19/03/2015

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465.
Senso d'hoje

  CARLOS ANJOS
  PRESIDENTE DA COMISSÃO DE
 PROTECÇÃO ÀS VÍTIMAS
DOS CRIMES VIOLENTOS  
SOBRE CORRUPÇÃO

A grande diferença é que as pessoas que têm estado a ser detidas, ao contrário do que era antes, que era o fiscal da obra, ou o polícia do trânsito por exemplo, agora são diretores de serviço, presidentes de institutos e até diretores de polícia. A investigação da corrupção foi lançada para os altos quadros. Há focos de corrupção em vários ministérios. E estão a ser muito bem muito atacados.

Não se pode olhar para um processo de corrupção, como se olha para outro crime qualquer. Houve uma mudança de paradigma. Quando se prende um traficante de droga, a prova é física, é a droga. Num assaltante, é o produto de roubo que faz a prova. No crime económico isso não existe. Lembro-me de um caso de um suspeito que tinha todos os seus bens numa offshore que, por acaso, estava em nome de um amigo. Ora, o direito de uso, devia ser igual ao direito de posse. Não há um papel que diga que a offshore é dele, mas também nunca haverá, porque as offshores foram criada, precisamente, para não existir esse papel. A prova deste crime é feita de registos bancários, de contas em nome de pessoas que não têm a posse do dinheiro. Possivelmente por influência da crise, o crime económico na mentalidade de todos os portugueses, incluindo dos juízes, passou a ter um valor muito maior.


* Excertos de entrevista ao "DIÁRIO DE NOTÍCIAS"



** É nossa intenção, quando editamos pequenos excertos de entrevistas, suscitar a curiosidade de quem os leu de modo a procurar o site do orgão de comunicação social, onde poderá ler ou ver a entrevista por inteiro.  

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