1.º Ciclo, onde os alunos é que marcam o almoço junto dos funcionários.

Avaliação conteúdo a conteúdo
O projecto educativo foi repensado em 2003, quando o director Adelino Calado chegou à escola e se deparou com uma taxa de retenção de 40% e com cerca de 40 a 50 processos disciplinares por ano, 92% envolvendo alunos repetentes.
«Não acreditamos que a retenção seja a melhor solução para ensinar os alunos», explica ao SOL Adelino Calado, convicto de que transitar de ano é que pode ser visto pelos alunos como um «castigo», pois acarreta mais trabalho para acompanhar a turma. Depois de várias experiências de uma grande aposta na formação e trabalho dos professores, a taxa de retenção é agora de 3%.
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Mas a chave do sucesso está na avaliação conteúdo a conteúdo, considera o director deste agrupamento com mais de 2.600 alunos. Quando o professor termina uma matéria, verifica se os alunos assimilaram os conhecimentos. Pode fazê-lo através de um teste, trabalho, ou perguntas na aula.

«O objectivo da avaliação conteúdo a conteúdo é perceber se o aluno aprendeu aquela parte da matéria. Se não o fez, decide-se como actuar, por exemplo através de apoios personalizados», explica o director. Em cada turma de 30 alunos, cinco ou seis têm aulas de apoio, o que implica trabalhar pelo menos mais duas horas por semana. Depois, uma vez por trimestre há uma avaliação comum aos alunos do mesmo ano e disciplina para preparar a avaliação externa: o exame nacional.

Neste agrupamento, há ainda turmas especiais, onde se juntam alunos com dificuldades comuns. É o caso dos 16 alunos com dificuldades que não ficaram retidos no ano passado no 4º. ano e que integram agora um grupo especial do 5.º, onde vários professores podem partilhar a sala de aula. Se for necessário, podem até ser criados percursos curriculares alternativos, como prevê a lei e como acontece com duas turmas do 9.º ano. O director lança a questão: «Será que temos todos de aprender tudo ao mesmo tempo?».

A intervenção é precoce e ao mínimo sinal de dificuldade, explica o mentor do projecto, dando mais um exemplo: «Detectámos que os alunos do 5.º ano não sabiam fazer bem cambalhotas. Levámos os professores da sede de agrupamento às escolas do 1.º Ciclo para os formar».

Adelino Calado sublinha que a sua escola nem tem contrato de autonomia e que todas as alterações que constam no projecto educativo são enquadradas na lei.

* Que tal inscrever Nuno Crato como aluno, de certeza  que aprendia.


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